"ESTOU DE CORPO E ALMA NO BOAVISTA"
Ricardo Sotto Mayor é atleta do Boavista Futebol Clube, no desporto
adaptado. Esta época iniciou-se numa nova modalidade “Polybat”. Realizamos uma
entrevista para melhor conhecermos este atleta axadrezado.
Vamos começar por se identificar
aos nossos adeptos. Quem é o Ricardo?
Chamo-me Ricardo Sotto Mayor, tenho trinta e um anos e estou no
Boavista há, mais ou menos, há cinco anos e tenho como habilitações literárias
o décimo segundo ano.
Com esse no tempo Clube já
fizeste parte de outras modalidades?
Sim. Estive no futsal e no futebol de sete. Actualmente estou a
praticar Polibat.
Na tua primeira participação em
jogos oficiais nessa modalidade, terminaste num lugar de pódio num torneio
nacional. Como decorreu a prova?
Correu muito bem. Gostei muita da experiência e resolvi que vou
dedicar-me à modalidade, para conseguir uma evolução. A prova, correu melhor
que o que esperava, porque era a minha primeira participação, mas após o primeiro
jogo, acalmei e venci os jogos seguintes que me levaram até às meias-finais.
Nessa meia-final, perdi com o meu colega de equipa, apurando-me para o terceiro
e quarto lugar, venci esse jogo e terminei em terceiro classificado, com o meu
colega de equipa, Pedro Gonçalves a vencer a prova.
Vamos falar na globalidade
desta vertente desportiva que é o Desporto Adaptado. O Boavista, “abrandou” a
sua actividade, talvez por falta de provas oficiais. Actualmente, o Clube
decidiu reactivar o departamento. Qual a tua opinião sobre esta aposta?
Acho muito bem. Há pessoas que precisam e a quem devemos dar toda a
atenção e será importante trazer mais gente, para o desporto adaptado e para o
Boavista Futebol Clube. É importante para as pessoas que precisam, poderem
participar no desporto e estarem activas.
Com esta nova aposta, pensas
ser possível o recomeço do futsal?
Penso que sim, mas precisamos de mais gente. O meu director tem feito
um apelo público nesse sentido, que eu reforço e subscrevo as palavras dele,
porque temos que aumentar o grupo de jogadores do futsal.
Como é que tu analisas que a
própria federação, tenha deixado de realizar os campeonatos e provas oficiais
da modalidade?
Na minha opinião eles valorizam muito os que consideram melhores, não
ligando muito aos outros e assim ficam sem espaço e número para fazerem provas
conjuntas. Há pessoas que precisam de tempo e eles não dão esse tempo a essas
pessoas.
Mesmo nessas condições, não
achas que é sempre possível a continuação de um campeonato que tinha só quatro
equipas?
Chega a ser irrisório e vem confirmar o que atrás registei, da
atenção, neste caso falta dela, às pessoas. Eu, participei na Selecção Nacional
de futsal e verifiquei que praticamente só jogava uma equipa, sempre os mesmos
jogadores. Os menos capazes quase nunca eram utilizados isso provocou o natural
desanimo, que a Federação não conseguiu corrigir.
Acreditas que um dia a
Federação irá recuperar o campeonato?
Duvido muito disso!
Voltemos ao Polybat. Como
analisas a modalidade?
Acho uma modalidade excelente porque permite que todos possam jogar independentemente
da “deficiência” que a pessoa tenha. Dividida em várias divisões o - que
salvaguarda, desde logo, o grau de dificuldade de cada atleta – assim permite
que todos possam jogar. Eu vou apostar na minha evolução nesta modalidade.
Tenho conhecimento que o Departamento de Desporto Adaptado está a preparar um
espaço para termos condições de treino da modalidade no Bessa, depois seremos
nós a divulgar a modalidade tentando conseguir novos colegas para jogarem.
Falaste nas condições que se
estão a preparar para os vossos treinos de Polybat. O que te apraz dizer sobre
isso?
O Boavista sempre esteve do lado dos atletas e sempre senti o apoio do
Clube para o desporto adaptado.
O que representa para ti, ser
atleta do Boavista Futebol Clube?
É o clube do meu coração, por isso é um grande orgulho representar o
Boavista. Fui bem recebido e estou cá de corpo e alma.
Consideras que o aumento do
número de praticantes do desporto adaptado, passa pela divulgação e pelo vosso
exemplo?
Há muita gente que tem vergonha. Mas nós devemos superar a nossa
“deficiência” estando activos. Claro que devemos tentar divulgar e convidar
outras pessoas para virem praticar desporto.
Acreditas no desporto adaptado?
No Boavista, acredito. Quero deixar um repto. Convido todos a virem
reforçar o Boavista quer em futebol, ou futsal ou Polybat, para reforçar e
recomeçar a nossa actividade no desporto adaptado.