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Na entrevista, com o sorriso bonito |
Larissa
Laurindo, é uma jovem encantadora, tímida e um pouco reservada, com uma
humildade, que escondia a alegria e orgulho que deveria sentir, pela conquista
do título nacional em Ginástica Rítmica, conseguido no fim-de-semana passado.
Larissa,
antes de mais, os nossos parabéns pela tua conquista. Para te conhecermos um
pouco melhor, pergunto de onde és natural e a idade?
Sou
natural do Brasil, da cidade de S. Paulo e tenho dezanove anos.
Desde
quando praticas ginástica?
Foste
influenciada por algum familiar que tivesse sido praticante?
Não,
ninguém na minha família praticou a modalidade. Eu interessei-me pela ginástica,
sem qualquer influência e fiquei por vontade própria.
O
Boavista foi o teu único clube?
Não,
no Brasil já praticava.
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Com as medalhas, que conquistou pois venceu todos os aparelhos em que participou |
O
facto de não possuíres nacionalidade portuguesa não te prejudica na modalidade,
a nível de possíveis convocatórias nacionais?
Para
ser convocada a nível nacional, nestas condições só no Brasil, mas como é
lógico, penso que no Brasil não conhecerão a minha carreira e por isso, é uma
questão que considero muito difícil de acontecer.
Não
vais desejar ter a nacionalidade portuguesa?
Desejo
ter, mas é uma situação muito difícil e morosa para se conseguir. Só depois de
passarmos seis anos após a nossa legalização em Portugal, é que podemos pedir a
nacionalidade portuguesa.
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Orgulhosa e ainda tímida |
Como
é o dia de dia de uma atleta estudante?
As
minhas aulas terminam pelas dezassete e trinta, depois venho para o Bessa treinar
a partir das dezoito horas até às vinte e uma.
Nos
desportos colectivos, pode perder-se um jogo ou outro e ser-se no final
campeão. No vosso caso, tudo é resolvido num dia?
Efectivamente,
tudo se decide num dia.
Nesse
dia tudo se pode ganhar, tudo se pode perder. Como lidas com essa pressão?
É
complicado. Nós temos dois esquemas e minuto e meio para cada um. Nesse tempo, temos
que demonstrar tudo o que sabemos e tudo o que treinamos. É mesmo complicado,
apostamos tudo nesses minutos.
Quando
estás em prova, o mundo não existe, ou lembras-te de alguma coisa que te pode
tirar a concentração?
Sou
muito negativa (disse nervosamente rindo) mas aí tenho as treinadoras para me
apoiarem, tenho que pensar na concentração e, claro pensar no melhor.
Na
tua modalidade, vocês têm vários aparelhos. Qual o que gostas mais?
E
em qual te sentes melhor?
O
facto de seres Campeã Nacional, faz-te pensar que és a melhor atleta da tua
categoria, ou fazes parte de um grupo que pode ganhar e perder, quando compete
em conjunto?
É
preciso referir que na ginástica há vários níveis. A primeira e segunda divisão
e as de Elite, que competem para as selecções e jogos Olímpicos. Considero que há muitas melhores que eu. No
entanto, no meu nível, os resultados falam um pouco por mim, embora não me considere
a melhor. Nestes campeonatos eu fui considerada a melhor, mas tudo depende
sempre de teres um dia bom, ou teres um dia mau.
Como
se processa as mudanças de níveis competitivos?
Na
primeira e segunda divisão, são os treinadores que decidem, baseado no nosso
trabalho e resultados conseguidos. No nível de Elite, já passa mais pela
decisão da Federação.
Objectivos
pessoais. Profissionais?
No
próximo ano vou entrar na Universidade na área de desporto e quero ser
profissional na área de ginástica.
Aqui,
a Sara Monteiro (que estava ao seu lado).
Sara, contente com a actuação da sua atleta?
Muito feliz, mas feliz também, com a actuação de todas as nossas atletas presentes, foi uma prova muito positiva para o Boavista.
Vamos falar disso, depois desta entrevista?
vamos, sim com todo o prazer.
Nota: Essa análise de Sara Monteiro, será postada amanhã.
Entrevista de Manuel Pina