sexta-feira, 31 de maio de 2019

DESPORTO ADAPTADO - ENTREVISTA COM RICARDO SOTTO MAYOR



"ESTOU DE CORPO E ALMA NO BOAVISTA"

Ricardo Sotto Mayor é atleta do Boavista Futebol Clube, no desporto adaptado. Esta época iniciou-se numa nova modalidade “Polybat”. Realizamos uma entrevista para melhor conhecermos este atleta axadrezado.

Vamos começar por se identificar aos nossos adeptos. Quem é o Ricardo?

Chamo-me Ricardo Sotto Mayor, tenho trinta e um anos e estou no Boavista há, mais ou menos, há cinco anos e tenho como habilitações literárias o décimo segundo ano.

Com esse no tempo Clube já fizeste parte de outras modalidades?

Sim. Estive no futsal e no futebol de sete. Actualmente estou a praticar Polibat.

Na tua primeira participação em jogos oficiais nessa modalidade, terminaste num lugar de pódio num torneio nacional. Como decorreu a prova?

Correu muito bem. Gostei muita da experiência e resolvi que vou dedicar-me à modalidade, para conseguir uma evolução. A prova, correu melhor que o que esperava, porque era a minha primeira participação, mas após o primeiro jogo, acalmei e venci os jogos seguintes que me levaram até às meias-finais. Nessa meia-final, perdi com o meu colega de equipa, apurando-me para o terceiro e quarto lugar, venci esse jogo e terminei em terceiro classificado, com o meu colega de equipa, Pedro Gonçalves a vencer a prova.


Vamos falar na globalidade desta vertente desportiva que é o Desporto Adaptado. O Boavista, “abrandou” a sua actividade, talvez por falta de provas oficiais. Actualmente, o Clube decidiu reactivar o departamento. Qual a tua opinião sobre esta aposta?

Acho muito bem. Há pessoas que precisam e a quem devemos dar toda a atenção e será importante trazer mais gente, para o desporto adaptado e para o Boavista Futebol Clube. É importante para as pessoas que precisam, poderem participar no desporto e estarem activas.

Com esta nova aposta, pensas ser possível o recomeço do futsal?

Penso que sim, mas precisamos de mais gente. O meu director tem feito um apelo público nesse sentido, que eu reforço e subscrevo as palavras dele, porque temos que aumentar o grupo de jogadores do futsal.

Como é que tu analisas que a própria federação, tenha deixado de realizar os campeonatos e provas oficiais da modalidade?

Na minha opinião eles valorizam muito os que consideram melhores, não ligando muito aos outros e assim ficam sem espaço e número para fazerem provas conjuntas. Há pessoas que precisam de tempo e eles não dão esse tempo a essas pessoas.


Mesmo nessas condições, não achas que é sempre possível a continuação de um campeonato que tinha só quatro equipas?

Chega a ser irrisório e vem confirmar o que atrás registei, da atenção, neste caso falta dela, às pessoas. Eu, participei na Selecção Nacional de futsal e verifiquei que praticamente só jogava uma equipa, sempre os mesmos jogadores. Os menos capazes quase nunca eram utilizados isso provocou o natural desanimo, que a Federação não conseguiu corrigir.

Acreditas que um dia a Federação irá recuperar o campeonato?

Duvido muito disso!

Voltemos ao Polybat. Como analisas a modalidade?

Acho uma modalidade excelente porque permite que todos possam jogar independentemente da “deficiência” que a pessoa tenha. Dividida em várias divisões o - que salvaguarda, desde logo, o grau de dificuldade de cada atleta – assim permite que todos possam jogar. Eu vou apostar na minha evolução nesta modalidade. Tenho conhecimento que o Departamento de Desporto Adaptado está a preparar um espaço para termos condições de treino da modalidade no Bessa, depois seremos nós a divulgar a modalidade tentando conseguir novos colegas para jogarem.

Falaste nas condições que se estão a preparar para os vossos treinos de Polybat. O que te apraz dizer sobre isso?

O Boavista sempre esteve do lado dos atletas e sempre senti o apoio do Clube para o desporto adaptado.


O que representa para ti, ser atleta do Boavista Futebol Clube?

É o clube do meu coração, por isso é um grande orgulho representar o Boavista. Fui bem recebido e estou cá de corpo e alma.

Consideras que o aumento do número de praticantes do desporto adaptado, passa pela divulgação e pelo vosso exemplo?

Há muita gente que tem vergonha. Mas nós devemos superar a nossa “deficiência” estando activos. Claro que devemos tentar divulgar e convidar outras pessoas para virem praticar desporto.

Acreditas no desporto adaptado?

No Boavista, acredito. Quero deixar um repto. Convido todos a virem reforçar o Boavista quer em futebol, ou futsal ou Polybat, para reforçar e recomeçar a nossa actividade no desporto adaptado.