sexta-feira, 23 de março de 2018
quinta-feira, 22 de março de 2018
quarta-feira, 21 de março de 2018
HÓQUEI EM PATINS - CAPTAÇÕES PARA JOVENS NASCIDOS EM 2007
O Boavista Futebol Clube, iniciou as captações de jovens
nascidos em 2007, que queiram jogar Hóquei em Patins no Clube.
Estas captações, destinam-se a completar a equipa axadrezada
que competirá oficialmente na próxima época.
Para obter mais informações, devem contactar o director do
Departamento, Morais Gomes pelo número 91 409 10 64
ENTREVISTA COM ANTÓNIO MORAIS, DIRECTOR DO DEPARTAMENTO DE FUTSAL
António Morais, Director do departamento de Futsal, ao qual pertence
quase desde a sua fundação. Consideramos ser a hora de fazer um balanço sobre a
realidade do futsal do clube e numa abrangência mais global.
Todos conhecem o António Morais , mas
vamos recuar no tempo. És dos fundadores do futsal no Boavista?
Não sou fundador mas entrei no
departamento no ano seguinte. A modalidade nasceu no clube, começou pelo
António Santos e com o Joaquim Oliveira. Eu fui convidado depois, para formar
uma equipa de juniores, porque na altura não tínhamos esse escalão. Como todos
sabem, o futsal no clube começou através dos “Panteras Negras” com essa
designação e só dois ou três anos depois
passou a ser integrado no Clube a convite do Major Valentim Loureiro.
Entras então como seccionista
exclusivamente com essa responsabilidade?
Exacto. Formei a equipa de juniores e no
primeiro ano o campeão foi o Pasteleira, porém no ano seguinte já foi o Boavista que venceu o título da AF
Porto.
Convidei o José Vasconcelos para
treinador que era à época guarda redes dos seniores. Deixou de jogar muito novo
para abraçar a carreira de treinador começando pelos juniores do Boavista. Tudo
isto se passou por volta do ano de 1991.
Posteriormente
deixaste os juniores e passaste para a equipa sénior. Queres resumir essa
mudança?
Depois desta fase passei para director
dos seniores, após cerca de uns quatro anos passados nos juniores. Ocupei este
cargo até 2005/2006, na altura com o Paulo Fonseca como director do
Departamento. Quando ele saiu, a convite do Sr Eng. António Marques, assumi o
cargo de director do Departamento.
Ou seja, neste período passei por todas
as funções como dirigente do Futsal do Boavista.
Nesta fase negativa de duas descidas,
sucessivas, até às provas de cariz distrital, nunca equacionaste abandonar o
Departamento? O homem que venceu a supertaça nacional é o mesmo que enfrentou
esta realidade?
Nunca pensei em abandonar . Que a pressão
dos resultados e das dificuldades me levassem a fazer uma introspeção acerca do
que seria melhor para o futsal, nomeadamente a minha continuidade ou não, claro que aconteceu. Mas nunca com uma
intenção de abandono. Diria que tentei , em consciência, ponderar se a validade
do meu trabalho era aquilo que o futsal precisava até porque, naturalmente, com
tantos anos de modalidade, poderia o fator desgaste depreciar a qualidade do meu desempenho e
portanto houve apenas momentos de mera reflexão que acabaram sempre por ter a
mesma resposta - o amor é tanto, a paixão é tanta que o bichinho do futsal
acaba por vencer e , sentindo-me útil ,
mantenho as minhas funções.
As descidas foram uma surpresa
desagradável, ou era algo que temias vir a acontecer?
As descidas eram praticamente certas. Nós
somos a imagem do próprio clube, se bem que quando o clube esteve nos
distritais, nós éramos a modalidade mais representativa do Boavista. E é uma
pena que muitos esqueçam esse facto. Estávamos na primeira divisão nacional, conseguindo
grandes feitos. A formação conquistava sucessivos títulos distritais e
Nacionais e mantivemos a “chama” do nosso clube bem presente e bem intensa na
modalidade e no desporto em geral num momento em que a nossa imagem global era
ostracizada e maltratada. De qualquer forma, as descidas eram inevitáveis dadas
as condições de que dispúnhamos.
