Foi uma
experiência inédita a que vivemos, este dia, num mundo diferente do desporto. Concentração,
rigor, esperança e (até) fé, tudo se viveu neste jogo de Bilhar.
Começamos algo
distantes, ficamos algo cansados e de repente estamos envolvidos por um
ambiente, do qual não nos queremos separar e vemo-nos a fazer figas, para comandar
uma bola no pano, queremos soprar, para que outra pare...
Só vivido!
O dia
começou com o jogo que muitos, senão todos, consideravam decisivo. O Boavista/Sporting. Assim, pensavam os Leões, que utilizaram o menor número de atletas possíveis,
apostando nos seus ases de trunfo.
Após o
primeiro par de partidas, o resultado era o empate a um. Mas nas partidas
seguintes o Sporting conseguiu a vantagem de 4 a 1. Reagiu o Boavista até aos
3 a 4, mas os Leões viriam a impor-se e
atingir os 8 a 6.
O melhor
resultado possível, para os axadrezados, nesta partida passou a ser o empate. O
Boavista, lutou e esse resultado esteve iminente, mas dois pormenores… deixaram
uma bola na mesa e na outra mesa, nem uma ficou, mas o Sporting venceu o jogo com um
resultado mentiroso de 9 a 6.
O Sporting
venceu facilmente o segundo jogo por 9 a 1 e todos pensaram que os pior estava
feito, para o lado dos lisboetas. No outro encontro a equipa AIESEC de Coimbra
vencia também categoricamente.
Seguiu-se o
almoço e durante o mesmo, os atletas do Boavista iam surpreendentemente fazendo
contas…
E a tarde
viria ser empolgante.
Enquanto o
Boavista, não teve dificuldade em vencer o seu jogo com a equipa da casa, por
concludentes 9 a 2, o Sporting, sentia dificuldades com a equipa de Coimbra e
ia dando sinais de não conseguir evitar a derrota, chegando a estar em
desvantagem por 4 a 8.
Os Boavisteiros,
pegaram na "máquina de calcular" e começaram a “puxar” pelo Sporting.
Porquê? Perguntamos.
Porque era
de interesse que o Sporting perdesse… mas ganhando pelo menos seis partidas
(como nos tinha vencido).
Os panteras, já faziam contas aos “pontos de vantagem”
para o desempate. Era a aposta axadrezada.
O Sporting reagiu e até demais! Passou
os 7 e jogou a negra para empatar.
De máquinas na mão (confesso que até eu já
as tinha) começamos a “torcer” para o Sporting…parar!
E parou,
perdendo por 7 a 9.
Tudo passava
para a mão do Boavista! Mas o adversário era a equipa que tinha derrotado o
Sporting…
Foi um jogo
intenso!
Começou o
Boavista, vencendo na tacada de saída o atleta Coimbrão nem tocou nas bolas,
mas na mesa ao lado o AEISEC vencia. Primeiro par e empate a um.
No segundo par, o Boavista alcança uma vitória mas o adversário empata. No terceiro par, são os
Coimbrãos que vencem e o Boavista que repõe a igualdade. O que se repete no
quarto par.
Com este
panorama, a perspectiva era enorme e a “sala estava presa ao jogo”. Era um jogo
de campeões que os atletas axadrezados cilindraram vencendo todas as restantes
partidas e terminaram o jogo com o “impensável” 9 a 4.
As máquinas
foram substituídas por folhas depapel, dado que nas mesas ao lado o Sporting somava nova
derrota e assim, ao Boavista bastava vencer o último jogo, pois o desempate
seria unicamente com a equipa de Coimbra.
Se só
precisamos de vencer…vamos vencer!
E o Boavista
acabou com as dúvidas, “goleando” por 9 a 1.
Saindo para
o almoço em último, o Boavista regressa a casa, em primeiro, garantindo o
apuramento para lutar pelo título nacional.
Poderá parecer,
uma crónica demasiado emotiva, mas acreditem, nenhum dos leitores teria tido
outra sensação!
O Bilhar
(Pool Português) a fazer saltar de emoção?
Nem, nós
sabíamos!
Presentes no
salão (excelentes instalações) os Directores Comerciais das Amadoras do
Boavista, acto, que muito “tocou” os nossos atletas.