domingo, 21 de fevereiro de 2016

MARIANA COSTA - UMA JOVEM COM AMBIÇÕES E PODER DE CRITICA

SE AS OUTRAS CONSEGUEM, PORQUE NÃO HEI-DE CONSIGUIR EU? 
CLARO ,QUE VOU CONSEGUIR!

Mariana Costa, é uma atleta da equipa de Juvenis de voleibol. Começou a entrevista algo receosa, mas com o passar do tempo, foi ficando mais à vontade. Tivemos uma conversa, versando a cidadã, a desportista e uma jovem com poder critico.



A CIDADÃ
Vamos iniciar esta conversa, por conhecer a cidadã e depois a desportista e aluna. Quem é a Mariana?

Chamo-me Mariana Costa, tenho dezasseis anos e frequento um curso na área desportiva, no Externato Santa Clara.

Neste momento, estás a realizar um estágio, no Boavista. Porquê no Boavista?

O estágio, tem a finalidade de interagir com a sociedade, ser uma base de trabalho e de preparação para os objectivos do próprio curso. 
O facto de ser no Boavista, deve-se a eu ser atleta do Clube e o professor Carlos Simão, ter colaborado, com a parte desportiva do estágio.  Depois, vim para o Estádio do Bessa, concluir a parte administrativa. Mas todo o processo, teve em base a escolha da escola que ligou para o Boavista e pediu para o estágio  ser feito aqui.

Para o futuro o que pretendes fazer na vida?

Quero continuar ligado ao desporto, como praticante de voleibol e profissionalmente tenho dois sonhos. O primeiro, é utilizar o meu curso no ramo de gestão desportiva e o segundo, estar ligado à moda.

Moda?

Sim. gosto muito e é uma das minhas paixões.

Para concluir esta fase, pergunto qual é o clube de coração da Mariana Costa?

Cem por cento, Boavisteira! Desde que me conheço sempre tive  amor a este clube, assim como sente a minha mãe. Somos mesmo, boavisteiras e vou inscrever-me como sócia ainda este mês. Aliás o departamento de voleibol, vai inscrever todas as atletas como associadas, mas eu quero ser sócia para sempre.

Desportivamente falando, começo por perguntar. Porquê o voleibol?

Entre todos os desportos, há sempre um que mais gostamos mais, e comigo, foi sem dúvida o Voleibol que mais me entusiasmou.

Há quanto tempo estás no Boavista?

Há cerca de quatro meses, porque não entrei em Setembro, como seria normal. Estou ainda numa fase de aprendizagem na modalidade, embora ansiosa por começar a jogar. 
O meu processo de inscrição foi algo complicado mas está finalmente concluído e agora, será a treinadora a decidir a minha estreia oficial.

Então só iniciaste a prática de voleibol este ano. E antes que modalidade praticaste?

Sim, só comecei no voleibol ao chegar ao Boavista, mas antes, pratiquei natação e patinagem.

Em que clubes?

Na natação, foi no Senhora da Hora e na patinagem, foi através da escola.

Como surge a ideia de mudar de modalidades?

A minha mãe foi atleta de voleibol no Boavista e o meu avô pertenceu à equipa de ciclismo do Boavista. Como sou boavisteira, quis vestir a “nossa” camisola e o voleibol, pareceu-me o caminho a seguir, para concretizar esse sonho. 
Como todos estiveram ligados ao Boavista, eu… juntei tudo!

Como viveste, na condição de  boavisteira, a queda do clube na segunda divisão e actualmente, o seu renascimento?

Quando caiu, ou o fizeram cair, melhor dizendo, foi uma admiração... porque nunca pensei que isso ia acontecer. 
Neste momento, sinto uma grande alegria e uma certeza que o Boavista,vai voltar onde estava e que é o seu lugar. Sinto um orgulho enorme pela reação que o clube teve, já que foi dado como acabado, mas contrariando todos, aqui está de novo, para ficar cada vez melhor.

Acreditas nisso?

Claro que sim!

A ATLETA

Vamos falar da atleta. A que equipa pertences e... “percebias” alguma coisa de voleibol?

Pertenço à equipa de Juvenis e claro, que quando cá cheguei não jogava nada! Estou a começar do zero. Tinha jogado em torneio de escola, mas não tem nada a ver com as técnicas que aqui se usam. O melhor é mesmo dizer que estava a zero.

Mas e nesta fase, como estás?

Já vou conseguindo algumas coisas. Ninguém nasce a saber andar, partimos do principio que estou a melhorar os meus conhecimentos e certa que vou conseguir evoluir. 
Se as outras conseguem, porque não conseguiria eu?