Alertei sempre no início de cada época a
Direcção – Vice-presidente e Presidente – . Foram sempre informados do que
poderia vir a acontecer, mediante as condições que tínhamos. Mas como
constantemente conseguíamos fazer tanto com tão pouco, a descida podia até não
ter acontecido e creio que os nossos apelos não foram impactantes o suficiente
justamente porque lá íamos fazendo pequenos milagres, até que a determinada
altura não foi de todo possível para grande tristeza minha.
Como se provou durante épocas, digo
eu, a descida foi apenas um adiamento. Era no teu entender quase inevitável?
Fomos adiando, mas os milagres não
prevalecem toda a vida. Durante longos anos alcançamos resultados muito mas
muito acima do que era expectável o que servia de certa forma para encobrir as
muitas dificuldades e limitações, fazendo com muito pouco o que muitos não
faziam com muito mais . Há que ser objetivo e analisar factos. O Futsal mudou !
Cresceu muito, tem uma visibilidade tremenda na comunicação social, atrai
investimento e patrocínios nas divisões séniores Nacionais e o título de
campeão europeu alcançado é a prova disso mesmo. O reconhecimento do Futsal
Português tem hoje um destaque como nunca teve. Pelo campeonato que tem, pelos
jogadores que forma e pelas suas selecções. Mas para estar nessa Elite tem de
haver investimento concreto, objetivo dos clubes – e há quem o faça sem
hesitações porque há quem já tenha percebido o retorno que a modalidade está a
trazer a quem assume as duas principais ligas como nenhuma outra no panorama
desportivo Português. Era bom que o Boavista voltasse a olhar o Futsal dessa
forma, especialmente nesta altura de grande visibilidade da modalidade e do
clube.
Falemos um pouco então do futsal, na
sua globalidade. Mudaram muito as coisas em todos estes anos?
Nada tem a ver com o início e tem
atualmente uma dimensão que muita gente não imagina. Os orçamentos das equipas
são enormes, incomportáveis para nós neste momento e por estranho ou incrível
que pareça estávamos e estamos a competir com equipas que têm orçamentos muito
grandes com ajudas dos próprios clubes, de Câmaras e de patrocinadores, que nós
nem temos nem sonhamos ter. Nestas condições descemos à segunda divisão mas
nestas mesmas condições competimos contra essas diferenças e estamos a fazer de
tudo para voltar ao nosso lugar.
Mas depois tivemos nova descida. Essa
“doeu” mais?
Também essa era quase inevitável, porque
como todos sabemos, não há terceira divisão e da segunda a descida é direta
para os distritais, o que não se compreende do ponto de vista dos quadros
competitivos actuais da federação e respectivas associações. Era quase
inevitável, porque nós não tínhamos forma de pagar o que quer que fosse,
descemos porque não tínhamos a possibilidade de fazer mais – há que assumir –
mas ainda assim podíamos até ter conseguido outro milagre e nem ter descido se
eventualmente tivéssemos vencido aquele jogo com o Paredes, no qual até o
empate nos serviria. Vejamos bem, descemos sem o mínimo de condições por um
ponto. Dá que pensar.
Como analisas a falta de uma terceira
divisão nacional?
Uma autentica aberração. Mas deixa-me
voltar um pouco atrás, antes de falarmos desse ponto.
Sobre a actual condição da equipa?
Sim. Muita gente nos diz que estamos nos
distritais e temos que voltar para o lugar que merecem a modalidade e o clube. Eu aceito essas
afirmações, porque as pessoas estão habituadas a ver o futsal num patamar muito
alto e tendo em conta o tudo o que fizemos e
vencemos no passado.
O merecimento é indiscutível mas eu
pergunto, em que condições o podemos fazer? Se tivermos em conta as condições
que temos, que são parcas, se calhar até estamos no lugar em que nos é possível
estar , se calhar, em função do campeonato que estamos a fazer até estamos bem
acima do que podemos. Há equipas na distrital do Porto, Aveiro, Braga, etc ,
por exemplo, com orçamentos que alguns clubes da segunda divisão Nacional não
têm . E há que o afirmar para que as pessoas percebam as nossas dificuldades e
valorizem e respeitem o que se está a fazer ano após ano e este não é exceção.
