quarta-feira, 15 de junho de 2016

ENTREVISTA COM CARINA GARCIA, TREINADORA DE GINÁSTICA ACROBÁTICA

QUANDO SE FAZEM AS COISAS COM GOSTO, TUDO SE CONSEGUE

Carina Garcia, é treinadora de Ginástica Acrobática que confessa ter o “Bichinho” da ginástica bem vivo dentro de si, ao ponto de ter (já) inscrito a sua “menina” nas aulas de Palygym, para dar continuidade ao seu "vício".



Há quanto tempo és treinadora de ginástica?

Sou treinadora e, sempre no Boavista, há sensivelmente cinco anos.

Vamos conhecer um pouco do teu passado desportivo. Como te iniciaste?

Fui atleta de ginástica rítmica. Depois, como treinadora, entrei no Boavista, como técnica de ginástica artística no Playgym e acabei por enveredar pela ginástica Acrobática, pela qual tenho actualmente uma grande paixão.

Ginasta global… três em uma!

Verdade.

Como atleta, conseguiste alguns resultados significativos?

Tive algumas medalhas… cheguei a participar em provas nos Açores. Era uma boa atleta, mas não pude dar continuidade à minha carreira, porque cheguei a uma dada altura, em que tive que me entregar mais severamente aos treinos e as minhas notas escolares, começaram a descer. Os meus pais, optaram pela escola e tive que deixar a ginástica.

A turmas que treinas, são composta por muitas jovens?

É difícil quantificar o números de atletas, porque no playgym as inscrições alteram muito de ano para ano, o número de atletas por turma. Mas neste ano, na ginástica Acrobática, temos muitas, mesmo, muitas atletas.

Que apreciação técnica, fazes, globalmente sobre elas, agora que a época está a terminar?

Globalmente, considero que evoluíram muito. Nós, os  treinadores, também tentamos incutir ao máximo o esforço, empenho e dedicação por parte delas, nomeadamente para não faltarem aos treinos, entregarem-se de corpo e alma á nossa causa, que seria participar em todas as provas existentes.

E conseguiram cumprir, esse objectivo?

Sim, conseguimos, estando presentes em todas as provas que tínhamos determinado.

E os resultados obtidos?

Fomos, várias vezes ao pódio. Tivemos dois campeões distritais, conseguimos ir às provas nacionais, que foram realizadas no passado dia quatro, facto que nos causou uma grande alegria.

Vamos falar um pouco dessa prova. Como correu?

O principal objectivo, era mesmo, só participar. Isto, porque a Acrobática, estava há vários encerrada no Boavista, e esta prova era o regresso do Clube à competição. 
Para nós, que reabrimos a ginástica Acrobática, há três anos, alcançar o direito de participar nos nacionais, é por si só uma grande alegria.

Qual a idade das tuas atletas?

Varia muito. Tenho atletas dos seis aos dezoito anos.

A ginástica exige muito das atletas. Como consegues que estas jovens se entreguem diariamente a todo este treino?

A ginástica exige, realmente muito das atletas a nível de dedicação. Tento que continuem dedicadas e entregues, com uma base de conversação e diálogo. Tento mostrar-lhes que se treinarem bem, conseguem lugares no pódio.

É preciso trabalhar intensamente para se alcançarem resultados. Há pais que não entendem (muito bem) esse facto?

A nível competitivo, tem que haver muito trabalho. Há situações com que nós treinadores, não corroboramos, porque faltar aos treinos para estudar para um teste, para nós não é viável. 
Isso, ainda acontece e sabemos que se a atleta, quiser vir, pode não o conseguir porque está dependente dos pais. Ainda assim, tentamos “educar” “ os pais no sentido de as castigarem de outra forma. Porque como o treino, é um gosto tão grande, tão forte por parte das atletas, que os pais "vêem-se obrigados" a castiga-las, das falhas nas aulas e retiram-lhes os treinos. Isso, não vai de encontro aos nossos ideais, mas aos pouquinhos penso que estamos a conseguir que nos entendam.

Para uma treinadora exigente, como consideras as condições que tens?

São positivas e estamos sempre a melhorar.

Para quem reiniciou a Acrobática há três anos, como vês o momento? Tem havido a evolução desejada?

Eu não reiniciei a Acrobática no Boavista, entrei mais tarde. A impulsionadora, foi a Susana, mas entrei alguns meses depois. Tem havido uma evolução fantástica a todos os níveis.

Se uma atleta tem que ser dedicada, sendo aluna, como tem que ser uma treinadora, já adulta e mãe?

Tem que haver muita dedicação e muito esforço. A "nossa" ginástica é essa. Quando se fazem as coisas com gosto consegue-se tudo, mesmo conciliar a vida particular e a desportiva.

Não estás cansada ao fim de tantos anos?

Não! de todo, não! O cansaço físico acontece um bocadinho com o passar do tempo, mas de repente... já estamos a pensar na próxima época. Portanto, isto não para. É um vício.

A ginástica está no teu interior?

Sem dúvida alguma e é o que eu mais gosto. Se puder continuar aqui, continuarei sempre.

O que significa treinar no Boavista?

Um orgulho enorme. Temos um ambiente fantástico. Colegas, equipas, chefes, são todos fantásticos, provocando um grande ambiente de trabalho. Somos todos, uma equipa a lutar para o mesmo lado.

Alguma mensagem?
Queria dar os parabéns às minhas atletas que se portaram muitíssimo bem este ano. Estamos muito orgulhosos e vamos continuar a trabalhar para conseguir as nossas metas.

Esse vício é para passar para a tua miúda?

Claro! E ela já faz parte da turma de Plygym, com apenas três anos.

Para continuar com o bichinho da mãe?

Exactamente!

Entrevista de 
Manuel Pina