quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ROSA "ESQUILO" - UMA JOGADORA DE FUTEBOL, SEM MEDOS

Rosa, é conhecida pela alcunha (que gosta) de Esquilo, pertence à equipa mais jovem dos juniores sub 19, que disputa o campeonato com o nome de Ramaldense/BFC. 

Na conversa que tivemos com a jovem pantera, depois de terminar o jogo do passado sábado, Rosa, mostrou ser uma jovem com convicções, assumindo a sua forma de jogar e ver a vida. 
Com respostas fáceis, que parecem já pensadas, mas que apenas determinam a personalidade de uma Pantera, sem qualquer medo da vida.

Quando começaste a jogar futebol?

Comecei, pelos meus oito anos, num clube misto, em que jogava futebol de rua, com os rapazes. Fui progredindo e passei a jogar futebol de sete e onze.

Em que clube?

Gulpilhares Futebol Clube.

Quem é a Rosa Esquilo?
Tenho catorze anos e estudo na Escola Secundária de Canelas, em Gaia.

Já agora. Esquilo porquê?
Começaram a chamar-me assim, o tempo passou e ficou…
Parece que não te incomoda…
Claro que não, se me incomodasse, não o permitia, tão simples como isso. Sou a Rosa Esquilo e acabou.

Como ingressaste no Boavista?

Tinha conhecimento que existia uma equipa feminina cá, fiquei interessada. Quando chegou o último ano em que eu podia jogar conjuntamente com os rapazes, decidi vir a um treino e tentar a minha sorte no Boavista. Tive a ajuda de uma colega que me incentivou a vir. Depois desse treino, passei para o Boavista.

Que te diz, o Clube?

É com muito orgulho e vaidade que represento o Boavista, que é um dos maiores clubes de Portugal.

As posições no futebol de nove, são um pouco relativas, mas mesmo assim, qual a posição que gostas de ter em campo?

Defesa! Sem dúvida alguma, gosto de ser defesa.

Mas tu, hoje, jogaste e muito bem, no meio campo. Porque gostas de ser defesa?

Vamos por partes. Eu gosto de jogar a defesa, mas quando o mister diz que jogo a meio campo ou noutra posição, nem questiono. O mister é que manda. Agora, eu gosto de ser defesa, porque gosto de ver o jogo de frente, na defesa vejo o jogo todo. Gosto de jogar a defesa direito, a defesa esquerdo ou a central, sempre na defesa.

Jogaste duro, hoje. Consideras-te uma jogadora dura?

Sim considero-me dura, jogo duro e gosto que joguem duro comigo.
Dura, mas sem batota…
Se for preciso, fazer alguma batota… faço! Mas só às vezes.

Para o futuro, a curto prazo, o que esperas?

Para já sinto-me muito bem nesta equipa. Somos mais jovens, jogamos na equipa do protocolo, mas somos totalmente jogadoras do Boavista, por isso, estou bem. Vou dar tempo ao tempo e quando o mister achar que está na hora de subir, para a equipa mais “adulta”, estarei pronta. Até lá, estou tranquila nesta equipa.

Terminou, há pouco o jogo, que perderam, por um golo. Como analisas esse jogo?

Achei que podíamos ter feito mais. Achei que podíamos ter feito muito melhor. Não estou a dizer que estivemos mal, nem a criticar ninguém, mas acho que podíamos ter estado melhor.
Nos treinos trabalhamos e lutamos pelo que queremos e por vezes, nos jogos as coisas não saem bem. Temos que acreditar em nós e corrigir para melhorar.

Vamos voltar atrás na vida. Qual a modalidade que escolhias?

Se voltasse atrás o meu sonho seria o mesmo… o futebol!

Ambição pessoal para o futuro?

Chegar a jogar na seleção Nacional.

Sabes que a Federação, tem um projecto para incrementar o futebol feminino, apelando e convidado os “grandes” a entrar directamente na primeira divisão?

Não. Confesso que não sabia, mas para o futebol feminino progredir ,é preciso que o número de atletas aumente bastante. Mais equipas, mais jogadoras e assim se progride. Acho que o futebol feminino já está em progressão, mas se federação apostar nisso, mais ajuda.

Já está a passar na sociedade a ideia que só jogam futebol as “Marias Rapaz”?

Todas as raparigas que gostem de jogar futebol, podem jogar futebol. Não são obrigadas a nada, basta quererem. 
O que pensam as outras pessoas, é problema delas. Basta, querermos, que as coisas acontecem com facilidade e normalmente. 
No futebol e na vida, somos nós que decidimos o que queremos e ... as coisas acontecem!