Estamos à porta de mais um milagre e quase ninguém tem essa noção dentro do
clube.
Voltemos aos quadros competitivos.
Como consideras a segunda divisão nacional?
Outra aberração. Tudo indica que vamos
subir e por isso regressar ao segundo escalão nacional. Se subirmos o mérito é
todo dos treinadores e jogadores e de todo o staff da equipa.
Mas repara, num ano estamos a jogar com
Benfica e Sporting e dois anos depois estamos em divisões distritais. Uma
aberração.
Mas observemos também esta
particularidade : depois disto, para subir da segunda para a primeira é muito,
mas muito difícil. E Porquê ? Estamos a falar de um campeonato com setenta
equipas ( !!!!! ) (sete séries de dez) e só subirá uma ( !!! ) do norte e outra
do sul ( !!! ). Há equipas a investir muitíssimo para subir, mas mesmo muito há
longos anos e muitas não conseguem tal o
índice de dificuldade. Mas acredito que nós vamos para lá a seu tempo. A queda
no distrital foi um passo atrás mas pode ser, agora, que surjam dois passos à
frente.
Tens a consciência que vais ser
pressionado para assumir a subida ao primeiro escalão?
Como disse nós jogamos sempre para vencer
e depois os resultados ditarão a nossa sina. Mas o campeonato que vamos
participar – se subirmos – está muito mal planeado como quadro competitivo.
Para agravar esta competição há outro fator determinante e inexplicável. Após a
primeira fase passam à segunda ( apuramento de subida ) todos os primeiros e
nem todos os segundos classificados. Ora, até um segundo classificado e todos
abaixo do terceiro na primeira fase vão competir na fase de permanência ( mesmo
com boas equipas, grandes orçamentos ) e podem até descer de divisão directo
para os Distritais – é surreal ! Porque esta fase só tem uma volta e o desconto
de cinquenta por cento dos pontos, põe todas as equipas muito próximas.
Isto é, uma equipa pode de uma luta para
subir à primeira divisão nacional… passar para uma queda nos distritais. Uma aberração. Há que alterar
esta segunda divisão urgentemente.
Fomos campeões europeus mas ainda há
muita coisa que está mal no futsal nacional. Há coisas que melhoraram, mas
outras continuam a precisar ser repensadas quanto antes porque isto cria uma
incerteza e instabilidade muito grandes nos clubes e naqueles que querem
investir.
Mas essa foi uma aposta assumida entre
ti e o treinador no principio da época?
Claro que foi. Nós estamos aqui para
subir e subir sempre. Estamos a tentar a subida de divisão e já estamos a
trabalhar na planificação da próxima época. Um passo de cada vez. Primeiro
temos de conseguir a subida de divisão.
Mas que fique claro, jogamos sempre para ganhar e subir.
Mal descemos, assumi logo o objetivo de
subida. Mas atenção antes mesmo desse triste momento , ou seja antes de saber
se descíamos ou não, por principio,
coloquei o meu lugar à disposição, para que a Direcção, caso entendesse,
requalificasse o departamento e eventualmente até trouxesse gente diferente
para o conduzir.
Qual foi a resposta?
Tive um voto de confiança da direcção e
obviamente continuei.
Como preparaste a época actual, com
vista ao regresso aos nacionais?
Contratei o Sérgio Carvalho – que faço
questão de referir que trabalha voluntariamente e a custo zero no clube com
esta tamanha responsabilidade - , e que é obviamente um homem da casa. Fomos
buscar muitos jogadores que já tinham passado pelo clube o que de imediato
criou nesta equipa o que também nos faltava. Identidade Boavista ! O que me
deixou muito contente. Para além de tudo estar a correr bem e para além do
perfil da equipa técnica e colaboradores que respiram o clube, entendemos que
esta é a forma de estar e independentemente dos resultados dos outros, temos que
ter esta posição e entrega até ao fim do campeonato façam os outros o que
fizerem. Temos treze pontos de avanço mas não vamos facilitar nem um milímetro.
