domingo, 18 de maio de 2014

FERNANDO CARVALHAIS, O CAPITTÃO DA SUBIDA

Era, sem dúvidas, um dos mais emocionados e expansivos. Fernando Carvalhais o capitão de equipa campeã. Sempre entusiasmado, falou-nos desse feito que tanto o orgulha.
ADMIRANDO O TROFEÚ NA COMPANHIA DE CARLOS ALVES SANTOS

O que recorda desses tempos?
Era difícil jogar em qualquer lado onde fossemos, nesses tempos.
Porquê?
Associavam-nos sempre a coisas negativas, no desporto e ainda hoje não entendo porquê. E desta forma, tivemos algumas dificuldades para chegarmos onde chegamos. Mas com muito trabalho e com um grupo fantástico de miúdos, mesclado com jogadores com alguma experiencia, como era o meu caso, que trabalhava muito. Trabalhávamos mais que a maior parte das equipas, naquela altura.

No baú de recordações, há algum jogo especial?
Há! O jogo mais interessante, mais difícil, foi na Madeira, contra o Académico do Funchal. Chegamos ao intervalo a ganhar por uma diferença simpática, mas na segunda parte, o terreno do jogo descaiu para um lado… para o lado do mar! aconteceu que os três jogadores mais importantes a defender, vieram para a rua – eu incluído, o Talanov que era um Búlgaro fantástico que jogava na nossa equipa, que nunca em qualquer jogo tinha sofrido uma exclusão, foi excluído naquele jogo e o Manuel António.
Ficou difícil…
Terminamos o jogo com a miudagem em campo, a cinquenta e nove segundos do fim perdíamos por dois golos, mas conseguimos empatar o jogo.

Como se diputou o campeonato?
Teve uma primeira fase e uma segunda faz apuramento, ambas disputadas um sistema de poule de todos contra todos. A fase final foi a nível nacional, com equipas do sul e ilhas. Foram jogos bem renhidos.
Lembra-se quem subiu?
Curiosamente subiram as equipas do norte. Para além do Boavista, subiu o Fafe, que tinha uma equipa brilhante e a Académica de São Mamede.  Os jogos eram muitos difíceis. Era difícil jogar em Fafe, por exemplo, mas também era no nosso pavilhão que era o Garcia de Orta. Mas ainda hoje temos muitas amizades com os nossos colegas que foram nossos adversários, principalmente os de Fafe e São Mamede. Anos fantásticos!

Sendo o futebol a mola principal do Clube, como homem de modalidades, sou obrigado a colocar (sempre) a mesma questão. O que pensa da falta de um pavilhão?
Sempre pensei e defendo que um clube com modalidades de pavilhão… sem pavilhão não tem futuro. Não adianta nós estarmos a falar sobre clubes que querem praticar andebol, ou basquetebol, ou hóquei etc… e não têm pavilhão. Os encargos são enormes e o pavilhão não significa uma despesa, mas significa uma poupança, significa receita. O Boavista sem pavilhão, não faz sentido nenhum.

Sabe que em média o Boavista paga em alugueis de pavilhões quatro/cinco mil euros mês?
Só confirma o que eu defendo. Não pode ser! Veja, quanto lucrava se tivesse um pavilhão, não só deixa de pagar como o pode alugar. É uma aposta tem que tem que ser feita e rapidamente. Foi uma pena e um erro ter-se acabado com o pavilhão do Boavista.