segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

FUTEBOL FEMININO - CRÓNICA DE UM JOGO, COM UM RESULTADO INGRATO

EXCELENTE EXIBIÇÃO EM DIA DE TEMPORAL

CF BENFICA 1 – BOAVISTA FC 0
(1-0)


Campo -  Francisco Lázaro (Lisboa)

CONSTITUIÇÃO DAS EQUIPAS
ÁRBITROS
Isabel Ribeiro, Artur Sabino e Silvana Sebastião (AF Setúbal)

CF BENFICA
Elsa
Matilde, Filipa Patão, Ana Teixeira, Sofia
Catarina Realista, Sílvia, Patrícia
Andreia, Joana ( Mafalda aos 72) e Filipa Galvão (Ana Bral aos 81)
Suplentes
Gemilde, Carla, Andreia Marques,
Treinador
Pedro Bouças

Adjunto
Manuel Cadetes

BOAVISTA FC
Barradas
Belinha, Raquel, Landinha, Flávia
Rita (Babi aos  60), Cláudia, Marcela
Maria João, Adriana e Beatriz.
Suplentes
Inês, Daniela, Bruna, Xana, Paulinha e Lage
Treinadora
Alfredina Silva
Adjunta
Sandra Silva

Marcha do marcador
1-0   Filipa Patão (20 minutos)

DISCIPLINA
Boavista - Amarelo - Beatriz (57)
Boavista - Vermelho – Adriana (70)

Sendo verdadeiro, que não existem vitórias morais, é igualmente verdade, que existem derrotas, que podem fazer crescer uma equipa. 

Consideramos, que este jogo disputado em Lisboa, foi disto, um claro exemplo, tal a prestação da jovem equipa axadreza. 
O Boavista, ~mesmo reduzido a dez elementos, terminou o encontro, empurrando para a defesa da sua baliza, uma (excelente) equipa candidata ao título. Só a sorte, evitou, que o desfecho do jogo, tivesse o resultado mais certo, que seria o empate.

Numa tarde de instabilidade climatérica o jogo começou, com céu limpo e sol radiante, para depressa se desfazer um temporal sobre o terreno, com chuva e granizo. 
O que sempre esteve constante foi o intenso e forte vento, que viria a ter, segundo a nossa opinião, interferência no jogo.
Escolhendo a campo a favor do vento, o Futebol Benfica, viria a tirar proveito dessa opção, no decorrer de toda a primeira parte.

Nos  primeiros vinte minutos de jogo, foi evidente a posição da equipa da casa ao assumir o controle de jogo, com a aceitação e o natural recuo do Boavista, para o seu meio campo defensivo.
O jogo era jogado no meio campo axadrezado, mas sem grandes oportunidades de golo, enquanto, o Boavista,  não conseguia levar o seu jogo às suas jogadoras mais avançadas. 

Por um lado, porque a filosofia de jogo axadrezado, consistia no passe apoiado, entre as suas atletas e sempre que  tentava servir a jogadora mais avançada com um passe mais longo o vento jogava contra o Boavista, porque tão forte era. que devolvia a bola para a zona das panteras.
Sem grandes hipóteses de receber a bola “redonda”, Adriana, era alvo de uma marcação mais apertada e as centrais Benfiquistas, tinham asssim, oportunidade de reforçar o meio campo ofensivamente, mau grado a luta que as "alas" axadrezadas, impunham na “guerra” contra o vento.

Sem exercer grande pressão, mas em constante situação de ataque o futebol Benfica, dominava o jogo e o golo ameaçava a baliza de xadrez, e seria normal vir a acontecer. 
Tal, aconteceu aos vinte minutos por intermédio de Filipa Patão, uma das centrais com liberdade de ação que recargou uma excelente defesa de Barradas, após transformação de um canto.
Depois de ter alcançado a vantagem, a equipa Lisboeta, recuou um pouco no terreno para passar a utilizar um futebol mais directo, aproveitando o vento, para jogar nas costas das panteras. 
Pelo seu lado, o Boavista aproveitou o maior espaço que lhe era oferecido e subiu no terreno, mantendo sempre o seu futebol de passe certo e apoiado. Desta feita, não só equilibrou o jogo, como passou a mandar nele.

Essa reviravolta táctica, começou de tràs para a frente. Primeiro as duas centrais axadrezadas, passaram a cobrir as zonas laterais, após a subida das colegas que aí jogavam, com as mesmas laterias a compensarem nas zonais centrais, quando a bola aparecia sobrevoando as companheiras, ao sabor do vento. Para colmatar esta segurança, a guardiã do Boavista jogava, sem receios na entrada da área.
Seguro, nas suas costas o meio campo do Boavista, pautado por Cláudia, foi servindo as suas avançadas e não raras vezes, o Boavista se apresentava como num sistema seguro e confiante de quarto/três/três.
O intervalo, chegou com o jogo a ser disputado no meio campo de Lisboa, por clara imposição do Boavista.

 
O segundo tempo, foi uma clara surpresa, que muito (primeiro) impressionou os espectadores, acabando (depois) por os incomodar e,  terminando, numa clara demonstração de alívio. 
O Boavista, tomou conta do jogo, jogando um futebol apoiado de garra, em que ninguém se encolhia na disputa da bola e ganhando progressivamente, terreno para jogar no meio campo lisboeta.
A equipa da casa, não podia desta feita, optar pelo jogo directo e comprido, (jogava contra o vento) e a única solução, era entregar toda a tarefa ofensiva a uma excelente e elegante (a jogar) atleta, Andreia de seu nome.
Andreia era a ponta do ataque do benfiquista, jogando pela ala direita, levando a sua equipa para a frente, na procura do segundo golo, que nunca apareceu e só por duas vezes esteve perto. 
Uma num remate por alto de Filipa Galvão e outro num lance caricato em por duas vezes a bola bateu nos postes axadrezados, por remate…de uma atleta do Boavista.

O Boavista, era uma equipa colectiva, calma, personalizada e confiante que procurava o empate sem qualquer ansiedade. Todos os espectadores sofriam com essa prespectiva, mas a árbitra, viria a ter interferência no jogo.
Num lance dividido entre duas atletas, que caem em simultaneo no relvado, sem ninguém conseguir entender se alguma fez falta, ou mesmo se alguma falta existiu e em caso afirmativo,,, quem a cometeu. 

Mas a juíza, não teve dúvidas e num lance que no máximo poderia exibir o cartão amarelo, ás duas atletas, pela impetuosidade da entrega ao lance, exibiu o cartão vermelho à jogadora Boavisteira, Adriana, eram decorridos vinte e cinco minutos.

Reduzido a dez elementos, e feitas as respectivas correções tácticas por intermédio de Alfredina Silva, o Boavista, manteve o nível de jogo e ninguém nas bancadas, conseguiu notar diferenças, nos vinte minutos  que disputou  em desvantagem numérica.
Terminnado o jogo na procura do golo, que poderia ter aparecido a um minuto do fim, quando Landinha, viu um excelente remate de cabeça bater na barra lisboeta.

Ambiente agre e doce nas panteras, no final do jogo. Agre, pela derrota, doce pela excelente exibição produzida. O Fófó, venceu, um jogo que esperava fácil e acabou complicado. 
Sem colocar em questão o valor da equipa da capital e a sua vitória, temos obrigação de registar a excelente prestação do Boavista e consideramos, que todos  os presentes, aceitariam o empate como um resultado certo.

O futuro de uma equipa que joga como jogou o Boavista, vai ser melhor que o presente. 

Foi uma excelente surpresa este Boavista.