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Para além de uma tarde má, para as cores do Boavista, o jogo
realizado em Tabuaço foi um jogo de contrastes, em que os pormenores se
tornaram enormes e decisivos.
O Boavista, entrou de certo modo, numa expectativa para
tentar estudar o seu adversário, que se esperava determinado e duro. No decorrer
da primeira do jogo, os axadrezados foram controlando – mas só controlando,
nunca dominando – o jogo e com o aproximar dos últimos cinco minutos, deste
período, assumiram-me mais ofensivamente.
O guardião Duriense viria a ser a figura do encontro, a
evitar, nessa fase ( e posteriormente) várias vezes o golo do Boavista,
realizando, se não a exibição da sua vida, uma exibição para não mais esquecer.
Aconteceu o primeiro (grande pormenor) quando todos se preparavam
para recolher aos balneários, com a igualdade a zero, o Tabuaço conseguia a 15
segundos do final abrir ao activo.
O segundo tempo, não apresentou dúvidas e o Boavista assumiu
o jogo na procura do empate. Forma dez minutos de grande intensidade em que os
axadrezados carregavam cada vez mais ofensivamente e consequentemente, se
expunha aos contra-ataques adversários. O guardião da casa e por duas vezes, os
postes, evitaram o empate, mas havia a sensação que o golo iria aparecer…
E aconteceu na baliza contrária à que se esperava… na do
Boavista. Mercê de uma jogada de transição, que os locais conseguiram, graças à
sua velocidade e dureza que colocavam em cada lance, disputando o jogo como uma
verdadeira final.
Alberto Melo, parou o jogo, ao sofrer esse golo e adiantou o
guarda-redes, mas uma perda de bola nos primeiros dez segundos permitiu ao Tabuaço
fazer um golo de meio do terreno de jogo. Em dez segundos, o Boavista sofria
dois golos e o jogo ficava morto. Foi o segundo pormenor, quando o marcador
assinalava a entrada nos últimos dez minutos.
Foram terríveis, esta dezena de minutos. Os jogadores da
casa galvanizados, jogavam o jogo da sua vida – nada temos contra esse facto –
o público juntava-se-lhes criando um ambiente tremendo e de certa forma
ameaçador – foi a parte negativa deste encontro. Para tudo agravar, alguns
jogadores axadrezados, preocuparam-se mais com este facto, perdendo a
concentração no jogo.
A dois minutos do final e depois de toda a plateia assistir
ao dia do seu guarda-redes, que tudo defendia, o Boavista voltou a sofrer dois
golos em meio minuto. O primeiro dos quais de novo do meio do campo adversário
quando se jogava – e muito bem – de guarda-redes avançado procurando o que se
mostrou impossível.
Acabou por ser certa a vitória do Tabuaço, por números enganadores,
num dia que talvez, nunca consiga repetir. O Boavista tem que aprender esta
lição e continuar a sua carreira rumo ao título.
Se nunca é positivo perder, muitas vezes se aprende com as
derrotas…
Crónica de Manuel Pina