José
Vasconcelos é o técnico principal da
equipa sénior de futsal para a presente época. Boavisteiro de coração, José
Vasconcelos foi o primeiro treinador das equipas de futsal do Boavista.
Neste seu regresso a casa – cerca de três dezenas de anos depois – registamos a sua opinião sobre a prova na sua
globalidade e a preparação para o primeiro jogo.
É o teu
regresso ao comando técnico do futsal do clube. Quantos anos depois?
Quase trinta
anos desde a primeira vez que orientei o Boavista.
Foste um dos
fundadores do futsal do Clube?
Na condição
de treinador, sim. Fui o primeiro treinador do Clube, que como todos sabem, se
iniciou com o nome de Panteras Negras e só posteriormente assumiu o nome de Boavista
Futebol Clube. Mesmo nos primeiros anos com o nome do Clube eu continuei como
treinador da equipa. Na totalidade, fui treinador do Boavista nos primeiros quatro/cinco anos de vida do futsal.
No presente
o Boavista está inserido na série “B” talvez a mais difícil e competitiva de
todo o campeonato. Neste contexto quais são os objectivos que consideras
possível alcançar e que aposta vai o Boavista fazer?
Na realidade,
esta série, é a mais complicada de todas e como prova disso, podemos verificar que
normalmente o segundo classificado desta série fica fora da fase final, por ser
considerado o “pior” dos segundos… Como todos sabem, a equipa segundo
classificada, com menor número de pontos conquistados, é considerada a “pior”
segunda classificada e tem que dar lugar ao campeão dos Açores. Como os jogos
são muito equilibrados e todos os resultados podem acontecer, os pontos acabam por ser divididos por diversas equipas sem se concentrarem na sua maioria em duas ou
três.
Mais dificuldades
para se conseguir os objectivos?
Estamos conscientes
dessas dificuldades, mas cientes do nosso valor e preparados para jogar e para
vencer todos os jogos que vamos disputar.
O plantel
que tens dá-te garantias ou sentes necessidade de mais algum elemento?
A experiência
que tenho diz-me que os clubes estão sempre no mercado, aproveitando todas as
oportunidades para se reforçar dentro das necessidades dos planteis. Mas, neste
momento, o plantel dá-nos todas as garantias e foram todos primeiras escolhas. Fizemos
cerca de noventa e cinco por cento de renovações da época anterior e os três
reforços que entraram vieram acrescentar qualidade à que já existia. Estamos conscientes
das dificuldades, mas preparados para a competição.
Quantos treinos
realizam por semana?
Treinamos três
vezes por semana, segunda, terça e quinta sempre no pavilhão Fontes Pereira de
Melo, onde vamos realizar os nossos jogos em casa.
Sempre foste
defensor de um sistema de jogo por todos reconhecido. Na actualidade adaptas
esse sistema ao teu plantel ou tentas adaptar o plantel ao teu sistema de jogo?
Eu tenho um
modelo de jogo em que acredito e com o qual me identifico mas tenho que me ajustar
conforme o meu plantel. Tenho jogadores que me vão dar outro tipo de
opções e naturalmente, não vou retirar essas características e irreverências que
o plantel do Boavista tem. Vamos fazer disso uma mais-valia e adaptar o modelo de
jogo aos jogadores que temos aproveitando as característica de cada um.
Como treinador
de futsal, que análise fazes a estes quadros competitivos, que têm entre os
distritais e o principal escalão só esta prova?
Este modelo
competitivo não faz sentido nenhum e nota-se que muitas equipas campeãs
distritais abdicam da subida `segunda divisão nacional.
Tudo tem que ser
remodelado e passar a disputar a segunda divisão em duas séries de norte e sul com
o maior número de equipas possível e numa segunda fase, fazer um Play-off com
as quatro equipas melhores classificadas para determinar as subidas.
Criar uma divisão intermediária entre os
campeonatos distritais e a primeira divisão nacional. Dado que não tem razão de
ser uma equipa que por um ponto não entre no grupo de luta pela subida ao
primeiro escalão, possa descer aos distritais nessa mesma época.
Para terminar,
que esperas do primeiro jogo do campeonato?
Neste momento,
temos algumas lesões que nos limitam um pouco, estamos a contar com as
naturais dificuldades que o S. Pedro de Fins nos irá colocar. Sabemos que eles têm qualidades
mas nós temos as nossas armas para impor o nosso jogo na procura da vitória
impondo a nossa vontade e o factor casa com os nossos adeptos a apoiarem.