domingo, 26 de julho de 2009

OS PAIS - SOFIA E CARLOS PINTO.


Os futuros Cinturões negros, em exame...
para o amarelo

Depois de ouvir o filhote, fomos “tirar” a limpo a situação.
Começamos por ouvir a Senhora Pinto
.

Como se chama?
Sofia Pinto.
É uma família de desportista, como aconteceu esta coincidência?
Somos realmente uma família de desportista e tudo por influência do filho. Inscrevemo-lo e, ele trouxe o pai, depois ambos trouxeram-me a mim.
Gosta do Karaté?
Gosto e sempre gostei. Quando era da idade do Gonçalo já gostava mas fui sempre adiando, adiando e agora, acabou por surgir a oportunidade.
Há quanto tempo?
Desde Abril, eles entraram em Outubro.
Encontram-se hoje inscritos neste estágio. São obrigados a estar presentes em estágios?
Não, não somos obrigados. Eles vêem fazer exames para mudar de cinturão e tinham que estar presentes e eu, vim porque quis, para aprender mais e para os apoiar antes dos exames, considero sempre bom estar presente.
Vem um, vêm todos…
Exactamente.
Como é que uma dona de casa consegue organizar uma família de desportistas, em casa é só a mãe que trabalha?
Não, todos colaboram, senão, não era possível. Os treinos acabam tarde e depois em casa todos têm a sua missão a realizar.
Mesma na situação que o Clube atravessa, gosta de pertencer ao Boavista?
Gostamos bastante e principalmente das aulas porque realmente o Mestre é impecável e gostamos bastante.

Entretanto aproximou-se o pai e mudamos o rumo da conversa… a dois.
Como se chama?
Carlos Pinto.
Foi desafiado para a modalidade. E agora que entrou, o Karaté já é uma paixão?
Sim é! Agora o objectivo é progredir e ir o mais longe possível mesmo a nível físico.
O Gonçalo diz que só pára quando conquistar o cinturão negro e o pai?
E o pai vai ter que o acompanhar, porque ele diz que não deixa o pai desistir enquanto não chegar igualmente ao preto.
A senhora já me disse que não vai fazer exames mas vocês sim. Estes estágios são importantes?
Aprende-se sempre e considero-os interessantes. Partilham-se ideias com novas pessoas, conhecem-se novas pessoas é interessante.
Não sendo o Boavista a organizar, estes estágios não estão à revelia do professor?
Não, antes pelo contrário. É muito importante que ele esteja presente. Nós somos um clube e bom que o nosso Mestre esteja presente, é um apoio que temos, nesta fase em que vamos realizar os exames. É um pouco como uma equipa de futebol, ir para o jogo sem levar o treinador. Pode levar o Presidente, mas se não levar o treinador, não é a mesma coisa. É importante que o professor esteja presente.
Como consegue gerir uma família tão activa?
Acho que seguimos a metodologia que diz que; corpo são mente sã. Se conseguirmos gerir o desporto acabamos por nos sentirmos bem, por nos descomprimir, as coisas acabam por nos correr bem e com naturalidade.
A vida em casal corre risco com o tempo. Esta actividade ajuda-vos a evitar esse risco, aumentando a vossa união?
Responde (logo) a Sofia…
Sim torna-se engraçado, porque praticamos desporto e estamos com o nosso filho, o que ele acha imensa graça estarmos com ele no desporto. Mesmo para nós é aquela disputa saudável nos treinos (sorrindo maliciosa virada para o marido…) o que acaba por ser bom.
Vinte e quatro (quase) horas sempre juntos…
O Carlos entreviu.
Sabe o Gustavo teve um acompanhamento psicológico e fomos aconselhados a fazer algo em comum. Hoje em dia, as famílias separam-se e cada um faz o que quer. Uns para um lado, outros para outro e não há a convivência. Isto para nós, acabou por ser muito salutar, para o Gustavo e para nós. Existem famílias que sentam em frente a uma televisão e ninguém fala, nós vimos juntos temos duas horas e meia de treino e chagamos a casa temos sempre comentários a fazer.
E saímos bem dispostos… (
acrescentou a Sofia).
E têm a competição interna a ver quem é o melhor…
Eu vou ficar pelo cinturão branco… (
será?) eles é que vão até ao preto.
Quando estivemos a fazer a inscrição no Boavista e dissemos que éramos os pais do miúdo, a senhora ficou a olhar para nós.
Convenhamos que é um caso muito raro…
De novo Carlos.
Até nos treinos já se notou. Quando comecei a treinar com o Gustavo, as pessoas admiraram-se e então quando a mãe também entrou, as crianças chegam a comentar sobre isso e penso que se os pais os acompanhassem as crianças iriam gostar muito. Mas compreendo que nem todos gostem e nem todos possam.

Poderá não ser inédito. Mas que é uma família rara, não existem dúvidas.


Se virem na praia, um trio com uma bola debaixo do braço, equipados de quimono e a surfar…
não se admirem…

São os Pintos do Boavista FC.