NÃO VAMOS AO JAMOR, PARA GANHAR...
VAMOS GANHAR!
Maria Leonor,
é uma jovem futebolista axadrezada de treze anos. Durante a nossa conversa, demonstrou ser uma jovem com grande personalidade. Senhora de respostas prontas e
concisas.
Os técnicos
axadrezados, confiam que irá ter um excelente futuro no futebol, se confirmar
as suas potencialidades.
Em que
escola a estudas?
No Colégio
Luso-Francês e frequento o sétimo ano.
Desde quando
jogas futebol e onde começaste?
Jogo desde
os três anos e comecei em casa.
Em casa? Partias
a mobília toda…
Quando digo
em casa, quero dizer no jardim de minha casa, claro.
Como optas-te pelo futebol e não por outra modalidade?
Foram os meus
primos, que me foram bater à porta, perguntaram-me se queria jogar futebol. Eu ainda nem sabia o que era desporto. Como eles
só queriam jogar futebol… comecei no futebol. A partir daí foi sempre a
evoluir.
Depois de
casa… qual foi o teu primeiro clube?
Foi o DC
Gondim da Maia, que é o clube de onde eu moro.
Quantos anos,
estiveste no Gondim?
Desde os meus
cinco anos até aos onze.
Já és
jogadora oficial há tanto tempo?
É verdade. Joguei
no Gondim até aos sub-13. Joguei sempre em equipas de rapazes, que comigo se
transformava em equipa… mista.
Como se dá a
passagem para o Boavista?
Só tinha
direito a jogar mais uma época em equipas mistas e por isso, entre várias
opções que apareceram, optei pela melhor e vim para o Boavista.
De uma
equipa mista, passas para uma equipa feminina, mas que só joga contra equipas
de rapazes. Como consideras isso. Uma injustiça, um erro?
O que
considero é que no momento é mais difícil. Mas também sei que se nós
conseguirmos evoluir e jogar assim, este facto, vai ser muito importante para o
nosso futuro. Para o ano, depois desta experiência, vamos ser mais fortes e
acabaremos por… ganhar isto tudo!
Mas, nesta
fase, do campeonato mais exigente vocês perdem muitas vezes. Como conseguem
reagir animicamente a essas derrotas?
Primeiro ficamos
tristes. Mas sabemos que demos e jogamos o que sabemos. Muitas vezes os resultados também não são completamente justos. Depois, disso, temos
que reagir e pensar para o próximo jogo.
A tua
treinadora, Fernanda Silva, está muito esperançada na vitória de uma prova que
ides disputar no Jamor. Que sabes sobre essa prova?
É a fase
final de uma prova que pertence ao dia do Futebol Feminino, que se vai disputar no
Jamor no dia 28 deste mês. Já estivemos na primeira fase, que se disputou no
Park Vitallis e ganhamos os jogos todos, vencendo o apuramento para a final.
A “Nanda”,
está esperançada na vossa final a nível nacional. Tens consciência das
dificuldades?
Claro que
vamos para ganhar, não vamos jogar para ganhar…vamos ganhar! A vantagem de
jogar com rapazes dá-nos um andamento e poder de choque que as raparigas não
aguentam (rui-se). Vamos partir tudo.
Qual a tua
posição em campo?
Sou médio-centro
defensiva.
Como te auto-analisas como jogadora?
Sou uma
jogadora de raça, com atitude e com cabeça, que gosta de defender e não gosta
de perder, nunca.
Como analisas
a tua equipa?
Temos uma
grande equipa. Acho que podemos dar mais que aquilo que temos feito, porque o
nosso valor é grande. Se continuarmos assim, com o grau de evolução que temos
tido, vamos alcançar grandes resultados colectivamente e ter bons resultados de
evolução individual.
Estás a
fazer tratamentos a uma lesão, mas a treinadora quer que recuperes para o
Jamor. Como aconteceu essa lesão?
Foi há duas
semanas, num jogo. Quando ia a correr um adversário bateu-me de lado num
tornozelo e lesionou-me no músculo. Claro que vou regressar no Jamor, penso que
irei começar a treinar na sexta-feira (ndr. semana passada).
Como é que a
tua mãe (estava ao nosso lado) que não nos ouve, reagiu a ter uma futebolista
de cinco anos em casa?
Primeiro…queria Ballet,
depois dança, mas no fim lá percebeu que o futebol, era um gosto muito grande para mim e
acabou incentivando e acompanhando, a troco de eu tirar boas notas nos estudos.
Isso, é
chantagem familiar?
Primeiro estão
os estudos, foi o que sempre disseram. Se eu falhar alguma coisa nos estudos…acabou
treinos, acabaram os jogos.
Por isso, tenho que me aplicar, para ter boas notas.
Tendo boas notas, tenho o que gosto e quero. Eu sei bem o que quero!
Tudo controlado?
Tudo em paz.
Só preciso de trabalhar e me aplicar nos estudos, porque no futebol é comigo e
é sempre a evoluir.
Entrevista de
Manuel Pina