O Boavista é um clube de tope nacional e envergar esta camisola
é um orgulho para qualquer atleta
José Azevedo, tem vinte e nove anos e
é praticante de Atletismo na categoria de INAS. Sagrou-se Campeão Nacional de
estrada na distancia de 10 km, em 2017.
Entre outros títulos, conta com o de
Campeão Europeu de corta-mato e pista coberta. É natural de Pedome, fomos entrevista-lo em
pleno treino no estádio da Maia.
José
Azevedo, quando começou a praticar atletismo?
Comecei
tarde, pois já tinha dezoito anos quando resolvi iniciar a actividade no
atletismo, Antes jogava futebol e tive que abandonar essa modalidade por
problemas nos joelhos.
A
alteração entre modalidades foi imediata?
Não.
Por causa da minha lesão estive dois anos sem praticar desporto. Depois desse
período, comecei a correr e a fazer uns treinos e a participar em provas na
condição de individual.
E
chegou a fase da sua filiação. Como se processou?
Comecei
a ter vários convites de alguns clubes e decidi iniciar a minha carreira,
filiado num clube. A partir daí comecei a treinar mais a sério e confesso que
nunca pensei chegar a este nível competitivo.
Qual
o seu percurso até chegar ao Boavista?
Comecei
em Viana do Castelo no Alzira lário e passei pelo Moreirense, onde estive dois
anos e ingressei no Núcleo Atletismo de Joane, e… tive que parar por uma lesão
no joelho. Foi um passo atrás na minha carreira, pois parei um ano de competir.
E
regressou em que clube?
No
clube Moinhos de Vermoim, passei pelo Atlético da Póvoa apos ter feito duas
épocas sem ligação a qualquer clube.
Como
se dá o ingresso no Boavista Futebol Clube?
Já
tinha anteriormente sido convidado pelo Baltasar para entrar num projecto, mas
nessa altura tinha compromissos com vários patrocinadores e cumpri os contratos
com eles. Esta época fiquei livre e inscrevi-me no Boavista onde estou bem e
feliz.
Qual
a especialidade que tem como atleta?
Eu
faço de tudo. Gosto de pista e também faço estrada e corta-mato. Mas o que mais
gosto é Crosse, onde me sinto como um atleta mais completo.
Falemos
de títulos conquistados. Quais os que considera mais significativos?
Conquistei no ano de 2017 o Campeonato Nacional de Estrada, mas antes já
tinha conquistado outros títulos, como Campeão Europeu de corta-mato e pista
coberta. Mas o título mais saboroso que guardo foi no campeonato regional de
corta-mato, onde tudo aconteceu, foi há três anos em Celorico de Basto.
Mas há quem diga que não chega um armário para guardar tanta medalha. É
verdade?
Com tão pouco tempo de competição, acho que realmente, ultrapassei o nível
que esperava.
Desculpe colocar assim a questão. Você foi durante um atleta do atletismo
normal. Que aconteceu para esta mudança física?
Durante anos corri em atletismo normal, sendo um atleta com excelentes
resultados e com chamadas à selecção nacional. Uma lesão grave destruiu essa
caminhada. Depois os constantes assédios, dos responsáveis pela Federação
Paralímpica fizeram-me repensar toda a carreira, e abraçar a modalidade
paralímpica de INAS.
Objectivos para este ano?
Estou a trabalhar para o Campeonato Europeu de IPC, na distancia de 1500
metros, que se realizará no mês de Agosto. Neste momento, estou a treinar para
conseguir os mínimos para assegurar a presença. Mudei de treinador e estou a
preparar-me para dentro de um ou dois meses começar a aposta na procura da
obtenção desses mínimos.
Quem é o teu treinador?
O Miguel Teixeira. Treino com este
grupo para não treinar sozinho e assim na companhia deles tudo se torna mais
fácil.
Satisfeito pelo ingresso no Boavista Futebol Clube?
Claramente. O Boavista é um clube de tope nacional e envergar esta camisola
é um orgulho para qualquer atleta. Estou inserido num projecto do clube e com
uma entrega total. Espero ver o Boavista de novo no seu lugar no desporto
nacional, mas tenho a consciência que isso só será conseguido aos poucos.
Qual a tua mensagem final?
Quero agradecer o trabalho e dedicação que o meu treinador tem dado nestes
meses, quero agradecer à minha família que foi sempre o meu pilar, que evitou a
minha desistência, nas vezes que atirei a toalha ao chão a seguir às lesões que
sofri. Por último agradecer à Fisiomar, porque sem a ajuda, deles, nunca teria
voltado a competir.
Entrevista de
Manuel Pina