No desporto,
existem alguns factos indiscutíveis, que um verdadeiro desportista, tem sempre
em conta. Existem aspectos positivos e outros antagónicos! Não existem vitórias
morais! Para se vencer alguém terá que perder!
Acompanhei, de
muito perto, todo o trabalho de uma época que a equipa de Voleibol realizou, perseguindo um sonho, que consideravam possível.
Foram semanas
de treinos constantes, foi a demonstração de uma raça e dedicação para
ultrapassarem dificuldades e outros obstáculos. Sempre conscientes das
dificuldades, mas sempre apostadas em vencer.
No último
jogo, as panteras perderam com uma equipa profissional, apostada em se elevar
para os mais altos voos do Voleibol português. A diferença entre o simples
amadorismo e o profissionalismo, acabou por decidir o título Nacional.
As nossas
atletas, treinavam depois de um dia de trabalho, as adversárias, usufruíam de
um dia de total dedicação para treinarem. Esquemas de jogo, estudo do
adversário, etc…
Na hora
decisiva… isso foi decisivo!
Não há
vitórias morais!
Ganhou quem
nesse jogo, foi melhor!
Isso mesmo,
assumiu, o temperamental e emotivo técnico axadrezado, que durante o jogo tudo
faz para levar a sua equipa à vitória… mas posteriormente ao jogo, sabe
analisar e valorizar quem venceu!
A Lusófona
venceu. Mas o Boavista, perdendo, não foi derrotado!
Mostrou desportivismo,
soube reconhecer a vitória adversária e saiu da prova como nela entrou e
durante toda a prova esteve. De cabeça levantada e com extrema dignidade!
Sei, que as
atletas Boavisteiras ainda não ultrapassaram a sua dor e desilusão. Mas sei,
também, que devem estar orgulhosas com o seu percurso e trabalho desenvolvido.
Nisso, foram
campeãs!
Esta é a mensagem
que tenho obrigação, de tornar público, porque – repito – sei bem, como
trabalharam para conseguir o seu sonho.
Uma palavra,
para a organização axadrezada, que esteve impecável e calou muitas opiniões
destrutivas, a nível nacional.
Neste ponto,
o Boavista foi claramente vencedor. Essa organização teve muitos colaboradores
anónimos. Por esse motivo, permitam-me que nomeie uma pessoa que muito sofreu,
mas nunca abandonou a sua missão. Refiro-me a Graziela Palmeira. Apostou…teimou
e venceu!
Termino, com
uma palavra para o público, mesmo para quem só viu estes jogos da final, o seu
comportamento foi excepcional! Deslocaram-se ao pavilhão para serem campeões e
viram o seu adversário levar o título… mantiveram-se como verdadeiros desportistas,
aceitando a derrota e aplaudindo todos os intervenientes.
No desporto
para uns vencerem outros têm que chorar! É a essência do desporto! Os espectadores
assumiram isso!
Foi bonito e
digno para as cores do Boavista! Só os grandes Campeões sabem aceitar as derrotas.
Parabéns
Panteras.
Manuel Pina
Ferreira