SC BRAGA 5 –
BOAVISTA FC 6
(1-3)
Comecemos pelo fim, de um jogo infernal. A treze minutos do final, o Boavista perdia por
cinco golos a um e no final, venceu por seis cinco. Estes factos, só por si, aguçariam
o interesse de todos os nossos leitores, mas houve, mais, muito mais para se
comentar, pelo negativo e pelo positivo, numa tarde de grande entusiasmo em
Braga.
Passemos ao
jogo.
O Boavista
entrou (mais uma vez) mal. O Braga por seu lado… bem. Como consequência desta
verdade, os arsenalistas atingiram a vantagem de dois golos, mercê do
aproveitamento dos erros axadrezados. Aos quatro minutos de jogo o Braga abriu
o activo e aos sete, aumentou em jogada de contra-ataque. O Boavista respondeu,
por intermédio de Zé, aos dez minutos.
A partir
deste golo, os axadrezados tomaram conta do jogo e fizeram emergir duas "verdades" que acompanhariam até final, a história do jogo, transformando-se nas duas grandes
figuras adversárias. Por um lado, e legitimamente, o guardião do Braga, que
parecia imbatível e que tudo defendia e pelo lado negativo a equipa de
arbitragem, principalmente o segundo árbitro???
O certo, é
que mesmo que somando uma panóplia de erros deste senhor, entre livres por marcar
(incluindo um penalty) a favor do Boavista, que enervou o público axadrezado
presente, os panteras, tomaram conta do jogo e para além do equilibrarem,
criaram oportunidades suficientes para empatar (no mínimo) o a partida.
Mas, contra
a corrente do jogo e aproveitando mais um erro, o Braga marcaria o seu terceiro
golo, com o relógio a registar, os
dezassete minutos. Este golo (injusto) abanou o Boavista e todos, passaram a esperar pelo
intervalo para se acalmar.
O início da
segunda parte foi simplesmente horrível, para os boavisteiros. Erros atrás de
erros e o Braga, dispara para os cinco a um. Os axadrezados completamente
aturdidos eram “ajudados” no descontrolo mental pela actuação do segundo
árbitro, que parecia nunca se "incomodar" de continuar a inventar (nem imaginava
o que o esperava a nível de sorte).
A treze minutos
do final e com o jogo “perdido” o técnico axadrezado, João Marques, pediu um
tempo técnico, em nossa opinião, mais para acalmar a equipa e evitar a goleada,
que pensar na reviravolta, mas o impensável estava para acontecer.
Os axadrezados,
entraram em campo, confiantes e assentaram o seu jogo e desfiaram postes e guarda-redes
contrário. Mas se pela força a coisa parecia não acontecer… surgiu o primeiro
momento mágico do jogo.
Rubinho descaído para o lado esquerdo do ataque aplica
um “chapéu” enorme ao guardião e defesa arsenalista e reduz. Este momento
mágico, “vira” a cabeça ao Boavista e os seus jogadores passam a ser um rolo
compressor que tudo esmaga pela sua frente.
Em dois minutos
marcam três golos, todos por Rubinho, reduzindo para a marca mínima. Este rolo compreensor
é interrompido pela equipa de arbitragem, ao "conseguir" interromper o jogo cerca
de dois minutos, para decidirem (graças à pressão do público Boavisteiro) em,
primeiro, acumular uma falta do guardião arsenalista e depois, a muito custo,
exibir ao mesmo o cartão amarelo.
Esta paragem,
faz acalmar os arsenalistas e o Boavista continuando a dominar completamente o
jogo, ficam igualmente, mais calmos.
O segundo
momento do jogo, é protagonizado pelo tal árbitro. Numa falta (carga nas
costas) na linha lateral, contra o Boavista, este inventor resolveu exibir o
Vermelho directo ao jogador do Boavista, com menos de dois minutos para se
jogar, condenando o Boavista a “perder” o jogo… pensava ele, pensavam todos os
presentes!
Mas os
panteras, atiram-se ao jogo de uma forma inacreditável e mesmo depois de verem
a bola ser devolvida pelo seu poste… que marcaria o fim, se tivesse netrado. Disputavam cada lance como se
todo o mundo dependesse dele.
A menos de
um minuto e quinze do final, o Boavista corta um lance e parte para o
contra-ataque, com o seu jogador a ser carregado no meio de três adversários. O
árbitro marca a falta (indiscutível e impossível de não ser marcada) assinalando
a marca dos dez metros. Depois de mais uma paragem de jogo pelas discussões com a
equipa de arbitragem… Zé com toda a confiança, remata e empata a partida a
cinco golos.
Com o “impossível”
acontecido, o Boavista fecha-se (com menos um jogador). O técnico arsenalista,
sabendo que este resultado não interessava às suas cores, adianta um jogador como
guarda-redes volante, para jogar de cinco para três.
O Boavista
defende todos os lances com uma intensidade enorme e o Braga arrisca. Neste conjunto
de emoções/intenções, Baltar, dentro da área axadrezada, corta um lance, domina
o esférico e remata para a baliza deserta do Braga. O remate é tão certo que a
meio do campo já os boavisteiros festejavam. Foi o terceiro momento mágico.
Em resumo, deste jogo enorme em emoção e luta, deve registar-se, que o empate seria o
resultado mais certo porque o Braga, esteve bem até doze minutos do final. Mas a
vitória acaba por cair nos Boavisteiros graças à sua raça, teimosia, coragem e a momentos mágicos.
Fica no entanto, um reparo. Para quê dar tantas chances aos
adversários como já tinha sucedido em Moimenta da Beira?
Clima de
luta e desportivismo dentro do campo, com intensa entrega e respeito entre atletas.
Sobre a
arbitragem devo sinceramente dizer. Ainda agora os árbitros, não entenderam
como perderam (disse bem) perderam este jogo.