quarta-feira, 6 de agosto de 2014

VOLEIBOL - BEATRIZ SANTOS CONVOCADA PARA A SELECÇÃO DE CABO VERDE

O selecionador cabo-verdiano de voleibol, Orazio Minecci, divulgou esta segunda-feira a lista das 17 jogadoras da seleção feminina que vai participar na segunda fase do Torneio Zonal de qualificação para o Mundial de sub-23.
Essa competição vai marcar a estreia do novo selecionador, o italiano residente em Cabo Verde, Orazio Minecci, técnico que, desde finais de junho, assumiu o comando técnico das seleções masculinas e femininas, em substituição do também italiano Luca Privitera.
O técnico traça como objetivo principal desta sua nova missão formar seleções para competirem “ao mais alto nível” no continente, num universo de quatro anos.
Cabo Verde qualificou-se diretamente para a segunda fase do Torneio Zonal de qualificação para o Mundial de sub-23 nas categorias masculinas e femininas, face a desistência da Gâmbia na competição que deveria ser disputada de 23 a 28 de julho, no Mindelo, em São Vicente.
Lista das convocadas
Maria Correia, Ludmila Varela, Vera Ednilsa (ABC - Praia);
Krisna Fortes (Académica do Mindelo - São Vicente);
Debora Almeida, Risia Lopes, Melícia Silva (Mindelense - São Vicente);
Beatriz Santos (Boavista - Portugal);
Giselle Varela (EVA – Santa Catarina);
Jorgiana Cardoso; Leny Privitera, Edna Silva (Graciosa - Tarrafal);
Celestina Fortes, Clara Graça e Lara Santos (Paulense - Santo Antão);
Andreia Gomes (Volley Clube Espargos - Sal).
Mayara Silva (AVS - Sal);

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

ENTREVISTA COM HELENA MONTEIRO - A CADETE QUE APOSTA TUDO NO VOLEIBOL

Helena Monteiro, é uma jovem de dezasseis, que, com idade para jogar no escalão de Cadetes… integra por direito próprio, o escalão máximo de seniores do Boavista Futebol Clube. Regressada da Suíça de representar a selecção nacional numa competição ali ocorrida, aproveitamos a sua deslocação Estádio do Bessa para a conhecermos um pouco mais.


No decorrer da conversa mostrou-se directa, decidida e autoconfiante no seu futuro.

Vamos começar por nos localizarmos um pouco no tempo. Como se processou a passagem para equipa sénior de uma jovem que nem Juvenil – ainda - é?
Foi o treinador que me chamou, para realizar uns treinos com as seniores e o professor acabou por gostar de mim.
Mas o técnico principal teve que ter indicações sobre ti para te fazer essas chamadas…
Obviamente. O professor interessa-se saber a evolução das equipas de formação e os técnicos dos escalões informam-no naturalmente sobre as atletas. No início a ideia era eu fazer (só) alguns treinos com as seniores, mas – repito- o professor gostou de mim e do meu trabalho e acabei por ficar toda a época.

Terminada a época, como analisas essa mudança?
Esta época, não tive muita utilização na equipa, o que acho normalíssimo, porque sou a mais nova e não tive muita oportunidade para jogar, mas pensei que contribui bastante nos trabalhos da equipa, tendo a vantagem de ser uma atleta alta.
Pessoalmente o que consideras?
Considero que evoluí, imenso e por isso que foi muito positiva esta a subida e passagem para a equipa sénior. Chego a dizer muitas vezes que este foi o meu primeiro ano de voleibol, porque aprendi muito, mas mesmo muito.

Não sentiste o choque que existe sempre na passagem dos escalões de formação para a equipa sénior?
Claro que senti é tudo completamente diferente. Na formação vamos aprendendo, vamos demonstrando o nosso valor, mas jogar verdadeiramente só no escalão máximo.

Para mais com um treinador que tem fama de muito exigente?
O professor é muito bom e sendo exigente, melhor é! Gosto de treinadores assim. Quero ir longe e aprender depressa a exigência do técnico é fundamental e necessária. Eu gosto muito!

