Ricardo Norton, é um treinador
que dedica a sua atenção às mais jovens, dividindo o seu trabalho com a “mister”
Catarina, nas infantis. Fomos tomar conhecimento da sua análise à época finda.
Terminada
a época desportiva. Como analisas a mesma?
Foi uma época bastante
interessante. Esta época, foi a minha primeira no Boavista FC e a primeira em
que trabalhei com o escalão de Infantis. Foram, portanto, duas estreias que
considero muito positivas.
Em relação ao primeiro
aspecto, só tenho a dizer coisas boas. É um clube muito especial, onde do pouco
se faz muito e acima de tudo se sente muito o emblema que trazemos ao peito.
Fui enquadrado numa estrutura de gente séria e que trabalha muito, que desde
cedo me fez sentir em casa. Quando é assim, não se pode pedir mais.
Em relação ao segundo
aspecto, trabalhei este ano com um grupo muito peculiar, maioritariamente mini
a competir por Infantis. É um grupo que, para a idade que tem, apresenta níveis
físicos e técnicos muito interessantes. É certo que os resultados não
apareceram tanto como seria desejável. No entanto, registou-se uma grande
evolução que deixa antever um futuro risonho ao grupo. Para mim, isso torna-se
muito mais importante do que os resultados.
Quantas
atletas, tiveste sobre tua orientação?
Este ano eu e a Catarina Gomes (treinadora principal do escalão)
trabalhamos com cerca de 21 atletas.
Com
quantos treinos semanais?
Durante esta época, o escalão de Infantis teve três treinos
semanais (Segunda, Quarta e Sábado)
No final de mais um ano, que evolução registaste nas tuas
atletas?
Como referi
anteriormente, este ano trabalhamos com um grupo maioritariamente de idade
mini, ou seja, um ano mais novas do que a maioria das adversárias. As atletas registaram a evolução técnica
normal do escalão, estando já num nível bastante aceitável para a idade.
Penso que a maior
evolução registou-se a nível psicológico, algo que comprometeu alguns dos
resultados do grupo e não nos deixou ir mais longe em algumas partes da época.
As atletas, principalmente no fim da época, começaram a perceber que tinham
capacidades para se superiorizar aos adversários, algo que nem sempre
aconteceu, também pelas séries complicadas que apanhamos durante o Campeonato
Regional. Como já disse, a evolução neste fim de época foi muito positiva e
deixa antever uma próxima época competitiva.
Se as
condições permitissem, achas possível e benéfico, o aumento d horas de treino?
Como é óbvio, estaria
a mentir se dissesse que não achava benéfico o aumento das horas de treino. É
sempre bom para qualquer equipa treinar o máximo possível. No entanto, gostava
de deixar bem claro que estou consciente das limitações da secção e do clube
nesse aspecto e dou-me por contente pelos espaços e recursos que possuímos para
treinar.
Como
coordenas o teu tempo, entre a tua vida profissional e o voleibol?
Com muita dedicação e
muito esforço. Sempre defendi que quem corre por gosto não cansa. Felizmente,
tenho bastante apoio dos amigos e da família para continuar, o que torna tudo
mais fácil.
Já estou no desporto
há alguns anos, o que me ensinou a gerir o tempo de maneira eficaz. Estou na
faculdade, algo que me ocupa bastante tempo e, felizmente, consigo fazer tudo o
que me proponho. No entanto, e é algo que transmito às atletas, o sucesso para
quem estuda e faz desporto é simplesmente não desperdiçar tempo. Entregar-se
aos compromissos e acima de tudo tentar dar o máximo em tudo o que faço são as
maneiras que arranjo para coordenar a minha vida
O voleibol, é uma paixão? Ou mais que isso?
É uma paixão, sem dúvida, e mais do que isso. São muitas horas
por semana que passo em pavilhões, entre treinos e jogos. Vivo muito o
voleibol, é algo que me dá prazer e acredito que será algo que ficará para
sempre.
Continuas
no Boavista na próxima época?
Continuo. Já acertei tudo para que para o ano de 2012/2013
continue de preto e branco.