Daniela Silva,
é uma jovem voleibolista da equipa sénior. Simpática e muito activa, divide o
seu amor ao Volei entre o pavilhão e a praia, mas com uma intensidade tal, que
cedo conquistou os adeptos axadrezados.
Quem é a Daniela
e onde começaste a jogar Voleibol?
Comecei no SC
Arcozelo, por volta dos meus oito anos de idade. Joguei nesse clube cerca de
sete anos, fazendo aí a minha formação. Depois de vários problemas no clube, optaram
por suspender a secção e assim passei a jogar no SC Espinho. Em Espinho, joguei
em Juvenis e no primeiro ano de Júnior, estando nesse clube apenas dois anos. No
final dessa segunda época, fui convidada para vir para o Boavista e aceitei.
Então há
quantos anos estás no Boavista?
Este é o meu
segundo ano, vim ainda com idade para jogar nas juniores, mas nunca joguei
nesse escalão pois sempre pertenci à equipa sénior, desde que cá cheguei.
Quem determinou
esse facto?
Foi o professor
Machado (treinador principal) que não quis que fosse para as Juniores.
Jogadora de
elite?
Não é isso,
mas… gostei da aposta do professor (riu-se)
Qual a tua
posição em campo?
Actualmente,
sou Libero, mas até ao escalão de juniores era atacante e ainda agora, sempre
que o professor precisa, jogo alguns jogos a atacante, mas preferencialmente
gosto de ser libero.
Terminada a
primeira fase do campeonato e quando vamos entrar na fase decisiva, com vês a
prestação da equipa neste campeonato da primeira divisão?
Com a equipa
que temos e tendo em conta, que o plantel foi formado para jogar na segunda
divisão atacando a subida, como objectivo principal, considero que realizamos
uma boa prova na primeira divisão. A nossa primeira ronda, correu muito bem,
estivemos várias jornadas nos primeiros lugares, conseguimos vencer um set ao
Leixões enquanto algumas equipas que acabaram nos primeiros quatro lugares não
o conseguiram.
Positiva no
teu entender esta prestação?
Sim,
claramente. Nós temos um plantel com uma média de idade de vinte e dois, vinte
e três anos, com grande margem de progressão. Temos seniores de primeiro ano
que nunca tinham jogado por seniores e muito menos numa primeira divisão. Não podemos
comparar esta divisão com nenhuma outra.
Mas concordas
que a equipa teve uma quebra, que a empurrou para a luta pela manutenção?
Temos algumas
jogadores que só conseguem fazer dois treinos por semana e isso acabou por ter
influência nessa descida de forma e com resultados menos positivos
Vamos entrar
na nova fase da manutenção qual a vossa ambição?
O nosso
objectivo nunca foi estar neste grupo e mostramos durante o ano que temos
equipa e valor para ficar no grupo superior, mas por vários motivos estamos
neste. O que eu sinto e todas sentimos é que vamos encarar os jogos como decisivos,
respeitando as adversárias, mas considero que não vamos ter qualquer percalço para
vencer este grupo. Todas as equipas terão possibilidades, mas acho que a nossa
é a mais forte do grupo das últimas quatro.
Manutenção assegurada?
Vamos lutar
e dar tudo para isso e estou certa que sim. Ficaremos na primeira divisão.
E para o ano?
Com mais
tempo para os treinos e com uma outra entrada vamos formar uma equipa mais
forte, para lutarmos para lugares mais cimeiros. Este ano tivemos atletas a
treinar duas vezes por semana e mesmo assim considero que poderíamos ter
conseguido melhor. Perdemos por 3/2 com o Gueifães que está nos quatro
primeiros, lutamos de igual para igual com o Belenenses, neste último jogo. Penso
que com mais um pouco e, continuando a trabalhar como até aqui, podemos ameaçar ficar
nos quatro primeiros e no mínimo ficar, à vontade, no segundo grupo.
Estar presente
na Final-four da Taça de Portugal é significativo?
Concordo que
é um feito e ainda para mais com um jogo difícil na Madeira, em que a viagem
sempre atrapalha bastante. Mas temos todo o mérito para estar na final.
Eu sei que
és uma apaixonada pelo Volei de praia. Não é cansativo jogar somente com uma
colega e uma equipa ser formada somente por um par?
Para além de
cansativo, nesse aspecto, temos a acrescentar o piso de areia que nos cansa muito,
mas o Volei de praia é um mundo à parte do Volei de pavilhão!
Porquê?
Vê-se outra
raça nas jogadoras, vê-se outra maneira de jogar, tem muito público a apoiar e
assistir aos jogos. O público comparece nem que seja só para ver as meninas. É outro
mundo…mesmo.
A ambição da
Daniela vai até onde?
Eu quero
chegar longe, o primeiro passo, quero voltar a representar a selecção.
Já jogaste
na selecção Nacional?
Sim representei
Portugal no escalão de Júnior e adorava um dia representar a selecção de
seniores. Desejo ser um dia campeã nacional que seria um feito para marcar a
minha desportiva de vez.
Voltando à
praia. Tens dupla certa para os teus jogos?
Sim para o
campeonato Nacional faço dupla com a Ana Gomes, do Esmoriz, na selecção
Nacional de Praia, são os técnicos que escolhem a dupla e tenho jogado com a
Vanessa Paquete do PortoVolei. Juntas, já representamos Portugal.
Uma questão
que me confunde. Sendo tu tão “nova” no Boavista, é fácil verificar que tens um
grupo de fãs especial. Todos apoiam todas as jogadoras mas a Daniela é
especial. Como explicas isso?
Ora bem… eu
sou das pessoas que gosta de honrar o símbolo da camisola e dou tudo dentro do
campo. Tudo mas mesmo tudo. Sempre fui assim, mas confesso que desde quase cá
cheguei verifico que há muita simpatia com a minha pessoa. Talvez pela raça que
imponho no jogo. Eu sei que cativei várias pessoas em especial o Paulo Ricardo,
o Octávio…
Bem, esses
adoram-te…
(riu-se) mas
é verdade, sinto-me muito acarinhada. Mesmo as minhas atletas, e através do
Faceboock muita gente, me diz que eu sou a imagem que gostam de ver, que honro o
Clube, dizem que eu sou uma verdadeira pantera.
Orgulhosa?
Claro! É bonito
ouvir esses comentários mas o importante é sentir que as pessoas reconhecem a
forma como me entrego ao jogo.
Nos intervalos
das seniores, és adjunta das iniciadas. Com quem trabalhas?
Com o
professor Alexandre.
Uma mensagem
para terminar?
Queria pedir que os adeptos apoiam-se mais o Voleibol feminino. Passaram a ver os jogos,
porque o desporto não é só futebol.
Espero ver mais gente nos pavilhões quando jogamos
Entrevista de
Manuel Pina