quinta-feira, 21 de abril de 2011

BRUNO VALENTIM NA TAÇA DO MUNDO

  BRUNO VALENTIM EM VÉSPERAS DA PARTICIPAÇÃO NA  TAÇA  DO MUNDO!

Bruno Valentim continua a sua luta na adaptação a uma nova realidade desportiva, com resultados positivos, mas quisemos saber mais sobre esse aspecto e contactamos o campeão para lhe colocar algumas questões.

Bruno passados uns meses de adaptação a uma nova modalidade, como analisa a situação?
Adaptei-me bastante bem, mas como já referi tratou-se de um processo longo em que procurei saber quase tudo o que havia para saber acerca da modalidade. E, de facto foi quase tudo excepto os aspectos específicos do treino técnico e mental.

Esperava (no início) tamanha evolução?
Sinceramente sim... e não, sim porque me habituei a ter confiança naquilo que me proponho fazer (depois de reflectir, estudar e analisar). Mas não porque me tinham dito que seriam necessários quase dois anos para chegar ao nível em que já me encontro ou penso que me encontro.

Sei que para além da sua adaptação ao tiro tem tentado impulsionar um movimento nacional para desenvolvimento desta modalidade. Que resultados desse movimento tem conseguido?
Deve haver algum equívoco pois acontece que não estou situado nesta modalidade com o mesmo altruísmo com que estive no desenvolvimento da Vela Adaptada e onde só me vi envolvido em chatices quando afinal o que eu queria mesmo era "andar de barco". Neste caso, eu tinha era a certeza que mal desse o primeiro passo as coisas começariam logo a mexer, nomeadamente ao nível da Federação Portuguesa de Tiro, e tinha razão.

Nota do Editor:
Colocamos esta questão ao Bruno porque temos conhecimento (ele não sabe) que há atletas (mormente do FC Porto) atentos ao seu movimento de adaptação para posteriormente lhe seguirem os passos. No entanto, esperam ver os resultados do Bruno para se “lançarem” e fazerem crescer a modalidade nesta especialidade. Como vê Campeão eu também ando atento e por isso o considero o mentor deste movimento.

Que resultados conseguiu até aqui?
No tiro as coisas "medem-se" um pouco como por exemplo no atletismo, isto é, conseguir boas pontuações pode ser um bom resultado mesmo se não se conseguir chegar às medalhas.
É esse o meu caso, e ainda bem pois de outra forma ou eu era um génio do tiro ou a modalidade era uma chachada, e não é o caso. Portanto, aquilo que eu considero os meus muito bons resultados são o mínimos que atingi em seis meses de treino para poder participar em campeonatos da Europa e do Mundo.

Quais as provas em que vai participar a curto prazo?
A curtíssimo prazo se assim quiser. Este sábado vou para a Taça do Mundo na Turquia, chego a 30, e a 1 de Maio sigo para Espanha para a Taça do Mundo de Alicante.

Adaptar-se individualmente, desenvolver um movimento para impor a modalidade, lutar contra dificuldades de momento, etc... Não é demais para um Homem?
Acho que já respondi a essa questão. Mas não é demais, desde que não nos criem entraves a coisa faz-se.

Como está a situação para conseguir um treinador especializado na modalidade?
Mal, mas como já previa que isso pudesse acontecer adquiri um equipamento electrónico de treino e bibliografia e, aos poucos, vou melhorando. Mas como quando o Maomé não vai à montanha vai a montanha ao Maomé, estou a pensar tirar um curso de treinador de tiro. Assim, trato do meu problema e talvez um dia venha a ser treinador de outros atiradores no Boavista... claro.

Entrevista de M. Pina