segunda-feira, 5 de abril de 2010

ANDEBOL - VÍTOR NASCIMENTO (JUVENIS) APONTA O DEDO...PARA O FUTURO

“…acredito que para a próxima época, esta questão da maturidade esteja ultrapassada.”
Vítor Nascimento é o treinador dos Juvenis que tem dupla missão. Fazer evoluir um grupo de jovens de primeiro ano e lutar pela manutenção no escalão máximo da categoria. Ponderado, como é seu hábito, ajuda-nos a compreender melhor a situação da sua equipa, á entrada para a fase derradeira da época.
Terminada a primeira fase, vamos fazer um pequeno balanço. A equipa deu o que esperava ou ficou aquém do esperado?
É sempre complicado quando não se ganham jogos, dizer que a equipa deu o que se esperava. Pois normalmente, os nossos objectivos passam sempre pelas melhores classificações possíveis e eventualmente alcançar os títulos nas provas onde estamos inseridos.
Naturalmente, dada a nossa classificação actual a equipa acabou por não conseguir atingir o que esperava dela, apesar de ser uma equipa quase que completamente renovada, mesmo assim contava que a integração e evolução dos novos jogadores viesse tornar mais forte a equipa e isso acabou por não se verificar.
Apesar de os atletas que constituem a equipa de Juvenis serem dotados de uma excelente qualidade técnica e táctica individual, perdemos para as outras equipas no capítulo físico e acima de tudo e o que mais tem feito diferença no confronto com as outras equipas, é o aspecto psicológico, pois somos uma equipa ainda muito imatura e que com isso acaba por não conseguir gerir a maior parte dos jogos em que o equilíbrio é predominante, mas a nossa insegurança acaba por nos trair e consequentemente prejudicar.
Mas temos de admitir que acaba por ser normal, uma equipa quase toda ela de primeiro ano no seu escalão que de repente se viu lançada às feras e teve de as enfrentar, acredito que para a próxima época, esta questão da maturidade esteja ultrapassada.
Como se consegue trabalhar (duro) quando a vitória fugia constantemente?
Nem sempre é fácil, porque no desporto de competição, os resultados ditam também os estados de espírito das equipas.
No entanto, apesar de até agora não termos alcançado qualquer vitória para o Campeonato, a equipa nunca desmoralizou, treinam sempre com o mesmo empenho, não faltam aos treinos e cada vez mais vão adquirindo e assimilando aquilo que pretendo e acho necessário para que possam enfrentar os adversários com cada vez mais armas.
Como treinador de formação, nunca posso deitar a toalha ao chão, sou o líder dos atletas, como tal, sou também o rosto do inconformismo, pelo que me cabe a mim trabalhar ainda com mais empenho, de forma a revertermos o mais rapidamente possível os resultados negativos.
A terceira volta deste campeonato, não está a mais nesta prova?
Pode parecer estranho para a maior parte das pessoas a existência de uma 3ª volta no Campeonato, mas pessoalmente não sou contra.
Em primeiro lugar como são 3 séries de apenas 8 equipas, acaba por ser melhor que duas séries com 12 equipas, pois iria aumentar o número de deslocações e consequentemente as verbas a disponibilizar para as mesmas,
Depois, porque o facto de jogarmos por 3 vezes com o mesmo adversário, permite-nos aquilatar da evolução que vamos tendo nos confrontos directos, bem como eventualmente recuperar pontuação para as equipas que possamos estar envolvidos no confronto directo.
Por último penso que o facto de ter 3 voltas, se deve à planificação da própria Federação, pois assim o Campeonato não termina precocemente.
Acha que jogar sempre na casa adversária foi útil ou negativo?
Para mim, no Andebol o factor casa não tem tanta influência como por exemplo no futebol.
Infelizmente, o facto de não termos um pavilhão próprio faz com que os jogos pareçam sempre todos fora. Digo isto porque mesmo nos jogos em casa temos sempre os mesmos apoiantes que nos jogos fora, ou sejam, os pais dos nossos atletas, que são eles que acompanham sempre os seus filhos e consequentemente a equipa.
Aproveito aqui para lhes agradecer publicamente todo o apoio e carinho que dispensam a esta equipa.
Como tal, como aspecto negativo de jogar fora, vejo só a parte financeira, pois obriga-nos a um esforço maior nas deslocações a efectuar
À partida a diferença pontual é muito grande. Ainda é possível conseguir a manutenção?
O Boavista é um Clube lutador e de pessoas nobres e que lutam sempre pela sua instituição. Por isso acredito que ainda nos é possível conseguir a manutenção, naturalmente que é difícil, mas enquanto houver realidade matemática, a esperança será a ultima a abandonar-nos.
Precisamos de ganhar os dois jogos ao nosso adversário directo, bem como de conquistar mais alguns pontos aos outros adversários.
O ano passado a equipa "acordou" na última fase. Acredita na repetição desse facto?
A equipa da época passada não tem nada a ver com a actual.
O Campeonato estava bem mais forte, fruto do alargamento das idades e consequentemente permitiu que todos os clubes consolidassem e potenciassem os seus atletas e tornasse mais difícil a entrada de atletas mais novos, tal a diferença de idades e valores.
Os atletas juvenis da época passada, tinham e têm um potencial imenso, como comprovam os resultados desta época no escalão de juniores, mas passaram exactamente pelo mesmo problema que afecta a equipa deste ano que é a falta de confiança em si mesmo e com isso até determinada altura foram incapazes de se libertar e explanar todo o seu potencial andebolístico, sucedendo só na parte final da competição, mas que em boa verdade surgiu na melhor altura, daí o seu termo muito bem utilizado, “ a equipa acordou”.
Este ano e tal como eu disse anteriormente, os atletas de primeiro ano forma lançados às feras, numa fasquia muito elevada e em que ainda estão em formação constante e que por isso mesmo ainda não conseguiram atingir o sua maturação, reflectindo-se isso nos jogos realizados.
Apesar da repetição não ser comparável, gostaria que ela acontecesse, pois era sinal que conseguiríamos os nossos objectivos, que são a Manutenção na 1ª Divisão Nacional.