sexta-feira, 14 de abril de 2017

ENTREVISTA COM MARIANA SÁ, COORDENADORA/TREINADORA DA GINÁSTICA ACROBÁTICA DO BOAVISTA



O OBJECTIVO PRINCIPAL, É CLASSIFICAR TODOS OS ATLETAS PARA O CAMPEONATO NACIONAL 

Mariana Sá, é actualmente a coordenadora/treinadora da ginástica acrobática do Boavista, no seu regresso ao clube que representou durante anos como atleta.



Vamos fazer a sua apresentação?


Chamo-me Mariana Sá, tenho trinta e quatro, sou professora de educação física e treinadora de ginástica acrobática. Fui atleta do Boavista durante cerca de quinze anos.



Vamos falar mais em pormenor dessa fase. Como entrou no Boavista?

Cheguei cá com três/quatro anos, nas classes de iniciação e depois, por volta dos meus cinco anos de idade, passei para a acrobática.



E porquê acrobática e não outra modalidade?


Não me recordo bem, mas penso que os meus pais ainda me fizeram experimentar na artística, mas como era muito pequena, ainda não deveria ter a força ou o músculo para continuar na modalidade e essa foi  a razão para passar para as classes mais de iniciação.



Parecido com o actual playgym?


Podemos considerar assim. Isso, aconteceu nas instalações localizadas aqui por cima.



Depois disso?


Depois. Passei para a acrobática.



Ainda como atleta, tem alguns resultados mais significativos que se recorde?


Julgo que a nível distrital e até nacional, conseguimos alguns bons resultados. Nessa altura, a modalidade não estava tão desenvolvida como está actualmente e os resultados não poderiam ser muito mais significativos. Estávamos no início.



Pelo que julgo, aconteceu uma interrupção entre a atleta e o aparecimento da treinadora. A que se ficou a dever tal facto?


Eu deixei a acrobática e o Boavista, quando ficamos sem o pavilhão Acácio Lelo. A ginástica do Boavista, nessa fase, ficou um pouco partida e complicada, coincidindo com a minha entrada na Faculdade. Tudo junto, originou que eu terminasse a minha carreira de atleta.



No seu regresso, já como treinadora, não veio de imediato para o Boavista. Em que clubes trabalhou?


Entrei para o Sport Clube do Porto, porque havia lá muita gente conhecida que tinham saído do Boavista, por causa do desaparecimento do pavilhão, ingressado naquele clube. Isto aconteceu há cerca de seis anos.



Como se dá o regresso ao Boavista?


Foi um pouco acidentalmente. O treinador que estava no clube saiu e a Carina que me conhecia, quis saber a minha opinião a cerca de um possível regresso. A Carina, conhecia-me bem das provas porque para além de treinadora eu sou Juiz, e assim, existia grande contacto entre nós. O processo, desenvolveu-se e a Directora Sara Monteiro, convidou-me oficialmente e eu aceitou com enorme prazer.



Sei que lhe reconhecem (já) a responsabilidade de um grande desenvolvimento da acrobática do Boavista. Como encontrou a acrobática do Boavista, no seu regresso?


Quando cheguei em meados de Novembro e a equipa já estava formada, ou seja, tudo que havia para decidir no referente a esta época estava praticamente decidido. Os grupos, estavam formados e por isso, aí, não pude mexer muito. Acho que os grupos estavam bem constituídos e considero que têm muito potencial, precisam de trabalhar um pouco mais e de gostar mais do que fazem.



Quantas atletas tem no momento?


Temos cerca de trinta atletas.



Mas já foi implantando algumas alterações para o futuro?


Quero implementar algumas coisas para alterar mentalidades. A diferença que eu notei em comparação com o Sport, é que vejo que os miúdos consideram que já atingiram o máximo e não conseguem mais. Por isso, temos que fazer um treino mais metódico, com menos brincadeira, com mais objectivos.



Vai ser a sua aposta?


Vai ser uma grande luta. Não só com os atletas, mas também com os pais. Há muitas faltas aos treinos, porque os próprios pais, não vêem isto, como tão importante e séria, como acho devem passar a ver.



Qual a constituição da sua equipa técnica e que tempo de treino têm semanalmente?

Trabalho com mais duas colegas, com a Carina Garcia e o Jorge Teixeira. Curiosamente, o Jorge foi meu atleta no Sport e por isso, acho que estamos bem identificados. Os três fazemos uma boa equipa. 
Treinamos quatro dias por semana, cerca de duas horas e meia por dia e já consegui que o Artur (Coordenador da artística) no cedesse o ginásio um, a partir das dezanove horas e vamos intensificar os nossos treinos.



Objectivos?

O principal objectivo, é que os atletas consigam classificar-se para o campeonato nacional. Sabemos que nesses campeonatos, será difícil conquistar algum pódio, porque ainda é cedo. Sabemos que o ano passado o Boavista, só levou um grupo ao nacional. Neste momento, nós temos seis grupos que podem ser apurados e o nosso desafio é esse mesmo.



Como se consegue ser professora profissional, treinar duas horas e meia aqui?

E mais a família em casa, acrescento eu. É preciso uma ginástica muito grande mas tudo se consegue, quando gostamos de tudo.



Para além de treinadora, ao contactar diariamente com esta juventude, sente-se também uma formadora de “gente do amanhã”?

Esse é dos objectivos, talvez mesmo o principal e mais importante. Ao fim e ao cabo, nós damos as ferramentas e eles trabalham. É muito positivo, vermos depois os resultados conseguidos, por todos.