quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A PROPÓSITO DE... COMPETIÇÃO DE VOLEIBOL, OU VOLTA A PORTUGAL?


Sinceramente, permitam que  questione...
Serei eu que oiço e vejo mal, ou estarei completamente errado? 
Falam constantemente de crise, de bancarrota, de um futuro incerto – falam, ou, sou eu que oiço de mais? – mas as acções de todos os dias, contrariam tudo o que oiço (ou penso ouvir) e demonstram totalmente o contrário.

Podem estar descansados, caros leitores, não vou falar de política, se bem, que política seja tudo o que nos rodeia e nos faz questionar a realidade em que vivemos, ou nos obrigam a viver.
Vou continuar a falar de desporto e do Boavista.
De que falo. então?
Falo de um  país que chora, mas que  todos os dias, vai para as festa, falo de um país cujo desporto é governado (?) por um grupo de homens que vive “a Leste” da tal crise que todos apregoam existir.
O maior exemplo, de tudo isto, é  o sorteio, ou melhor dizendo,  a forma de disputa do Campeonato de Juvenis de Voleibol. Nem o futebol de onze consegue aproximar-se de tal utopia…

O Boavista, e é este clube que nos diz respeito, teve a “sorte” de ser obrigado a cumprir três grandes deslocações uma a  Lisboa, uma a Sesimbra, uma a Alverca, uma  a Coimbra!!! para além das mais próximas. 
Num campeonato, que mais parecerá uma organização de um grupo excursionista.
Obviamente as jovens Panteras estarão encantadas!
O sangue jovem das atletas fervilha por tantas deslocações… mas a realidade é tremenda, para a visão de quem tem gerir, o pouco dinheiro que tem para toda a época!
Os dirigentes dos clubes que paguem a crise!
Como se chegou a este estado de coisas?
A esta irrealidade?
Este passar ao lado da crise.
Será que os clubes terão que mostrar ao exterior (Troika) que a crise já é passado, revivendo a lenda da Deuladeu Martins, lançando para a rua, o pouco dinheiro que ainda temos?
 O sorteio estava inquinado desde a base, senão vejamos!
Dividindo as equipas em duas séries, sem um cuidado de salvaguardar situação geográfica e a aproximação entre clubes.
Mas mais grave. Inventou-se o cruzamento entre as séries em jogos a uma mão!
Onde já vi isto?
Na NBA… claro!
Esta grande decisão, transporta na sua essência, duas realidades. A desvirtuação da verdade desportiva e o esbanjamento - desnecessário – do valor material.
Explico, o meu ponto de visto.
Ao fazer um cruzamento a uma volta, era mais que evidente que poderia acontecer uma clara diferença de calendário. Uma equipa que esteja a fazer uma excelente  prova, na sua série, pode ter o “azar” de defrontar os melhores adversários da outra série, vendo os seus adversários directos, beneficiar ao jogar com adversários mais modestos, alterando a classificação da sua prova.
A haver cruzamento de séries, então que houvesse uma prova a duas voltas e nunca a uma.
Ao Boavista, saiu a fava, nas viagens e nos adversários, pois em todos os jogos do cruzamento o Boavista terá que jogar fora e no Sul do país…
Missão ingrata,  para quem tem que gerir (o pouco) o que há! Uma deslocação a Lisboa custarão no mínimo, setecentos euros, só em transporte… multipliquem! E não esqueçam, estamos a falar de Juvenis.
Dois pormenores, para terminar.
O futebol de onze, com os grandes, tem uma fase final Nacional de Juvenis, de quatro equipas… cada clube, faz três saídas e somente duas fora da sua zona!
Para concluir, devo dizer, que esta fase da prova é uma fase intermédia! Depois haverá uma fase final de seis equipas a nível nacional… com uma equipa insular!
Crise? Qual crise?
Ou eu, ando a ouvir (e a viver) mal, ou alguém anda muito esquecido da realidade.
E ninguém faz nada?
Não?

Então vamos (também) na excursão!

 


Manuel Pina ferreira