Felismina
Pereira é a treinadora principal da equipa sénior do Voleibol axadrezado.
Iniciou a sua carreira na escola do Boavista Futebol, regressou como Coordenadora
de formação e desde meio da época passada é a timoneira desta nau de xadrez.
Vamos
identificar a “Nocas”. Qual o seu nome, idade e profissão?
Bem...o meu nome é Felismina Pereira, mas no meio
familiar e do Voleibol, todos me conhecem por Nocas...Tenho 46 anos e sou
professora de Educação Física.
Como se iniciou no Voleibol?
Como atleta em que clubes jogou?
Curiosa e coincidentemente, comecei a jogar no
Boavista FC, na altura no escalão de iniciadas...passei pelo Fluvial, pelo
Vilacondense e pela Ala Nun'Álvares de Gondomar. Durante o meu percurso como
atleta representei a AVP na Selecção Regional e a Selecção Nacional.
Conquistou
algum título que queira mencionar?
Tenho 3 Títulos Regionais na formação, 2 Títulos
Nacionais de Juniores, 1 Título Nacional de II Divisão. Como atleta da I
Divisão, se bem me lembro, a melhor classificação foi o 4º lugar, que nos levou
a participar nas competições Europeias, que me levaram a Israel...foi muito
bom!
Qual
o seu precursor como treinadora?
Fui
treinadora principal desde o escalão de infantis até juniores até 2004 (acho
eu). Depois passei a ser treinadora principal dos Centros de Formação da
Associação de Voleibol do Porto, onde permaneci até à data. É um trabalho
bastante gratificante!
Gosto especialmente de me lembrar de algumas atletas, actualmente seniores, que passaram nos Centros de Formação, há alguns anos
atrás, ainda bastante novas...
Como
se deu o seu ingresso no Boavista?
O meu ingresso no Boavista deu-se porque o Boavista
estava a precisar de uma pessoa para coordenar a formação, após um momento
menos bom, com a saída de algumas atletas no escalão me minis...Foi casual...
Na
época passada herdou a equipa meio da época e conseguiu o feito de manter o
Boavista na primeira divisão. Como analisa, agora calmamente, esse trabalho?
A minha entrada na equipa sénior na época passada, foi
em Janeiro. Posso dizer que fui quase "forçada" a fazê-lo, porque à
data não havia outra solução. A equipa estava numa posição ingrata na tabela
classificativa, e o mais confortável para um treinador nesta situação é
recusar... Parece que estou destinada a trabalhos difíceis.
A verdade é que a equipa demonstrou uma determinação muito grande e uma enorme
vontade de mostrar às pessoas que tinham valor e não só conseguimos a
manutenção, como nos classificámos no grupo intermédio. A equipa esteve de
parabéns!
Falando
da nova época. O plantel que tem dá-lhe garantias para lutar pela manutenção?
O plantel que o Boavista tem, actualmente, é o
resultado do orçamento que temos. Não podíamos dar passos megalómanos que não
fossem possíveis suportar ao longo da época. Assim, contratamos atletas que,
certamente, nos dão garantias de força de vontade, capacidade de trabalho,
perseverança, margem de progressão, com qualidades técnicas e tácticas. Se
tenho a certeza que vamos conseguir a manutenção? Não sei.
Na vida existem uma série de condicionantes e
constrangimentos que, na impossibilidade de controlar, temos de saber
ultrapassar. O importante é estarmos à altura de dar resposta às dificuldades
quando elas surgirem, porque as mesmas vão aparecer, com este plantel, ou com
outro qualquer. Nessa altura, a EQUIPA terá de estar à altura de responder...No
entanto, estas situações aplicam-se às equipas que lutam pela manutenção, como
às equipas que lutam pelo título...
Que
objectivos, considera poderem ser alcançados, numa perspectiva positiva?
Os objectivos para a presente época, se uma forma
realista, é classificarmos-nos no grupo intermédio. Tudo o que vier a mais será
por acréscimo e fruto do trabalho...
Com
a entrada do Sporting no Volei feminino, acha que a realidade competitiva vai
ser alterada? Considera que esta entrada terá uma aposta mais “profissional” e
pode abanar com os orçamentos dos outros clubes?
Acho que este campeonato vai ser extremamente
competitivo, o que de certa forma mais enriquecer o Voleibol feminino.
Relativamente ao Sporting, penso que existem outras equipas tão, os mais,
competitivas...
Na
sua opinião, como analisa o actual momento da modalidade?
Acho que voleibol está em crescimento. A nível
internacional nunca tínhamos estado tão longe como estivemos recentemente no
masculino. O mais importante é que as novas gerações estejam sensibilizadas
para a dura tarefa que é competir com a realidade internacional e que o
incentivo à modalidade seja cada vez maior.
Que
futuro prevê para o voleibol feminino nacional?
Acho que o
número crescente de atletas poderá ser uma mais valia. Contudo é importante
continuar a investir...
Preparada
para uma época intensa? O plantel está fechado ou precisa de mais alguém?
Acho que estamos todos conscientes da época intensa e
desafiante que se avizinha. A equipa está pronta para a luta!