quinta-feira, 15 de março de 2018

TRIATLO/DUATLO - ENTREVISTA COM RITA LOPES NA VÉSPERA DA ESTREIA COMO ATLETA DO BOAVISTA




A campeã nacional de duatlo/triatlo, Rita Maria Lopes, vai participar na primeira competição da sua carreira envergando a camisola do Boavista Futebol Clube, nesta modalidade, oficializando a surpreendente transferência para o nosso clube.

A sua estreia acontecerá no próximo domingo no 3º Duatlo de Viana do Castelo. Antecipando esta estreia, entrevistamos a a jovem pantera.

Rita, passadas as emoções da chegada ao clube do teu coração, vamos agora mais calmos fazer uma análise a todo o processo. Como surgiu esta oportunidade de concretizares esse teu sonho?

Saio um pouco triste do Espinho, porque não se conseguiu cumprir todo o acordado entre as duas partes, ao contrário da época anterior na qual tudo resultou e foi cumprido muito bem. Na época anterior deram-me condições que muitos clubes não conseguiram dar mas este ano as coisas não foram possíveis de concretizar. 
Comecei, por esta parte, porque um atleta entrega-se sempre ao clube que representa e quando se dá um corte na relação, fica sempre um sentimento de tristeza.

Registado esse facto, passemos à transferência. Como aconteceu?

O SC Espinho, como não conseguia cumprir o contrato, colocou-me a condição de me permitir passar a correr como individual, ou transferir-me para um clube que me desse essas condições, libertando-me do contrato assinado. Eu, que sempre tive um desejo de praticar as modalidades que pratico, no clube do meu coração, resolvi transferir-me para o Boavista, mesmo sabendo que o clube não poderá dar-me as condições que usufruía no Espinho.

Vamos clarificar a situação. Tu noutras modalidades já és atleta do Boavista. Confirmas?

Sou atleta do Boavista em Atletismo e Ciclismo.

Sabendo que o Boavista, não pode oferecer-te as condições de outros clubes, essa transferência é só por amor ao Clube? A tua carreira não poderá vir a sofrer com isso?

Primeiro de tudo, tenho que me inserir na equipa do Boavista, onde caí um pouco de para-quedas. Vou tentar participar nas provas que conseguir, dentro do orçamento da equipa. 
Pessoalmente e a curto prazo, vou tentar forma de conseguir apoios extras ou patrocinadores para que a carreira não tenha retrocessos. Reconheço que terei que pôr algum do meu bolso para participar nas provas que são necessárias. 
Sei que o clube, neste momento, não me pode oferecer tudo o que é indispensável, mas confio que se irá estudar uma solução para o futuro. Confio e deeixo isso para quem de direito e vou cumprir a minha obrigação como atleta, que é treinar e competir nas provas para vencer.

Com todas estas situações, pergunto, como atleta continuas a apostar na participação no campeonato do Mundo na Africa do Sul?
É um desejo que tenho, desde que consegui os mínimos para participar. É o sonho de qualquer atleta e confesso, quero continuar a apostar nessa participação. Mas sei que é complicado e difícil, porque não tenho a verba necessária para participar, dado que a federação não nos paga qualquer valor e a África do Sul, não fica aqui ao lado. Até pode acontecer que o Mundial já transferido para outro país, dado que a África do Sul, enfrenta um ciclo de grande seca e pode ter que anular essa organização.

Como te apresentas aos Boavisteiros?

Pratico desporto quase desde que nasci e devo isso ao meu pai, que foi profissional no atletismo do Boavista, daí considero que nasci no Bessa e assim sou uma Boavisteira desde que nasci. 
Comecei no  atletismo e ciclismo. Fui atleta do SC Braga em atletismo (resido nas Taipas), em provas nacionais e internacionais e participei no desporto escolar. 
Por volta dos treze anos, juntei as três modalidades que praticava e participei com quinze anos no triatlo da Póvoa de Varzim. Ganhei a prova e descobri que esta a modalidade para a qual nasci.
O meu pai e um amigo que estavam inscritos no Amiciclo de Grândola, levaram-me para o clube a aí iniciei oficialmente a minha carreira de triatlo/duatlo, isto aconteceu em 2010.

E começaste a vencer títulos…quais os mais significativos?

Venci todos os campeonatos nacionais em todos os escalões que percorri. Participei em Campeonatos do Mundo de duatlo triatlo e Taças da Europa de triatlo.

Recordas algum desses resultados?

A minha melhor classificação foi o sexto lugar no mundial de juniores de duatlo. Competi na seleção nacional de ciclismo numa prova por etapas em França e numa prova em linha em Espanha. Em quase todas as modalidades que participei fui internacional.

A tua aposta é triatlo/duatlo e as outras modalidades?

As outras modalidades servem para treinar para o triatlo.

Que significado tem para ti seres atleta da modalidade no teu clube?

É uma questão difícil para mim, a minha responsabilidade aumentou porque eu também sou adepta. Mas é uma felicidade enorme para mim. 
Quero mostrar aos boavisteiros o que é o triatlo e obviamente conquistar o maior número de títulos possível e levar o nome do Boavista Futebol Clube além-fronteiras. É este o desejo de qualquer atleta sente  quando representa o clube que gosta.

A aventura vai começar em Viana no próximo domingo. O que esperas?

Vai ser um dia especial, por vestir a camisola do xadrez, no restante será igual a sempre, vou correr para vencer.