Este é o espírito de sempre do Boavista e só quem o sabe transmitir o consegue
impor.
Juntar este conjunto de jogadores da
formação, foi um êxito?
Estes jogadores, sendo todos jovens, têm
a experiência de terem passado já por realidades competitivas de índole
nacional e verifico que a vinda deles para o Boavista foi encarada com um
incrível espírito de missão. Enalteço essa entrega de todos e agradeço. É
fantástico.
Reuniste no distrital jogadores de
ex-formação que não conseguiste no nacional. Como explicas?
Exactamente. Foi o sentimento que têm
pelo clube e porventura a identificação que têm com o grupo de trabalho reunido
para atacar esta época. Espero segurar a maior parte deles para o futuro, mas
não vai ser fácil, porque os miúdos são aliciados todos os dias para clubes
mais fortes. Precisamos que nos ajudem a encontrar apoios , que colaborem para
nos ajudar a dar a estes miúdos aquilo que merecem e o quanto merecem que lhes
seja reconhecido o trabalho que estão a fazer. E se assim for, é com grande
parte deles que vamos para a luta. O
clube e especialmente as modalidades amadoras têm de se mobilizar em torno das
causas verdadeiramente importantes, que tragam visibilidade, resultados
palpáveis e retorno ao clube em toda a sua esfera e alegrias aos seus adeptos.
O Futsal é de longe o expoente máximo, depois do futebol ao nível Nacional - há que entender isto com urgência dentro do
clube e que de fora vejam a marca Boavista como potenciadora de competitividade
e de interesse nas principais competições. Onde devem estar todos os clubes
históricos, e onde aliás a maioria já está. Faltamos lá nós. Vejam as equipas
que compõem a primeira divisão e as que já estão a caminho. O Boavista não pode
ficar para trás.
Na condição de Director máximo do
futsal, tu respondes há hipótese de teres simultaneamente uma equipa de
Seniores, Juniores e Juvenis a disputar uma prova de nível nacional?
Eu sei que todos os adeptos consideram
que esses será o lugar que temos direito, mas eu digo-te outra vez. Isso é
quase impossível de acontecer e suportar.
Este ano vamos descer com os Juniores aos
distritais mas ninguém morre por isso, mas cada vez é mais difícil ter equipas
de formação nos campeonatos nacionais. Primeiro porque são custos
incomportáveis com deslocações a pagamento à arbitragem, policiamento, etc…
depois porque há clubes que estão tão estruturados que oferecem condições muito
boas e com as quais nós ”ainda” mão temos forma de competir. Vamos continuar a
fazer o que podemos, continuando a recrutar nas divisões inferiores atletas com
a nossa identidade e subir outra vez. O mais rápido possível. E tentaremos crescer
na formação mas precisamos de ajuda ! Repito , precisamos de ajuda e que haja
consciência ! A todos os níveis – apoio financeiro, de anónimos, de sócios com
sentido de missão para colaborar, de pessoas e / ou empresas que estabeleçam
parcerias que entreguem à estrutura da formação as coisas básicas de que
precisam. Isso não acontece na formação como não acontece nos seniores onde temos de “inventar” muito para suprir as
dificuldades. E aqui fica uma chamada de
atenção séria, muito séria. Excluindo o Sr Eng António Marques que
apaixonadamente nos ajuda com o que pode e a quem agradecemos de coração tudo o
que tenta fazer por nós, estamos desde o início
do ano passado à espera que os responsáveis de Marketing e publicidade
do Boavista ( neste caso especificamente das modalidades amadoras ) nos
arranjem UM , repito UM único apoio , seja ele qual for de todos aqueles que
nos foram questionados e que foram devidamente informados a quem de direito. Até hoje, excluindo o que as pessoas
do departamento captaram, não recebemos um único apoio nem para os seniores nem
para a formação. E Quando falamos de apoio não discutimos verbas exorbitantes
pois sabemos que é difícil consegui-las, mas no meio de todas as necessidades
que colocamos ao responsável, reduzimos o assunto a isto : até agora, nem uma
parceria para nos fornecer bolas, cones, sinalizadores, coletes, equipamentos
ou até um sumo ou um reforço pós jogo para os nossos atletas. Quanto mais
apoios de fundo, estruturais. Nada, absolutamente nada. O que temos foi
exclusivamente conseguido por quem está aqui na modalidade e repito com a
benevolência e entrega inexcedível do Sr Eng António Marques. Questionamos
porque alguns têm tanta publicidade, parcerias , apoios , etc, afinal de onde
vêm e quem verdadeiramente os conseguiu e porque razão estão alocadas apenas a
uma ou outra modalidades. E com o devido respeito sem metade do reconhecimento
ou impacto público que tem hoje o futsal. Não consigo entender e a menos que as
coisas mudem , a utilidade que tem esse departamento das modalidades amadoras
na visão global daquilo que verdadeiramente todas elas precisam é muito
questionável nos actuais moldes. Somos todos filhos do mesmo clube, ou não ?
