quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

ENTREVISTA COM JOSÉ MIGUEL AZEVEDO, UM CAMPEÃO SEM FRONTEIRAS





O Boavista é um clube de tope nacional e envergar esta camisola é um orgulho para qualquer atleta

 José Azevedo, tem vinte e nove anos e é praticante de Atletismo na categoria de INAS. Sagrou-se Campeão Nacional de estrada na distancia de 10 km, em 2017. 

Entre outros títulos, conta com o de Campeão Europeu de corta-mato e pista coberta. É natural de Pedome, fomos entrevista-lo em pleno treino no estádio da Maia.


José Azevedo, quando começou a praticar atletismo?


Comecei tarde, pois já tinha dezoito anos quando resolvi iniciar a actividade no atletismo, Antes jogava futebol e tive que abandonar essa modalidade por problemas nos joelhos.



A alteração entre modalidades foi imediata?


Não. Por causa da minha lesão estive dois anos sem praticar desporto. Depois desse período, comecei a correr e a fazer uns treinos e a participar em provas na condição de individual.



E chegou a fase da sua filiação. Como se processou?

Comecei a ter vários convites de alguns clubes e decidi iniciar a minha carreira, filiado num clube. A partir daí comecei a treinar mais a sério e confesso que nunca pensei chegar a este nível competitivo.




Qual o seu percurso até chegar ao Boavista?

Comecei em Viana do Castelo no Alzira lário e passei pelo Moreirense, onde estive dois anos e ingressei no Núcleo Atletismo de Joane, e… tive que parar por uma lesão no joelho. Foi um passo atrás na minha carreira, pois parei um ano de competir.



E regressou em que clube?


No clube Moinhos de Vermoim, passei pelo Atlético da Póvoa apos ter feito duas épocas sem ligação a qualquer clube.



Como se dá o ingresso no Boavista Futebol Clube?


Já tinha anteriormente sido convidado pelo Baltasar para entrar num projecto, mas nessa altura tinha compromissos com vários patrocinadores e cumpri os contratos com eles. Esta época fiquei livre e inscrevi-me no Boavista onde estou bem e feliz.



Qual a especialidade que tem como atleta?


Eu faço de tudo. Gosto de pista e também faço estrada e corta-mato. Mas o que mais gosto é Crosse, onde me sinto como um atleta mais completo.



Falemos de títulos conquistados. Quais os que considera mais significativos?


Conquistei no ano de 2017 o Campeonato Nacional de Estrada, mas antes já tinha conquistado outros títulos, como Campeão Europeu de corta-mato e pista coberta. Mas o título mais saboroso que guardo foi no campeonato regional de corta-mato, onde tudo aconteceu, foi há três anos em Celorico de Basto.




Mas há quem diga que não chega um armário para guardar tanta medalha. É verdade?


Com tão pouco tempo de competição, acho que realmente, ultrapassei o nível que esperava.



Desculpe colocar assim a questão. Você foi durante um atleta do atletismo normal. Que aconteceu para esta mudança física?


Durante anos corri em atletismo normal, sendo um atleta com excelentes resultados e com chamadas à selecção nacional. Uma lesão grave destruiu essa caminhada. Depois os constantes assédios, dos responsáveis pela Federação Paralímpica fizeram-me repensar toda a carreira, e abraçar a modalidade paralímpica de INAS.



Objectivos para este ano?


Estou a trabalhar para o Campeonato Europeu de IPC, na distancia de 1500 metros, que se realizará no mês de Agosto. Neste momento, estou a treinar para conseguir os mínimos para assegurar a presença. Mudei de treinador e estou a preparar-me para dentro de um ou dois meses começar a aposta na procura da obtenção desses mínimos.



Quem é o teu treinador?


 O Miguel Teixeira. Treino com este grupo para não treinar sozinho e assim na companhia deles tudo se torna mais fácil.




Satisfeito pelo ingresso no Boavista Futebol Clube?


Claramente. O Boavista é um clube de tope nacional e envergar esta camisola é um orgulho para qualquer atleta. Estou inserido num projecto do clube e com uma entrega total. Espero ver o Boavista de novo no seu lugar no desporto nacional, mas tenho a consciência que isso só será conseguido aos poucos.



Qual a tua mensagem final?


Quero agradecer o trabalho e dedicação que o meu treinador tem dado nestes meses, quero agradecer à minha família que foi sempre o meu pilar, que evitou a minha desistência, nas vezes que atirei a toalha ao chão a seguir às lesões que sofri. Por último agradecer à Fisiomar, porque sem a ajuda, deles, nunca teria voltado a competir.

Entrevista de 
Manuel Pina