Como foste recebida no grupo?

Fui recebida muito bem e conheço-as a todas. É tudo, pessoal "cinco estrelas", num ambiente muito bom que se vive aqui no voleibol do Boavista. 
Mesmo por mais fortes que sejamos, uma ou outra vez, aparece algum desânimo e as pessoas caem. Aconteceu comigo e cheguei a cair, mas elas, apoiaram-me, deram-me ânimo e mostraram-me o seu exemplo. Tudo cinco estrelas.

Quem é a treinadora?

Rita Melo.

Queres dizer mal dela?

Não. Ela é boa treinadora, às vezes tem as suas coisas… mas é como toda a gente.

Como vês a prestação da tua equipa?

Acho que têm melhorado. No escalão anterior, em que elas estavam, parece que não estavam nada bem. Agora têm evoluído, fruto de um excelente trabalho que todas estamos a fazer. Vamos conseguir a evolução que todos os nossos treinadores desejam.

Como é para ti, andar com o teu emblema ao peito?

É um orgulho! Quando recebi o meu equipamento fiquei feliz e orgulhosa. Vou na rua, com o meu equipamento de treino, as pessoas olham e eu fico toda vaidosa e orgulhosa por pertencer ao Boavista. É óptimo.

Como consegues conciliar estudos e treinos?

Quando se gosta, tudo se consegue. Por vezes, cansa um pouco, mas não desisto. Durante o estágio a Doutora Sara Monteiro, tem-me facilitado os horários para ir para os treinos e aproveito para lhe agradecer por isso. 
Quando tenho aulas, saio das aulas, lancho e venho para os treinos. É tudo feito a correr, mas quem gosta…não cansa.

O Coordenador de formação, fez uma afirmação incrível esta semana. Chamou-vos a “Geração do Iogurte” para quem se tem que falar com muito cuidado, pois não passais de uns “vidrinhos de cristal” a quem é preciso engraxar, para vos dizer, umas "verdades" de seguida. Se a vossa vida é muito mais fácil que a de décadas antes, como sois mais fracos que eramos na altura? Com tantas facilidades que vocês têm, como acontece isso?

Pela razão que aponta. Por termos a vida tão facilitada, por termos tanto apoio, é que nos tornamos tão mimadas. 
Estamos habituadas a ter todas as vitórias que a vida nos pode dar. Tudo é fácil. Quando aparecem as primeiras dificuldades, não estamos preparadas para enfrentar. Nessa altura, precisamos do “tal engraxamento” que o professor fala. 
Mas sei que a vida não é assim. Nós temos que conseguir as coisas, pelo nosso esforço, pela nossa autonomia. Esse abandono, e fuga à realidade acontece na escola, nos treinos etc… os meus pais chamam-me a atenção para isso, se desperdiçamos hoje, vamo-nos arrepender para toda a vida. 
Nos treinos e na vida, devemos dar o que podemos e até o que não podemos, pois só assim, conseguiremos as vitórias no desporto e na vida, porque a vida também é um jogo que temos que vencer.

Então o professor tem razão?

É verdade, que tem.

Como vès a carreira da equipa sénior?

Vejo uma grande carreira de uma equipa muito jovem que muito nos orgulha. São excelentes jogadoras, que irão ter grande futuro. 
Vão ganhar e perder muitas vezes, na sua carreira, mas o importante é que não se desmotivem. Estamos orgulhosas do que têm feito.

Sonhas um dia pertencer a essa equipa?

Claro que sim, mas tenho que trabalhar muito, mas estou confiante, porque sei que não se aprende tudo num dia, nem de um dia para a noite. O primeiro objectivo, é começar a jogar oficialmente e depois…c continuar a prender. Enquanto não jogo ajudo, com muito gosto, na banquinha.

Para que é realizada a banquinha?

Para conseguirmos fundos para participarmos nos torneios.

Gostas de estar na banquinha?

Acho que é uma confiança enorme, que depositam em mim, porque mexo muito com dinheiro e com clientes. Consigo estar na banquinha e parar para as ver jogar. Gosto muito da confiança que me deram.

Quando te vais estrear?

Quando a treinadora decidir. Mas quero e anseio o mais cedo possível, embora entenda que não é eu chegar aqui e toca a entrar na equipa, tirando quem cá está há anos. 
Tenho que progredir, mas assento toda a minha convicção, numa frase. 
Se as outras conseguiram, porque não conseguirei eu? A resposta é fácil...
Claro, que vou conseguir!

Entrevista de 
Manuel Pina