Maria Rosário Mariz, conhecida no meio da ginástica, como “Rosarinho”, sagrou-se Campeã Nacional de base, em Ginástica Rítmica, nos campeonatos disputado neste mês de Abril e terminou na quinta posição, nos nacionais da primeira divisão, na prova realizada no passado fim-de-semana.
Confessa, que os estudos são a
primeira opção e caso contrário, poderia ser uma ginasta em constante luta
pelos títulos.
Fazendo uma apresentação
pessoal, quem é a Rosarinho?
Chamo-me, Maria Rosário Mariz,
tenho dezasseis anos, estudo no décimo ano na Escola Clara de Resende e pratico
ginástica Rítmica desde os oito anos, sempre no Boavista Futebol Clube.
Porque a opção pela ginástica?
Eu necessitava de praticar um
desporto e experimentei o Ténis, aqui no Boavista. Confesso, que não gostei do
Ténis e trouxeram-me para a experimentar na ginástica, aqui sim, gostei e como
gostei… fiquei.
Pareces-me uma jovem decidida e
frontal, por isso, vou colocar uma questão melindrosa e algo polémica. Tenho
conhecimento, que a Rosarinho, está neste actual patamar, quando podia ser uma
das melhores atletas nacionais, bastaria para isso…querer. Concordas?
Sim concordo. Eu sei que se me
aplicasse totalmente na ginástica iria de certeza mais longe, mas vejo e vivo a
ginástica, como um hobbies, um escape, levando isto, na desportiva.
Qual a razão?
Optei,
em colocar os estudos em
primeiro lugar. Primeiro (sempre) os estudos e só depois a ginástica.
Conversei
sobre isto com os meus pais, que foram da mesma opinião e assim, a
escola
passou a estar sempre em primeiro plano, sobre tudo o restante. Para ser
uma ginasta de mais qualidade, teria que apostar mais na modalidade,
abdicando de
muita coisa e assim fiquei neste nível, embora seja uma apaixonada pela
ginástica.
Qual os aparelhos que mais
gostas e o que gostas menos?
O que gosto mais é “Bola”, onde
me sinto bem e tenho mais experiência. O
que gosto menos é “Fita”. Sendo o mais bonito de se ver, é claramente, o mais
complicado de se fazer, porque qualquer falha conta. ´+e um aparelho, ingrato e
mais difícil.
Quantos treinos realizas por
semana?
Cerca de quatro treinos.
Supostamente três horas por dia. Como pôde ver, aproveitei as férias da Páscoa
para treinar todos os dias.
A verdade foi essa, abdiquei
das férias e de muitas coisas, como estar com as minhas amigas, para treinar
aqui todas as manhãs, para conseguir melhores prestações nas provas que iria
disputar.
E resultou! Porque não poderia
ter sido melhor, dado que te sagraste Campeã Nacional de base. Com te sentiste
como Campeã Nacional?
A prova correu bem, mas podia
ter corrido ainda melhor.
Desculpa. Conquistas o título Nacional
e dizes que ainda podia ser melhor. Como é possível tal afirmação?
Eu senti que não foi uma prova perfeita.
Cá fora pode não se ver algumas falhas, mas eu senti-as e sei que as cometi.
Foram pequenas, claro que foram, mas eu sei que tive, a nível corporal. Mas
senti, também, que o título foi merecido, porque fui a melhor.
Já tinhas conseguido o título de
Campeã distrital, juntas o Nacional de Base e és convidada- na condição de
Campeã Nacional - para participares o campeonato nacional da primeira divisão.
Nessa prova estiveste em excelente plano. Isso, prova que podias - como já afirmamos - ter sido muito melhor
ginasta,?
Exatamente. Gostei da minha
prestação, que achei muito boa, terminando em quinto lugar da geral e se não
fosse a prestação (menos boa) que tive nas “Maças” teria terminado em lugar de
pódio.
Resume a tua prestação…
As minhas classificações foram:
Primeira classificada na, Bola
Segunda, na, Fita
Sétima no, Arco
Décima nas, Maças
Significa, que individualmente,
foste a melhor ginasta dos campeonatos, em Bola e segunda na Fita. Como te
sentiste?
Feliz pela prestação no
aparelho que mais gosto, feliz por ter sido segunda no mais difícil e um pouco
frustrada pela prestação nas Maças, onde deveria ter sido melhor, porque deixei
cair duas vezes uma das Maças. Este aparelho, foi o último e eu estava demasiado
cansada.
Foi acima de tudo, uma honra
representar o Boavista na primeira divisão e foi um prazer ouvir as treinadoras
dizerem que tenho capacidade para estar na primeira divisão. Foi positivo e
fiquei feliz.
Com base em tudo o que
conquistaste, como responderás a um convite das tuas treinadoras para passar
para a equipa da primeira divisão?
Já pensei nisso, porque
considero que me irão convidar, mas tudo terá a ver com os estudos, porque o próximo
ano será um ano de exames. Teria que aliar tudo, ter boas notas e trabalhar em
condições para merecer e estar na primeira divisão.
Vi os teus olhinhos felizes,
quando conquistaste o título de base. Porque não, te dedicares por dois anos e
saíres da competição como Campeã nacional da primeira divisão?
Obviamente, que estava feliz,
ganhar é sempre bonito. No resto, depende. Se os treinos continuarem nesses
horários até posso mesmo ponderar e apostar, mas os estudos sempre em primeiro.
Uma menina que chega aqui há
oito anos atrás e agora jovem, como sente e o que representa ser atleta do
Boavista?
Um orgulho. Reconheço o
crescimento do Boavista como clube, para além do futebol. A nível de ginástica,
embora as condições ainda não sejam as ideais, têm vindo a melhorar todos anos
e a todos os níveis. Os resultados da ginástica têm vindo a melhorar, fruto do
trabalho que se continua a fazer no Clube.
Sentes, então, os melhoramentos
e benefícios na ginástica do Boavista?
Sim, as instalações estão
sempre a melhorar, com o senhor Pina sempre a trabalhar, a correr (rindo-se) e sempre
atento.
Para o ano teremos a Rosarinho,
Campeão da primeira divisão?
Ganhar é sempre bonito. Vou
pensar nisso, agora deixo uma certeza, na base ou na primeira divisão, a
Rosarinho será sempre uma apaixonada pela Rítmica e orgulhosa de pertencer ao Boavista.
Entrevista de
Manuel Pina