Vamos entrar num aspecto crítico. Eu sei que foste assediada para sair do Boavista para outros clubes e sei que um desses não desistiu ainda. Confirmas?
(rindo-se, respondeu) sim, sim confirmo e foi mesmo mais que um clube.

Mas vais continuar no Bessa?
Sim, vou continuar.

E porque razão vais continuar quando eu sei que há pelo menos um clube disposto a abrir os cordões à bolsa?
Principalmente, porque sou Boavisteira, tenho muito amor ao Clube e nos próximos tempos não me imagino com outra camisola no corpo.

No futuro?
Nos próximos anos, não vejo. No futuro, se no Boavista eu poder atingir o nível que quero atingir como jogadora, que é grande, continuarei. Caso que o clube esteja limitado e aparecer uma proposta muito tentadora, terei que pensar nisso. Mas terá que ser super-tentadora.

Tens conhecimento que o Boavista vai participar numa eliminatória que pode levar o clube a jogar a próxima época no primeiro escalão nacional. O que te apraz dizer sobre esta questão?
Actualmente, somos poucas as atletas da equipa, porque saíram muitas outras, mas as que aqui ficaram estão agradadas com esse facto, estamos unidas e apostadas em tudo fazer para subir e jogar na primeira divisão e colocar o Boavista no lugar a que pertence.

Como jogadora, vão aumentar as dificuldades?
Eu estou apostada em fazer mais jogos na próxima época pela equipa, trabalho e trabalharei para isso, sendo na primeira divisão melhor será, porque tem outro nível e visibilidade. Nenhum problema!

Sendo uma atleta a formação  “deslocada” tens acompanhado a aposta de restruturação no sector?
Sim tenho tido conhecimento e noto perfeitamente isso. A minha prima está nos escalões mais novos e acho que estão a apostar bem e a trabalhar bem. Considero esse trabalho muito importante, que será muito visível e valorizado se passarmos a jogar na primeira divisão.

Recuemos, um pouco… há quantos anos jogas no Boavista?
Há sensivelmente quatro anos.
Vieste de outro clube?
Não sempre joguei e formei-me no Boavista.
Como se dá a descoberta do voleibol?
Eu não jogava Volei, eu era Bailarina, (riu-se) dançava Ballet. Eu considerava que era gordinha… um dia uma prima minha que joga no Boavista e já cá estava, em pleno gira-volei, desafiou-me a eu vir para o Voleibol. Deu-me um “flash”  e inscrevi-me e entrei no volei e passei a ser atleta do meu Clube do coração…. Tudo rápido e espontâneo (continuou a rir-se).

Como é que uma bailarina dá uma atleta que promete ser de topo?
(continuando a rir-se)quando deixei o Ballet e como era gordinha vim para o Voleibol, por desporto, apenas e só, numa de desportista, para queimar calorias. A evolução foi graças a eu gostar muito disto e de me dedicar muito a tudo o que gosto. Eu quero ser mesmo grande jogadora! Trabalho e dedico-me para isso.

Chegaste no domingo da Suíça dos serviços da selecção nacional de Cadetes. Foi a tua estreia?
Não. eu estou na selecção desde Dezembro. já tinha feito uma competição lá fora na categoria de Juniores, mas agora passei para a “minha” equipa de Cadetes, onde continuarei para o ano, porque a nível de selecções as cosias são um pouco diferentes.
Já falaste com o teu treinador, sobre esta internacionalização?
Acabei de falar agora mesmo. Ele perguntou-me como correu e sobre outros pormenores. O professor Machado, é assim. Preocupa-se muito connosco e acompanha tudo.

O professor Machado é muito exigente. Com é que uma jovem com dezasseis anos se adapta a esses métodos?
Muito bem! Eu gosto de pessoas assim, que sejam exigentes, adoro ter treinadores exigentes, adaptei-me na perfeição.
Tens mesmo espírito de atleta com ambições….
A resposta foi uma grande risada.
Estás no teu ambiente?
Sim, estou mesmo no meu ambiente e com as pessoas certos no clube que quero!

Posso confirmar a tua continuidade?

Pode. À vontade!

Entrevista de

Manuel Pina