O Boavista
sagrou-se vice-campeão Nacional de Boxe, interrompendo um ciclo consecutivos de
cinco títulos conquistados. O Boavista, era o pentacampeão nacional e não conquistou o
título no desempate.... por idades.
Ouvimos a
análise avalizada do técnico axadrezado, Carlos Caldas, sobre a prova realizada
no fim-de-semana.
A interrupção
deste ciclo de vitórias colectivas teve uma história. Quer explicar ao pormenor
aos nossos adeptos?
Aconteceu um
pouco de tudo, nesta competição. O Boavista, tinha seis atletas apurados para
esta final e ninguém duvidaria, que com a equipa completa revalidaríamos o
título. Aconteceu que tivemos duas lesões importantes e só podemos competir com
quatro atletas. Uma lesão, a de Tiago Rodrigues, já era anterior ao campeonato Regional e a
outra, aconteceu esta semana ao Ricardo Gonçalves (91 kg).
Mas mesmo
com essas baixas o Boavista era favorito?
A sorte
também teve influência. No sorteio inicial, tivemos algum azar ao saírem como
adversário, os mais fortes que nos podiam calhar. Durante a prova fomos claramente
vítimas da análise dos árbitros no combate do Paulo Moreira, que foi no ringue,
o claro vencedor, mas os árbitros assim não o entenderam, para não colocarem em
questão o nome do habitual campeão, que foi o seu adversário.
Esse facto
foi determinante?
Indiscutivelmente.
Com a passagem á final do nosso atleta seriamos automaticamente campeões. Curiosamente,
essa final não se realizou, porque o adversário do vencedor do combate do
Paulo, se recusou a combater.
Vamos resumir. Quais os resultados do Boavista?
Colectivamente,
ficamos empatados com o FC Porto com dois campeões e sem nenhum vice-campeão e
como estávamos empatados, mandam as regras que vença quem tiver o campeão mais
jovem, que era do Porto na categoria de 60 kg. Individualmente, tivemos dois
campeões, o Milton Jeremias em 64 kg e Augusto Pinheiro em 81 kg.
Mas sei que
se o Carlos Caldas, fosse “outro” desportista, o Porto não teria sido campeão. Quer
explicar porquê?
Efectivamente
é verdade. O que aconteceu foi que com a lesão do nosso atleta do Ricardo
Gonçalves, a competição de 91 kg, não se disputaria. Foi-me pedido,
para deixar competir no lugar do nosso atleta, um atleta do Porto.
Eu, porque
gosto de desportivismo e gosto de ver os campeões serem consagrados no ringue e
não na secretaria, aceitei esse facto. Por acaso, ou talvez não, o atleta do
Porto acabou por ser vencedor e assim empatar a luta entre o Boavista e o
Porto.
Bastaria ele não competir, para sermos campeões, mas eu defendo que é no
ringue que tudo se decide.
O título
fugiu, como se sente?
Eu gosto
sempre de ganhar e penso que só não vencemos por erros de arbitragem, mas
aceito que de vez enquanto o Campeão tenha que mudar.
Nos últimos doze anos
(este incluído) vencemos dez vezes, nos outros dois anos, ficamos em segundo. Gostaríamos
mais de ter vencido, mas foram vários pormenores, que juntos o impediram.