JOEL, E O
RIGOR TÁCTICO CAXINEIRO, VENCEU A MAIS VALIA TÉCNICA AXADREZADA
BOAVISTA FC
3 – ADCR CAXINAS 5
(1-2)
PAVILHÃO
Fontes Pereira de Melo
ÁRBITROS
Valter Martins
Francisco Dias
Paulo Oliveira da
AF Porto
BOAVISTA FC
Leonel
Torres
Amorim
Pedro
Bébe
Banco
Filipe (gr)
Rubinho
Baltar
Latino
Saraiva
Zé
Alheira
CAXINAS
Joel
Tiago Soares
João Fontes
Fábio
Pedro Vicente
Banco
Diogo (gr)
Ruben (gr)
Martins
Campos
Ventura
Carter
DISCIPLINA
Boavista –
Amorim (22), Leonel (28)
Caxinas –
Tiago Soares (26)
Boavista –
Leonel (29), Amorim (29)
MARCHA DO
MARCADOR
0-1
Fábio (15)
0-2
Fontes (16)
1-2 Amorim
(19)
2-2 Bébe
(21)
3-2 Rubinho
(26)
3-3 Pedro
(gp) (28)
3-4 Pedro
(29)
3-5 Fontes
(31)
Jogo de
emoções e de entrega total de todos os atletas de ambas equipas, no qual a disciplina
e rigor táctico dos Caxineiros, venceu uma mais-valia técnica dos Boavisteiros.
Ao analisar
este jogo, será normal que todos adeptos axadrezados apontem, o guardião do Caxinas
como o grande responsável pela derrota do Boavista. Sendo certo, que Joel foi
indiscutivelmente o (de longe) melhor jogador em campo, defendendo tudo que
tinha defesa e muito que parecia não ter. Mas na nossa
opinião, houve mais razões para este resultado.
Raul Moreira, raposa velha de tácticas, impôs, um sistema de jogo que privilegiava essencialmente a defesa
da sua baliza, apostando em saídas rápidas para o contra-ataque. Para melhor
exemplificar isto, bastará registar que o Caxinas rematou, na primeira parte,
por três vezes à baliza do Boavista, marcando dois golos! O primeiro remate,
coincidiu, com o primeiro golo aos quinze minutos.
O Boavista,
por seu lado, apresentou-se sempre fiel ao seu estilo de jogo pressionando todos
os lances, na frente de ataque e atacando sempre, com todos os seus elementos.
O espetáculo
de Joel começou muito cedo e cedo se percebeu que Joel iria repetir a exibição
do domingo passado na primeira mão.
Entre constantes ataques e rigor defensivo, a cortar
os contra-ataques Vila-condenses o Boavista, assumiu todas as despesas e riscos
do jogo.
Numa saída para o ataque, o passe entre panteras foi interceptado, e
Fábio no centro do terreno abriu o activo, no primeiro remate do Caxinas na
passagem dos quinze minutos. Um minuto depois, num lance de puro contra-ataque,
Fontes, rematava em diagonal e aumentava a vantagem.
Pura injustiça
para o Boavista, aproveitamento total para o Caxinas. Mas o Boavista não
desistiu e a segundos do intervalo viria a reduzir, por Amorim junto ao segundo
poste, após jogada dentro da área.
O segundo
tempo, foi de grande intensidade axadrezada. Aos trinta segundos, o Boavista
empatava a partida, por intermédio de Bébe de cabeça junto ao segundo poste,
concluindo um passe em chapéu sobre Joel. Mas, neste mesmo primeiro minuto o
Boavista teve grande oportunidade para voltar a marcar.
Mantendo grande
intensidade de jogo, mesmo com Joel a continuar a brilhar, o Boavista viria a dar a
volta ao marcador na passagem do minuto vinte e seis, por intermédio de
Rubinho, na transformação de um livre do lado esquerdo.
Tudo estava
alterado e agora todos esperavam ver como se iria colocar em campo a equipa do
Caxinas.
Mas o tempo de espera, foi curto e nem deu para se perceber como seria a sua postura táctica. Por erros
axadrezados, diga-se por justiça, e disto não se podem culpar os Caxineiros que
aproveitaram as dádivas.
Ao Boavista esperava-se
um maior encolhimento, estava a vencer e o jogo não poderia terminar empatado,
passando a jogar mais recolhido e sair em transições… mas os jovens comandados
por João Marques, não são capazes de jogar nesse sistema, continuando a jogar o
jogo pelo jogo, dando espectáculos mas correndo riscos.
Aos vinte e
oito minutos, um desses erros, acabou por obrigar Leonel, a cometer falta
dentro da área e consequentemente sofrer a marcação de uma grande penalidade,
convertida por Pedro. Que empatava o jogo a três golos.
E de repente…
no minuto vinte e nove que se mostrou como o minuto maldito para o Boavista,
com já tinha sido em Cabeceiras de Basto, em Vizela (pelo menos neste jogos que
assistimos). Novo erro defensivo que só pode ser entendido, por Leonel ter perdido a
noção do espaço que ocupava ao socar, com limpeza, a bola da cabeça de um
adversário…com o contra de o ter feito fora da área.
Daí surgiu a sua expulsão,
agravada com a expulsão? De Amorim que estava no banco!
Jogando em
vantagem numérica o Caxinas aproveitou e marcou conquistando nova vantagem.
Os axadrezados
sentiram a “reviravolta” e perderam-se um pouco. O suficiente para que o
Caxinas voltasse a impor a sua táctica preferida. Defesa organizada, entrega a
todos os lances e saída em transições rápidas.
O dia era de
Joel e para ele estava marcada a jogada que iria matar o jogo. Após defender e
com a bola na sua posse, saiu da área em jogada de ataque. No entanto, adiantou
o esférico, ficando dividida entre ele e um boavisteiro. Dividiu o lance e a
bola saiu “trilhada”para o meio campo contrário. Fontes que acompanhou o lance
correu para a bola e quando o guarda-redes axadrezado saiu (bem) da baliza,
conseguiu chegar primeiro fazendo o golo que matou o jogo. O marcador
registava, trinta e um minutos de jogo.
O Boavista, tinha estado três minutos no inferno!
O Boavista
nunca se rendeu mas o jogo estava resolvido. O Caxinas manteve-se fiel ao seu
rigor e o seu técnico nunca facilitou, utilizando em todo o jogo apenas oito
elementos. Fábio apresentava dificuldades em respirar, tal era o cansaço, mas
nunca o seu treinador o tirou do jogo. O exemplo do rigor Caxineiro.
O Boavista
saiu de uma prova na qual mostrou grande nível técnico, registado por todos os
adversários, e sai de cabeça erguida e com todo o orgulho, fazendo mais… muito
mais que se lhe esperava e mostrando que quando estes jogadores conseguirem ser
mais rigorosos tacticamente… não haverá limites para esta equipa.
Um registo
para a GRANDE disciplina em que o encontro decorreu. Nem uma picardia, nem um
lance mais duro, entre nenhum dos jogadores. Desporto puro de luta, de entrega
mas de grande respeito.
Da equipa da
arbitragem, apenas dizer. Dois pêndulos em todo o jogo. Confiantes e
transportando para os jogadores a imagem dessa confiança e a mensagem que quem
mandava eram eles, fizeram uma excelente exibição. Mesmo procurando não
encontramos um erro para apontar. Excelente.
Nota:
Presente neste jogo esteve o Selecionador Nacional, Pedro Palas, com quem
realizamos uma entrevista a publicar dentro de dias.
Os
comentários dos técnicos das equipas serão apresentadas amanhã.