terça-feira, 26 de abril de 2011

ANDEBOL - VÍTOR NASCIMENTO EM ENGTREVISTA


Contactamos Vítor Nascimento para fazer um balanço da época prestes a terminar, mas quando falamos com Vítor sempre acrescentamos algo à conversa
Como tem decorrida a participação nesta prova?
A participação nesta prova (taça Primavera) tem sido bem melhor que na primeira fase, mas não tão imaculada como na 2ªfase. Infelizmente temos apenas uma derrota e estamos a 1 ponto do 1º lugar, mas não dependemos só de nós para vencer esta Taça, dado que a derrota que tivemos, foi com o Académico, sendo estes que comandam, e estamos dependentes de uma eventual escorregadela deles para podermos vencer esta prova. Naturalmente que desejava mais, até porque temos uma equipa superior, mas um jogo mau pode por em risco a conquista deste troféu.

A Federação alterou as provas oficiais. Considera que foi útil? Não pensa que ficar arredado de uma prova nacional tão cedo (para os não apurados) é desmotivante?
A FAP no que diz respeito ao escalão de juvenis masculinos alterou a forma de disputa dos campeonatos nacionais da 2ª Divisão, deixando estes de serem disputados por zonas a nível nacional, passando o apuramento por competição regional que dará acesso à competição nacional.
Na minha opinião este é um modelo válido, não só porque torna as competições regionais mais fortes e equilibradas, bem como nos permite poupar em deslocações e arbitragens.
Tal como eu disse, é um modelo válido, mas não perfeito, pois a ª fase deveria ser com mais equipas e de maior duração, para que as equipas possam crescer, evoluir e rectificar resultados e exibições, fazendo assim com que as equipas que realmente conseguissem o apuramento, o fizessem de uma forma consolidada e não de um momento melhor de forma.
Digo isto, porque por vezes recebemos atletas novos e/ou que sobem de escalão e não se lhes dá tempo de potenciar o andebol, pois os resultados terão de ser imediatos.
Por tudo isto lamento o nosso afastamento precoce da luta pelo apuramento, mas tentei desde logo moralizar os atletas para trabalharmos afincadamente para o objectivo da subida de divisão na próxima época, pelo que a eventual desmotivação, terá de dar lugar ao empenho e determinação.

 Retirando aquela pressão nacional... a época não fica algo desmotivante?
É claro que todos gostam de competir com os melhores, que é onde nos últimos anos o andebol do Boavista se tem posicionado.
Pagamos a inexperiência e a falta de trabalho inicial dos nossos atletas, pois muitos subiram de escalão no início da época e infelizmente os treinos começaram quase em cima da prova, ora por falta de pavilhões, ora por faltas dos atletas que se encontravam ainda de férias.
Logo, quando temos consciência das nossas falhas e limitações temos de ser humildes e penitenciarmo-nos, pensando no que poderíamos ter feito, para que não acontecesse a eliminação precoce.
Honestamente lhe digo que só pode haver desmotivação quando existe trabalho e não se alcançam resultados, infelizmente o nosso trabalho foi pouco, pelo que possivelmente estamos na posição que merecemos.
Resta-nos trabalhar no que falta desta época, para atacar a próxima logo de entrada.

Quase no fim de mais uma época, como analisa os seus jogadores a nível positivo e negativo?
Não vou falar em individualidades, pois trata-se de um grupo e como tal enumerarei as virtudes e os defeitos de uma forma geral.
De positivo realço, o número de atletas que disponho para trabalhar, a evolução técnica e táctica que têm vindo a alcançar, apesar de não ser tão rápida como esperava e começo a sentir que os atletas ficam inconformados com os resultados e exibições menos conseguidas, o que é sinal de ambição e querer.
De negativo, infelizmente tenho de destacar a assiduidade e pontualidade que infelizmente acontece desde o início da época desportiva e que limita em muito o planeamento e realização dos treinos.

O que espera para a próxima época?
Para a próxima época espero a consolidação desta equipa.
Entrar em força na fase de apuramento em que estivermos inseridos para que possamos alcançar o que nos faltou este ano e colocar o nosso Clube de novo no lugar que merece.

Quantos atletas vão continuar nos juvenis? Quantos passam para os Juniores?
Do plantel deste ano, apenas sobe um atleta para o escalão de juniores, o que me leva a falar na consolidação desta equipa, pois as rotinas e conhecimentos obtidos nesta época servirão de base para assaltar a próxima

Como analisa o andebol a nível global e nacional?
Por pena minha, tenho de associar o andebol actual à capacidade financeira dos clubes.
Quem tem dinheiro, pode ter os melhores jogadores e acaba por ter melhores condições de trabalho, quer em locais, quer em tempos de treino.
Quem não tem a capacidade financeira capaz de fazer face a todas as necessidades, tem de se ajustar e consequentemente sacrificar, diminuindo encargos sejam materiais, estruturais ou humanos.
O Andebol neste momento é uma modalidade difícil de satisfazer mediante as imposições da Federação, é um contra-senso, num momento de crise nacional, a Federação aumente e imponha valores para filiações e inscrições que não estão ao alcance da maioria dos clubes.
Tudo isto leva a que os clubes vão desaparecendo ou vivam em dificuldades eternas para poderem proporcionar e manter a modalidade aos seus atletas.
Ou seja, temos um falso profissionalismo numa modalidade que deveria ser amadora e temos uma política de profissionalismo, numa Federação que deveria ser amadora.

Se pertencesse à Federação o que alteraria a nível competitivo?
A nível competitivo mantinha apenas os Campeonatos Nacionais, no modelo em que estão, nos escalões Seniores.
Nos restantes escalões apostaria em competições regionais fortes, premiando os primeiros classificados nas fases regulares para uma fase final que juntasse clubes de outras associações e disputassem os títulos nacionais por escalão.
Penso que com esta medida, poupariam nos orçamentos, trabalhar-se-ia mais e melhor e permitíamos mais competição aos atletas e por associação a uma maior competitividade, surgiria uma maior evolução e melhores atletas.
Penso que este seria o caminho para termos mais clubes forte, mais e melhores jogadores e consequentemente melhores selecções.