Hoje vamos
publicar uma entrevista com Carlos Alves dos Santos, não na qualidade de
vice-presidente adjunto, mas como adepto boavisteiro, embora muitas vezes as
duas posições se tenham cruzado.
Como encarou
o convite para fazer parte da Direcção das amadoras?
Eu conhecia
o engenheiro António Marques, há vários anos, quando ele era director das modalidades
e depois passou para o cargo de vice-presidente, sendo Boavisteiro desde
nascença, foi com muita honra que recebi este convite, endereçado pelo engenheiro
António Marques.
É a primeira
vez que faz parte de algum cargo no Clube?
Sim, é a
primeira vez que faço parte dos Corpos Sociais do Boavista. Já tinha feito
parte do Boavista na categoria de atleta do andebol e sou sócio e adepto do
Boavista desde que nasci, daí que sinto uma grande honra por este cargo, para o
qual fui convidado.
A realidade que
deparou no sector das Amadoras, surpreendeu-o, ou imagina esta actividade?
Tenho e sempre
tive, a consciência das dificuldades que o Boavista atravessa neste momento e
logo, sei também, que essas dificuldades se reflectem mais no sector das
amadoras. Nesse aspecto, nada me surpreendeu. O grande problema é, todos temos consciência,
a falta de um pavilhão, eu quando joguei andebol, foi num tempo em que também
não tínhamos pavilhão do clube, por isso, tinha a noção que o facto de andarmos
constantemente a mudar de espaço para treinos e jogos era complicadíssimo. Com a construção do
pavilhão Acácio Lello a situação mudou significativamente, mas agora voltamos
ao tempo que não tínhamos pavilhão e essas dificuldades regressaram.
Para além dos
encargos que isso acarreta, sabe dos valores em questão?
É um valor
muito grande. Não tinha a noção desses valores e devo dizer que é um valor
muito difícil de cumprir por cada modalidade no final do mês. É um valor assustador.
A construção
de um pavilhão será a solução de futuro e para o futuro?
Efectivamente,
a solução passará por aí. Temos que ter a noção das dificuldades e sabemos que
construir um pavilhão, neste momento mais que complicado, quase não passa de um
sonho. Vamos esperar que as coisas melhores, nesse proposto do revitalizar e com,
o regresso do futebol ao primeiro escalão, que acabará por ser uma mola
impulsionadora, para a concretização desse sonho. Um sonho, que foi realidade e
voltou ao plano de um sonho.
Está preparado
para esperar pela conclusão desse sonho, por mais uns anos?
Estou preparado,
como estarão todos os adeptos, mas também estou preparado para ajudar o clube
no que poder durante esse tempo de espera, quanto mais não seja conseguir
angariar receitas, para pagar os valores mensais dos alugueis de espaços, que
repito, são incomportáveis e assustadores.
Desde que
entrou quase se dedica apenas a essa angariação de valores, mas já fez algo
mais que muitos desconhecem. Quer falar um pouco sobre isso?
Já se
realizaram, efectivamente, algumas obras. Um ginásio para a Yoga a modificação
e melhoramento de um ginásio para o Karaté, melhoramentos e alterações no
departamento de Voleibol e nestes gabinetes, com três salas de reuniões, para
os nossos trabalhos, uma sala de reuniões para todos os departamentos, etc…temos em pensamento a construção de uma sala de vídeo para as modalidades puderem usar.
Com as
subidas certas do futsal sénior e de uma excelente equipa de Juvenis de andebol
e com a possível chamada ao primeiro escalão do Voleibol sénior (sempre
possível) depois de um grande época. Pergunto como boavisteiro enche-o
naturalmente de orgulho como dirigente traz-lhe dores de cabeça. Como encara
esta realidade?
Alegra-me profundamente,
como dirigente e como Boavisteiro, apesar de todas as dificuldades é um
problema, mas um problema saudável que nos é criado, fossem todos esses os
problemas o ganhar títulos e subidas de divisões. Sabemos que isso vai aumentar
as despesas substancialmente, e em especial no futsal sénior com esta subida, o
campeonato vai ser muito mais oneroso que o actual, onde a maior parte dos
clubes é profissional e acarretará a obrigação de representarmos o clube com
grande dignidade. Como boavisteiro não gosto de perder, gosto de ganhar todos
os jogos e será um problema que teremos solucionar.
O Boavista
encontra-se numa fase crucial, com os processos da revitalização e do futebol. Que
esperanças têm nestes processos?
A esperança
nunca morreu, sempre acreditei que era possível um regresso ao primeiro escalão
de futebol que será fundamental para a inversão desta situação. Também acreditava
por ser um pouco da minha área profissional e saber que havia muita coisa que
estava errada em todo o processo. Sabia que tudo o que foi feito a nível de futebol
foi uma injustiça para com o Boavista, naquela reunião de amigos, depois de um
jantar.
A morte
anunciada do Boavista, vai ser adiada?
Nunca irá acontecer. Enquanto houver um boavisteiro o Boavista viverá sempre!
Entrevista de
Manuel Pina