Claro que depois é a filosofia do “depois vê-se”... e vamos vendo. Até agora
absolutamente nada.
E depois vê-se?
Exacto. Depois vê-se o que vai
acontecendo. E depois vê-se como vamos fazendo os tais “milagres” que um dia se
acabam . Mas relembro com ou sem dificuldade e com estas tristes contingências
de caráter interno, tanto se forma bem na distrital como se forma bem nos
nacionais. Os níveis competitivos são diferentes mas não são tão diferentes
assim como muitos pensam. O propósito de termos formação e não abdicamos dela,
é formarmos jogadores para os seniores, se calhar este ano não vamos conseguir
mas para o ano vamos.
Isso está provado na actual equipa
sénior. Concordas com esta afirmação?
Concordo e repara que neste plantel temos
aqui jogadores que já jogaram nos nacionais e outros que nunca jogaram e têm um
nível idêntico e encaixaram bem no plantel.
Foste distinguido com o troféu de
Melhor Diretor do Ano, na Gala das Amadoras. Que significado teve para ti tal
distinção?
Estou muito reconhecido por esse facto,
foi uma grande satisfação receber este Galardão, principalmente depois de uma
época que até foi negativa em termos de resultados desportivos da equipa
sénior.
Assumes que a modalidade de futsal é
vista como a segunda modalidade do Clube?
Acho que sim, sempre foi , apesar de que
estranhamente com o campeonato excecional que estamos a fazer este ano não o
temos sentido tanto mas não posso afirmar que não o seja. O que sei é que o
futsal é a segunda modalidade mais praticada no país, no entanto, sinto que os
sócios e simpatizantes têm grande amor pelo futsal, que sempre nos acompanharam
nos campeonatos nacionais e não deixaram de o fazer nos distritais. Continuem a
apoiar aquela equipa técnica, aquele staff e aqueles jogadores. Dão tudo o que
têm . Respiram Boavista, amam o clube e estão a
fazer um tremendo sacrifício para nos tentar dar o privilégio de sair
dos distritais e regressar aos Nacionais. Eles merecem tudo !
Já tinhas sido galardoado com o troféu
de seccionista do ano (anos atrás) para um dirigente, cem por cento Boavisteiro
receber dois troféus deste valor é algo que fica para a vida?
Eu não estou neste cargo para receber
galardões, mas quando eles chegam, sinto que é o reconhecimento do meu esforço,
da minha dedicação e do tempo que disponibilizo para o meu clube. Sinto que é
acto de justiça pela minha entrega ao Boavista. Acredito que nas outras
modalidades os directores desses departamentos, mereçam tanto quanto eu serem
reconhecidos pela seu desempenho e dedicação à sua modalidade.
Depois desta descida aos distritais e
regresso aos nacionais, tens esperança que ao apresentares o teu projecto para
a próxima junto da Direcção, o apoio que vais receber poderá ser superior aos
anteriores, para evitar definitivamente esta situação?
