domingo, 22 de maio de 2016

MARIA LEONOR, UMA JOVEM FUTEBOLISTA DE RAÇA

NÃO VAMOS AO JAMOR, PARA GANHAR...
VAMOS GANHAR!

Maria Leonor, é uma jovem futebolista axadrezada de treze anos. Durante a nossa conversa, demonstrou ser uma jovem com grande personalidade. Senhora de respostas prontas e concisas.
Os técnicos axadrezados, confiam que irá ter um excelente futuro no futebol, se confirmar as suas potencialidades.

 Em que escola a estudas?

No Colégio Luso-Francês e frequento o sétimo ano.

Desde quando jogas futebol e onde começaste?

Jogo desde os três anos e comecei em casa.
Em casa? Partias a mobília toda…
Quando digo em casa, quero dizer no jardim de minha casa, claro.

Como optas-te pelo futebol e não por outra modalidade?

Foram os meus primos, que me foram bater à porta, perguntaram-me se queria jogar futebol. Eu ainda nem sabia o que era desporto. Como eles só queriam jogar futebol… comecei no futebol. A partir daí foi sempre a evoluir.

Depois de casa… qual foi o teu primeiro clube?

Foi o DC Gondim da Maia, que é o clube de onde eu moro.

Quantos anos, estiveste no Gondim?

Desde os meus cinco anos até aos onze.

Já és jogadora oficial há tanto tempo?

É verdade. Joguei no Gondim até aos sub-13. Joguei sempre em equipas de rapazes, que comigo se transformava em equipa… mista.

Como se dá a passagem para o Boavista?

Só tinha direito a jogar mais uma época em equipas mistas e por isso, entre várias opções que apareceram, optei pela melhor e vim para o Boavista.

De uma equipa mista, passas para uma equipa feminina, mas que só joga contra equipas de rapazes. Como consideras isso. Uma injustiça, um erro?

O que considero é que no momento é mais difícil. Mas também sei que se nós conseguirmos evoluir e jogar assim, este facto, vai ser muito importante para o nosso futuro. Para o ano, depois desta experiência, vamos ser mais fortes e acabaremos por… ganhar isto tudo!

Mas, nesta fase, do campeonato mais exigente vocês perdem muitas vezes. Como conseguem reagir animicamente a essas derrotas?

Primeiro ficamos tristes. Mas sabemos que demos e jogamos o que sabemos. Muitas vezes os resultados também não são completamente justos. Depois, disso, temos que reagir e pensar para o próximo jogo.

A tua treinadora, Fernanda Silva, está muito esperançada na vitória de uma prova que ides disputar no Jamor. Que sabes sobre essa prova?

É a fase final de uma prova que pertence ao dia do Futebol Feminino, que se vai disputar no Jamor no dia 28 deste mês. Já estivemos na primeira fase, que se disputou no Park Vitallis e ganhamos os jogos todos, vencendo o apuramento para a final.

A “Nanda”, está esperançada na vossa final a nível nacional. Tens consciência das dificuldades?

Claro que vamos para ganhar, não vamos jogar para ganhar…vamos ganhar! A vantagem de jogar com rapazes dá-nos um andamento e poder de choque que as raparigas não aguentam (rui-se).  Vamos partir tudo.

Qual a tua posição em campo?

Sou médio-centro defensiva.

Como te auto-analisas como jogadora?

Sou uma jogadora de raça, com atitude e com cabeça, que gosta de defender e não gosta de perder, nunca.

Como analisas a tua equipa?

Temos uma grande equipa. Acho que podemos dar mais que aquilo que temos feito, porque o nosso valor é grande. Se continuarmos assim, com o grau de evolução que temos tido, vamos alcançar grandes resultados colectivamente e ter bons resultados de evolução individual.

Estás a fazer tratamentos a uma lesão, mas a treinadora quer que recuperes para o Jamor. Como aconteceu essa lesão?

Foi há duas semanas, num jogo. Quando ia a correr um adversário bateu-me de lado num tornozelo e lesionou-me no músculo. Claro que vou regressar no Jamor, penso que irei começar a treinar na sexta-feira (ndr. semana passada).

Como é que a tua mãe (estava ao nosso lado) que não nos ouve, reagiu a ter uma futebolista de cinco anos em casa?

Primeiro…queria Ballet, depois dança, mas no fim lá percebeu que  o futebol, era um gosto muito grande para mim e acabou incentivando e acompanhando, a troco de eu tirar boas notas nos estudos.

Isso, é chantagem familiar?

Primeiro estão os estudos, foi o que sempre disseram. Se eu falhar alguma coisa nos estudos…acabou treinos, acabaram os jogos. 
Por isso, tenho que me aplicar, para ter boas notas. Tendo boas notas, tenho o que gosto e quero. Eu sei bem o que quero!

Tudo controlado?

Tudo em paz. Só preciso de trabalhar e me aplicar nos estudos, porque no futebol é comigo e é sempre a evoluir.

Entrevista de
 Manuel Pina