Com a passagem dos primeiros dias de
actuação da nova Direcção, começam a conhecer-se os pontos básicos do programa
pré-estabelecido para a gestão da vida do Boavista Futebol Clube.
Fiel, como quero continuar a ser, irei
manter este Blog exclusivamente dedicado às (denominadas) Actividades Amadoras
do Boavista. No entanto, manterei simultâneamente o meu direito a publicitar a
minha opinião, sobre as alterações na vida do Clube, que directa ou indirectamente,
acabarão por influenciar a actividade das citadas Amadoras.
Posso informar, que a nível da
continuação (ou forma como irá continuar) este Blog, que relembro - nasceu com
o objectivo de ser o Blog oficial das Amadoras e, só assim não continuou… porque
alguns ex-dirigentes, viram no mesmo, um “fantasma” que nunca existiu – para estabelecer
as normas de colaboração no futuro, tenho agendada uma reunião com o actual
vice-presidente das Amadoras, Senhor José Santos, para a próxima semana.
Sobre este ponto, informarei oportunamente
todos os fiéis leitores do Amadoras.
Hoje, quero analisar alguns pontos
que considero importantes e mesmo fundamentais para o futuro.
Estão, oficialmente determinadas,
pela Direcção, e já colocadas em prática algumas alterações sobre a vida e futuro das Modalidades do Boavista Futebol Clube.
Por exemplo, o futebol feminino e o futsal, deixarão de ser geridos pelo vice-presidente
das Amadoras, passando para a responsabilidade do vice-presidente para o
futebol não profissional (?) senhor Telmo Lopes.
Aceito, essa decisão. Mas discordo na
sua essência!
Se quanto ao futebol feminino, as
alterações impostas possam ter um,a lógica mais elementar, já o futsal está (em
minha opinião) completamente desenquadrado. Nenhum clube – de emblema – que tenha
em simultâneo, futebol de onze e futsal, uniram as duas modalidades no mesmo
sector. São duas realidades completamente diferentes. Uma modalidade de
pavilhão, outra de exterior.
Benfica, Sporting, Rio Ave, Braga,
Belenenses, Académica, etc… incluem na sua estrutura organizativa, o futsal,
como modalidade amadora. A própria FPF que cometeu o erro de “misturar” as duas
realidades, iniciou um processo para alterar a sua anterior perspectiva, por ter “descoberto”
essa diferença entre elas, ao formar (finalmente) um sector autónomo para o
futsal, separando as águas.
Sinceramente, não vejo vantagens pela
decisão da Direcção, ao unir o futsal ao futebol e vejo (pelo conhecimento que
tenho do mundo das amadoras do Boavista) várias desvantagens.
Telmo Lopes, terá todo um vasto campo
para se dedicar e gerir, no que dirá respeito ao futebol, não tendo muito tempo,
para se dedicar ao futsal.
Depois, existem vários assuntos em
comum entre as modalidades amadoras, que devem (sempre foram) discutidas em simultâneo.
Estou a referir-me, principalmente, ao aluguer de pavilhões para treinos. Os espaços,
os tempos de utilização, sempre foram distribuídos (quase) equitativamente
entre todas as modalidades, em reunião conjunta, presidida pelo vice-presidente
das amadoras.
Como serão distribuídos os tempos?
Quem pagará as despesas?
Quem garantirá a igualdade de tratamentos
entre todos os sectores?
São pontos-chave, para uma sã convivência
entre as Amadoras e garantia de uma colaboração entre todos. Com dois sectores
do Clube, interessados no mesmo assunto, acontecerá inevitavelmente, um conflito
de interesses e consequentemente a odiosa comparação. Será o princípio, da
suspeição de apoios e benefícios, superiores para uns em desvantagem para
outros!
Pode parecer – nesta altura – um caso
de somenos importância. Mas não o é! E quem assim pensar, vive alheio à
realidade da (leal) concorrência interna das modalidades axadrezadas. Em casa
que não há pão… todas as “migalhas” são importantes e logo, razão suficiente
para destabilização, sempre nefasta.
Li a entrevista que o Senhor
Presidente, deu ao site oficial do Clube. Nessa entrevista, foi citado, um ponto,
que neste momento, coloca em equação a continuidade e futuro das amadoras.
A autonomia total das modalidades!
Com todo o respeito, Senhor
Presidente, essa realidade só será possível e viável, se à autonomia, se juntarem
valores monetários mínimos, para a sobrevivência (digo, sobrevivência) das
modalidades. Sem esse valor mínimo, o projecto de autonomia… cai por base!
Pedir (obrigar) que cada modalidade
consiga patrocínios próprios para enfrentar a sua existência, é neste período
que atravessamos, uma verdadeira Utopia.
Todos sabemos que ninguém vai
conseguir… valor algum. Nem o futebol o tem conseguido!
As únicas receitas que as modalidades
conseguem, são fruto da cotização sobre os seus atletas de formação, que são manifestamente
curtas e insuficientes para as despesas de uma época desportiva.
Quem pagará as inscrições?
Quem pagará as rendas dos pavilhões?
Quem pagará os transportes para as
deslocações para os jogos?
Estas, são as questões básicas que se
têm que resolver! Só a Direcção do Boavista as pode e (deve solucionar) caso
contrário, voltamos à questão que sempre coloquei.
Onde começa e termina o Boavista
Futebol Clube?
Onde começa e termina a SAD do
futebol do Boavista FC?
As receitas do clube, devem ser
aplicadas nas despesas do Boavista.
É necessário ter a coragem e impor
aos associados a ideia de separar a SAD
do Clube. Cada uma das Instituições, terá que conseguir as suas receitas e
viver exclusivamente destas. Se apostarmos indefinidamente, em não esclarecer e separar, as duas realidades, acabaremos por nunca solucionar, problema algum!
O Boavista FC – a nível de amadoras –
tem vivido, com a “colaboração” da portolazer…
Mas, como “pessoa de bem” o Boavista
precisa de assegurar o seu “bom nome” e não correr os riscos, que efectivamente
tem corrido, de ver os seus tempos de pavilhão, ocupados por outros (menores)
clubes.
Facilmente, as pessoas do Boavista,
entendem ao que me refiro.
Estarei atento, ao desenrolar desta
situação.
Este meu comentário crítico (pela
positiva) tem por objectivo, questionar esta situação e conseguir uma base para a realização de uma
reunião conjunta entre todos os interessados, na qual se debatam os pontos, que serão
os alicerces para mais uma época (difícil) desportiva.
Espero, que me tenha expressado com clareza
suficiente, para ser interpretado pela positiva. Caso contrário, lamentarei
quem assim, não o entender, mas julgo saber, que esta (é) será uma Direcção, sem
medo de fantasmas e aberta a estudar as ideias/proposta de todos os
Boavisteiros.
Só assim, conseguirá obter o êxito que
anseia e procura.
Manuel Pina Ferreira