OS ALICERCES DA ESCOLA SÃO SEGUROS
Paulo Jorge, será o treinador das equipas jovens de competição e dará
apoio nos ensinamentos dos primeiros passos dos hoquistas, da escola de hóquei
do Boavista. Homem do hóquei em patins, sempre ligado à modalidade, primeiro como atleta
e posteriormente, com treinador.
Vamos fazer a apresentação de Paulo Jorge, falando do seu passado no
hóquei?
Toda a minha formação, como atleta, foi feita no FC Porto, tive uma
passagem de, um ano, no Académico do Porto. Como jogador joguei em equipas com
alguma nome na modalidade, mesmo na primeira divisão. Entre outras, refiro
apenas como exemplo, a AD Valongo, a Sanjoanense, a Académica de Coimbra. Terminei
a minha carreira como jogador com a idade de vinte e nove anos, no CH do Marco.
Como treinador, esteve sempre ligado à formação?
Não. Comecei na função de treinador em equipas seniores. Treinei o
Lavra, a Juventude Pacense, o Riba D’Ave. A nível de formação treinei o
Gulpilhares, o Valongo e neste último ano treinei o Académico na equipa de sub-20.
Como surge neste projecto do Boavista?
Primeiro porque sei que é um projecto com pernas para andar, que vamos
iniciar de base, sem prejuízo da equipa sénior, mas o meu trabalho e da equipa,
será exclusivamente de formação.
Pelo que me apercebi, já têm definido a forma de trabalho que será de
trás para a frente, ligando à qualidade e não à quantidade. Estou certo?
É exactamente assim. Vamos tentar formar as duas primeiras equipas de
competição a de sub13 e a de sub15. O número de atletas com que vamos trabalhar
está delineado, nem mais nem menos, para não colocar em causa as épocas
futuras.
Vamos procurar ter alguma qualidade, como é evidente. Vamos formar homens e
formar atletas, para lhe dar as "ferramentas"para irem por aí acima na
modalidade.
Já existem atletas recrutados?
Já temos alguns nomes de atletas que conheço muito bem, que estão falados
e com o sim garantido. Ainda, não estão os dois planteis completos, mas em breve
estarão fechados.
Toda organização está definida a nível de funções de treino?
Sim, claro. O Ricardo será o técnico que receberá os jovens sem
qualquer contacto com os patins e os ensinará a patinar, embora eu, já tenha
dito ao Morais, que estou à disposição para trabalhar com os "pequenininhos",
ajudando o Ricardo, sempre que precisarem, cá estarei.
Já coloquei uma outra questão, sobre ter uma pessoa para trabalhar
comigo no treino especifico de guarda-redes. É um ex-atleta meu, Boavisteiro de
gema, que toda a gente conhece e que irá treinar os guarda-redes de sub13 e
sub15.
Os alicerces da escola estão a ser montados?
Com calma, com segurança. É preferível ter menos atletas agora e ir
colocando na altura certa, um aqui, outro acolá se houver essa necessidade, sem
colocar em causa as épocas futuras, por excesso de jogadores, que infelizmente é
o mal de outros clubes.
Permita-me que introduza um pouco de polémica. Está a referir-se a causas
provenientes de insatisfação dos pais, que sempre se notam em todos os clubes?
Conheço bem essa realidade, infelizmente e não é nada agradável.
Quais a perspectivas que tem para esta escola, que hoje está a ser
inaugurada?
Acredito que vai ser um sucesso e há uma situação que é muito
importante. O Boavista é uma marca. Mais tarde ou mais cedo com o trabalho das pessoas
que aqui vão trabalhar, a captação de jovens vai-se tornar fácil.
A escola vai começar utilizando o pavilhão do Leça FC, haverá no
futuro, a perspectiva de um dia passarmos para um pavilhão dentro da cidade do
Porto, que é casa do Boavista?
Há essa possibilidade, vamos trabalhar nesse sentido e não é assunto
a descurar essa hipótese. Mas este pavilhão pode ser longe para uns e perto para
outros, como no futuro qualquer outro. Concordo que um pavilhão dentro da cidade pode ser bom para os Boavisteiros,
mas como vamos apanhar atletas de todo o lado, qualquer um serve. Mas como
disse, vamos estar atentos a esse ponto.
Formando as equipas de competição, não vai chegar tremar unicamente ao
sábado?
Nem de perto nem de longe. Nesse caso, vamos treinar provavelmente três
vezes por semana, com os dois escalões e penso que haverá um grupo que poderá treinar
quatro vezes por semana, que será o grupo, que poderá treinar no seu escalão e
no escalão de sub15.
Segundo entendo, acabará por existirem três escalões de trabalho independentes.
A base da aprendizagem, a competição jovem e os seniores. Confirma?
É exactamente o que se pretende fazer. Esperamos que os seniores
continuem, porque é sempre o lado mais visível, mas o futuro está cá em baixo e
tem que ser um futuro bem trabalhado e preparado. Não podemos dar passos maior
que que as pernas, neste caso maior que a passada dos patins. Vamos com calma.
Em algumas modalidades colocam-se jogadores a formadores de jovens,
mas nem sempre um bom jogador é um bom formador. Qual a sua percepção sobre
este ponto?
Essa é outra das realidades. Há pouco falei da quantidade no excesso
de atletas nos escalões de formação e o caso que foca é outro caso a ter em
conta. Eu defendo que os melhores treinadores deviam estar aqui em baixo nos
escalões de formação.
Sei, que esses jovens - muito deles ainda estão na
carreira de atleta – virão a ser grandes treinadores, mas neste momento, ainda
têm muito para aprender. Têm que ganhar experiência ao lado de pessoas que já a
têm e passar a mensagem que aprendem.
Demasiada ansiedade de progredir na carreira?
Muitas da vezes os clubes são os culpados, porque lançam às feras e
fogueira, jovens que ainda não estão em condições para assumirem esse cargo de
formação… sozinhos.
É preciso formar os formadores?
Exacto! E a nossa equipa de formadores é composta por gente com
passado no hóquei e já formada.