Não apresento só isto no início da época,
eu vou falando periodicamente com o Engenheiro Marques e alertando para as
nossas necessidades. Acredito que nos tem ajudado com o que pode e faz por nós
o que lhe é possível fazer, mas nós queremos sempre mais, como é óbvio. Para
que o clube resista entre os melhores. No seu lugar ! Já o alertei que para a
nova época. subindo de divisão, precisamos de apoios e apoios é dinheiro, para
poder segurar quem cá temos e reforçar com algum atleta que nos interesse, para
assegurar o melhor lugar possível numa divisão muito competitiva.
A nossa situação geográfica pode
colocar-nos a disputar a série “B”, que é tremendamente complicada. Temes isso?
É uma série muito competitiva e quase de
cariz nacional. Precisamos de apoio para enfrentar essa competição, penso que
todos estão a fazer tudo para aumentar o nosso apoio e estou esperançado nisso.
Qual a análise que fazes deste
plantel?
Quero salientar que oitenta por cento do
plantel é constituído por jogadores da nossa formação, com um pormenor de quase
todos serem boavisteiros, daí o seu regresso num espírito de recuperar o seu
clube. Como o treinador também o é. Aliás, quase todos os que regressaram e
outros que permaneceram com esse sentido de missão acabaram por ser aqueles que
aqui foram campeões nacionais com o Sérgio Carvalho na formação. Está tudo
dito.
O treinador e a sua equipa técnica vão
ser um problema para ti, porque vão exigir condições para subir de divisão.
Estás preparado para essa exigência?
Vamos jogar para subir, sempre para
subir, mas estamos a falar de uma modalidade que tem catorze equipas na
primeira divisão, tem setenta na segunda e tem dezenas nos campeonatos
distritais, que foi campeão europeu e que internacionalmente tem a sua marca,
acho que acompanhar essa evolução faria o Boavista subir no reconhecimento de
todos. Claro que vão exigir algo mais mas a base está definida. Precisamos de
um ou outro ajustes.
O campeonato nacional de primeira
divisão é constituído, cada vez mais, por “equipas de camisola”. Entre Benfica,
Sporting, Belenenses, Braga, Rio Ave, Aves, etc… o lugar do Boavista está vago.
O povo do desporto pergunta, quando o ocupa?
Está a chegar o Portimonense, o Farense,
Paços Ferreira, agora arrancou o Leixões e outros. O Boavista será aquilo que a
Direcção quiser que seja. Eu estou aqui para empregar todo o meu esforço e
fazer tudo o que sei. Tendo pouco ou tendo muito a minha dedicação é sempre a
mesma.
Já estou aqui há muito tempo. Já tive
tempos de vacas gordas, muito gordas e vacas magras e muito magras. A minha
dedicação é sempre a mesma. Não vamos, para alem do esforço e dedicação de todo
o plantel, que supera em muito essas lacunas e eu acredito na sua constante
superação, mas sem apoios financeiros é sempre mais difícil.
Depois de um prémio individual, surge
a curto prazo um prémio global. A subida aos escalões nacionais. Como sentes
essa hipótese?
Tudo indica que vamos conquistar o título
e isso será um prémio para toda a equipa que apostou nessa conquista. Mas ainda
faltam alguns jogos e se neste momento, estamos com vantagem, o que garanto é
que nem num único jogo teremos essa vantagem em conta. Vamos jogar como até
aqui para vencer todos os jogos e conquistar esse título, que será de todos
eles. Pela minha parte… eles foram a minha aposta, por isso, esse prémio será
deles.
Alguma mensagem para os adeptos ?
Conto sempre com eles. Sempre foram muito prestáveis comigo e sempre me apoiaram.
Agradeço-lhes por isso. Espero que mantenham o carinho que têm com a modalidade
e continuem a comparecer nos jogos. E de preferência cada vez em maior número
para mostrar a nossa força , o nosso Boavista . Esta modalidade começou com os
Panteras Negras – caso único no clube -
e acredito que seja a modalidade que mais diz a todos membros da claque,
sócios e adeptos. Contamos com eles, Porque : “ Muitos não vão entender...”
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