Era, sem
dúvidas, um dos mais emocionados e expansivos. Fernando Carvalhais o capitão de
equipa campeã. Sempre entusiasmado, falou-nos desse feito que tanto o orgulha.
ADMIRANDO O TROFEÚ NA COMPANHIA DE CARLOS ALVES SANTOS |
O que
recorda desses tempos?
Era difícil jogar
em qualquer lado onde fossemos, nesses tempos.
Porquê?
Associavam-nos
sempre a coisas negativas, no desporto e ainda hoje não entendo porquê. E desta
forma, tivemos algumas dificuldades para chegarmos onde chegamos. Mas com muito
trabalho e com um grupo fantástico de miúdos, mesclado com jogadores com alguma
experiencia, como era o meu caso, que trabalhava muito. Trabalhávamos mais que
a maior parte das equipas, naquela altura.
No baú de
recordações, há algum jogo especial?
Há! O jogo
mais interessante, mais difícil, foi na Madeira, contra o Académico do Funchal.
Chegamos ao intervalo a ganhar por uma diferença simpática, mas na segunda
parte, o terreno do jogo descaiu para um lado… para o lado do mar! aconteceu
que os três jogadores mais importantes a defender, vieram para a rua – eu incluído,
o Talanov que era um Búlgaro fantástico que jogava na nossa equipa, que nunca
em qualquer jogo tinha sofrido uma exclusão, foi excluído naquele jogo e o
Manuel António.
Ficou difícil…
Terminamos o
jogo com a miudagem em campo, a cinquenta e nove segundos do fim perdíamos por
dois golos, mas conseguimos empatar o jogo.
Como se
diputou o campeonato?
Teve uma
primeira fase e uma segunda faz apuramento, ambas disputadas um sistema de poule
de todos contra todos. A fase final foi a nível nacional, com equipas do sul e
ilhas. Foram jogos bem renhidos.
Lembra-se
quem subiu?
Curiosamente
subiram as equipas do norte. Para além do Boavista, subiu o Fafe, que tinha uma
equipa brilhante e a Académica de São Mamede.
Os jogos eram muitos difíceis. Era difícil jogar em Fafe, por exemplo,
mas também era no nosso pavilhão que era o Garcia de Orta. Mas ainda hoje temos
muitas amizades com os nossos colegas que foram nossos adversários,
principalmente os de Fafe e São Mamede. Anos fantásticos!
Sendo o
futebol a mola principal do Clube, como homem de modalidades, sou obrigado a
colocar (sempre) a mesma questão. O que pensa da falta de um pavilhão?
Sempre pensei
e defendo que um clube com modalidades de pavilhão… sem pavilhão não tem
futuro. Não adianta nós estarmos a falar sobre clubes que querem praticar
andebol, ou basquetebol, ou hóquei etc… e não têm pavilhão. Os encargos são
enormes e o pavilhão não significa uma despesa, mas significa uma poupança,
significa receita. O Boavista sem pavilhão, não faz sentido nenhum.
Sabe que em
média o Boavista paga em alugueis de pavilhões quatro/cinco mil euros mês?
Só confirma
o que eu defendo. Não pode ser! Veja, quanto lucrava se tivesse um pavilhão,
não só deixa de pagar como o pode alugar. É uma aposta tem que tem que ser
feita e rapidamente. Foi uma pena e um erro ter-se acabado com o pavilhão do
Boavista.