sexta-feira, 23 de outubro de 2009

VOLEIBOL - FILIPA TEIXEIRA, A COMPETÊNCIA, A ALEGRIA E OS SENTIMENTOS


Estar junto à Filipa é sinónimo de estar com a alegria, mas hoje durante esta entrevista, descobrimos uma jovem que é um turbilhão de sentimentos ao flor da pele,
Rir muito (já sabiamos) mas "engolir por emoções" confessamos que não esperavamos... e depois esta mulher é muito mais que pensamos!
Alegria, beleza e muito trabalho... tudo aliado! é obra... "Brasileira. Nesta conversa, falou de quase tudo... " só se esqueceu dos "macaquinhos" da Amazónia.

Como decorreu o estágio no Brasil. Foi proveitoso e positivo?
Só de tocarem nessa palavra "Brasil" até já me dá o arrepiozinho na espinha de tanta saudade. (ai,ai...)
O estágio foi quase perfeito, visto afirmarem que a perfeição não existe! A realidade na zona onde eu fiquei é indescritível, o que aprendi e o que vivenciei fez me sem duvida crescer, embora continue sempre com aquele meu ar de "criança feliz".
Aproveitei esses 5 meses como deveriam ser aproveitados, conheci uma nova cultura, novas formas de pensar, fiz amizades (grandes amizades), treinei numa selecção (CRB) que me fez acreditar ainda mais no meu trabalho daqui para o futuro... Na faceta de atleta e treinadora . Foi 200% positivo, é impassível explicar tudo o que vivenciei, tudo o que passei, todos os sorrisos que esbocei ou lágrimas que deixei cair.
Numa palavra, foi uma experiência INEFÁVEL . Durante esse período o que te custou mais?
Sem duvida alguma ficar longe de tudo o que era meu... A saudade do meu dia-a-dia, da minha família, amigos, das minhas miúdas, da minha Faculdade, do meu curso, da queima das fitas na qual não tive presente.
Vendo as coisas por outro lado, custou-me muito não ter a minha máquina de lavar louça e roupa... Já não podia ver aquele tanque (risos).
Num contexto mais sério, o que me custou mais foi mesmo ficar longe do meu irmão e das minhas duas companhias de todos os dias (Sara Gomes e Ana Cunha).
Tiveste saudades das tuas meninas do Voleibol?
Se tive, (sniff)... (ai se olhos falassem...) Fazia questão de as acompanhar à distância e embora soubesse que estavam bem entregues, custou-me imenso não estar presente nas pequenas glórias delas. Felizmente estou com grande parte delas agora nas Infantis e vejo que não se esqueceram da Treinadora.
São o meu orgulho!
E o regresso. Foi uma alegria estar de novo com elas?
Sem dúvida, tê-las presentes no Aeroporto no meu regresso foi mais do que uma prova em como nunca me esqueceram. Para mim serão sempre as melhores atletas do Mundo.
Como analisas a tua equipa para esta época?
Eu tenho a sensação que voltei e elas estão bem mais rebeldes, mas está tudo a encaminhar-se novamente para a disciplina (que eu prezo) e estou confiante.
Apesar de algumas ainda serem muito novinhas e ainda minis, tenho uma equipa que aos poucos vai ser o meu espelho: uma equipa com garra, raça, com vontade de lutar, ambição e união.
Esta época não quero mais do que formar uma equipa de verdade, quero que se sintam uma só em campo e desejo que no fim da época o voleibol não seja apenas um hobby, mas sim uma paixão. A partir daí tudo se torna mais fácil.
Os objectivos competitivos serão cumpridos a seu tempo. O Campeonato de Infantis é uma incógnita porque as miúdas ainda são muito novas e têm os seus dias menos bons, contudo, estamos a trabalhar para ir à luta SEMPRE (ou não gostaria eu de ganhar).
Como consegues conciliar as posições de treinadora e jogadora?
Sempre! Isso não é dificil.
É o que digo às minhas atletas, "quando se quer mesmo, tudo é possível".
Desde pequenina que os meus pais me ensinaram a gerir o meu tempo e mesmo que às vezes haja um pouco mais de cansaço, consigo fazê-lo por ter realmente prazer naquilo que faço: Treinar e dar treino é do melhor que há.
Quem me conhece sabe bem que não vivo sem estas correrias do Desporto, do Voleibol. Neste momento estou 100% ligada ao Desporto (Faculdade e Boavista) e sinto que é isso que me dá vida.
Acabo por nem perceber bem como o faço, mas giro o meu tempo de forma a tentar estar sempre presente em treinos e jogos tanto das Seniores como das minhas Infantis.
Quando jogas, sentes-te observada pelas tuas atletas?
Eu sou aquele tipo de treinadora que está sempre em cima do acontecimento e tenho noção que quando vão ver os meus jogos, tentam "apanhar" algum erro dos quais digo para não fazerem no treino (por uma questão de pedagogia). Mas tenho sorte, acabam sempre por me elogiar mesmo que tenha feito algo que as proíbo de fazer em campo!
Adoro quando sei que estão presentes nos meus jogos, é sinal que gostam daquilo que fazem e que têm certas referências nas Seniores, o que também é importante.
O Voleibol é um amor ou um passatempo?
É o ar que respiro! Será desta forma, amor ?! (a sinceridade... e de novo o coração...)
Claro ! (risos) (o alívio)
O que fazes para além do Volei?
Eu estudo na Faculdade de Desporto no Porto. Estou neste momento a terminar a Licenciatura em Alto Rendimento (Voleibol), dou treinos de Viet-Vo-Dau (Arte Marcial) a pequeninos na minha Cidade e vou em breve (se tudo correr bem) estrear-me como Monitora de Musculação na APAM. (também bate???)
Tirando isto, estou a tentar ocupar ainda mais o meu tempo, porque se há coisa que não gosto, é de estar parada !
O que queres ser quando fores grande?
Acho que não vou passar muito desta altura mas... (risos)
Posso sonhar? O meu desejo era leccionar na Faculdade onde estudo. Contudo o meu sonho era ter um Ginásio meu com Artes Marciais, Musculação e um espaço para treinar Voleibol de Praia.
Mais a sério e mais provável, pretendo terminar o meu curso e dar aulas numa Escola. Adoro lidar com miúdos, adoro ensinar e como já devem ter percebido...
Desporto é mais do que um passatempo...
Uma paixão... SEMPRE!